Doctor Who 7x13 – The Name of the Doctor


EVENTO DO ANO!
[Muitos spoilers a seguir]
O episódio foi eletrizante. Eu acho que foi a coisa mais grandiosa que eu vi na minha vida – tão cheia de informações, mistérios e motivos para que quebremos nossas cabeças incessantemente até 23 de Novembro, mal dá para acreditar que foram apenas 44 minutos de episódio. Eu demorei cerca de duas horas para assisti-lo inteiro com minha constante parada para anotações e/ou para processar informações e me preparar para os próximos acontecimentos. Uma mistura de curiosidade e medo, além da pena de estar acabando e saber que só temos mais em novembro…
O episódio foi esclarecedor. O que ficou mais claro mesmo foi o grande segredo de Clara, citada como “Impossible Girl” do começo ao fim, em uma série de cenas complexas e inteligentes, que explicaram muito bem toda a trajetória da personagem (que já parece algo bem longo) e a colocaram no patamar de uma das pessoas mais importantes na vida do Doctor, em todas suas existências. Surpreendente. Mesmo que a história ainda não esteja realmente completa e pudéssemos usar mais algumas informações… que devem vir no especial de 50 anos, mais tarde.
E River Song…
SEM NOME DO DOCTOR! \o/
Clara começa o episódio, de maneira perfeita, diga-se de passagem. Só por aquela coisa de mostrarem Gallifrey, há muito, muito tempo atrás… porque vocês sabem quanto tempo atrás, mais ou menos, foi aquilo… vimos o Primeiro Doctor, lá de 1963, roubando a sua TARDIS e partindo para dar início a tudo isso… mais tarde ainda deram um jeito de colocar a Clara ali para interagir com ele, COM O PRIMEIRO DOCTOR! Você pode imaginar o quanto eu gritei, esperneei, aplaudi e surtei aqui… a cada pouco eu parava para ir contar para a minha mãe. Ela entende um tiquinho de Doctor Who, mas eu preciso de amigos que acompanhem fielmente como eu…
Enfim. “[…] It’s like I’m breaking into a million pieces and there’s only one thing I remember: I have to save the Doctor”. Jefferson pulando da cadeira, aplaudindo, pausando, surtando. Já tínhamos visto a provocante foto que mostrava o Sexto Doctor atrás de Clara, mas nunca pensamos em ir tão longe assim! Conversar com o primeiro Doctor? “He always looks different. But I always know it’s him”. O Sexto Doctor na TARDIS, ou é o que me parece, os demais Doctors… um, dois, três, quatro… foram sete Doctors diferentes dando as caras apenas na introdução do episódio. Eu sabia que algo muito mais épico do que eu imaginara estava pela frente…
E estava certo.
“I am Clara Oswald. I’m the Impossible Girl. I was born to save the Doctor”.
E depois disso o episódio começa nos contar de que maneira o Doctor será conduzido até Trenzalore, para o temido Season Finale. Na Londres de 1893, a Madame Vastra ouve uma surpreendente revelação de um prisioneiro, Clarence DeMarco, que afirma saber tudo sobre o Doctor, e afirma sobre os segredos desse – “He has one he will take to the grave. And it is discovered”. Isso ao mesmo tempo em que os assustadores e magníficos Whisper Men são introduzidos, e eu já posso dizer que eu amei os personagens… um maravilhoso novo grupo de “vilões”.
Comandados pela Great Intelligence (sim, essa história está de volta, ninguém achou que isso seria facilmente esquecido, achou?), eles atacam Strax, Jenny e Vastra, enquanto esses estão em uma Conferência com Clara e River para contar sobre os problemas do Doctor quando “Trenzalore” foi citado. Com um temido destino para Jenny, os Whisper Men se afirmam como extremamente perigosos (eu amei o conceito de seus rostos, fascinantes!) e Clara corre para contar para o Doctor o que está acontecendo.
“Oh, no. You aren’t gonna try to do soufflé again, are you?”
“This time, I’ll be Soufflé Girl.”
A última (e única) cena mais divertidinha do episódio foi ver as crianças enganando o Doctor para que ele brinque de cabra cega e eles fujam para o cinema, e daí em diante o episódio só foca no seu clima mais pesado e extremamente sério. A apreensão constante com a incerteza do que aconteceria em seguida era torturante. Um tanto assustador, bastante sombrio, com um jogo de cores e uma trilha sonora incrível que tornaram a experiência do episódio sublime. E teve um tom das séries de ficção científica clássicas que fizeram meu coração nerd saltar. Perfeito!
É então que Clara conta para ele o que está acontecendo, e com Trenzalore citado, ele foge para a TARDIS em lágrimas, em um momento horrível que nos doeu assistir. É emocionante, e é aterrorizante. O desespero é palpável. “When you are a time traveler, there is one place you must never go… one place in all space and time you must never ever find yourself…” “[…] He wasn’t talking about my secret, no, no, no… That’s not what’s been found. He was talking about my grave. Trenzalore is where I’m buried
Exatamente. O Doctor está enterrado em Trenzalore, e uma vez lá, a maneira de abrir o seu túmulo é justamente dizendo o seu nome, como uma espécie de senha. Mas antes disso vemos uma TARDIS gigantesca ( “My TARDIS from my future” – após a morte do Doctor, ela deixa de assumir aquela postura de “maior do lado de dentro do que do lado de fora”), linda. O ambiente de Trenzalore é melancólico, as cenas são fortes, e a agonia é grande. O túmulo, felizmente, é aberto por River, sem que precisemos ouvir o nome dele em voz alta, porque fizeram o favor de deixar isso em off. Felizmente!
O túmulo… assustador, misterioso, grande. “What were you expecting, a body? Bodies are boring. I’ve had loads of them. That’s not what my tomb is for. […] The tracks of my tears. Time travel is damage. It’s like a tear in the fabric of reality. That is the scar issue of my journey through the universe. My path through time and space. From Gallifrey to Trenzalore. My own personal time tunnel, all the days, even the ones that I haven’t lived yet… which is why I shouldn’t be here. The paradox is, it’s very bad”. A proposta me pareceu interessantíssima. E fez muito sentido para ser o Doctor… e explicou o mistério da Garota Impossível. Como?
Tivemos uma maravilhosa cena cheia de flashbacks de Journey to the Centre of the TARDIS em que Clara lembrou-se daquelas revelações todas, da história de conhecê-la várias vezes, de vê-la morrer em todas elas. A Garota Impossível. “What do you men I died?”. Foi uma edição maravilhosa que mesclou a intensidade do momento em que ela se lembra e o desespero do Doctor, com quão chocante já foi ver tudo isso naquele episódio, com a maneira e a brutalidade com que o Doctor a confrontou, realmente em um desespero palpável por explicações. Assim como nós. E todos ganhamos.
É assim que Simeon/Great Intelligence invade o fluxo temporal do Doctor para acabar com cada uma de suas vitórias, e reescrever tudo. “He’s been rewritten”. É uma cena bastante intensa! Porque conforme ele faz isso, toda a existência do Doctor vai sendo reescrita, bem como o próprio Universo, e todas as pessoas que ele salvou, tudo o que ele fez, tudo vai sendo alterado. Enquanto tudo lentamente muda para uma cor vermelha e o 11º Doctor agoniza no chão. E como já ficou bem clara até aí a idéia de ser dividido em milhões de pedaços e ser espalhado por todo o fluxo temporal do Doctor, já entendemos o que Clara estava prestes a fazer…
“I have to go in there. This is what I’ve already done. You’ve already seen me do it. I’m the Impossible Girl, and this is why”. E assim ela entra para explicar o começo do episódio e todo o mistério que sempre a envolveu – espalhada por todo o fluxo temporal do Doctor, sempre correndo para salvá-lo de todos os tipos de coisas (em qualquer uma das encarnações do Doctor), vivendo um zilhão de vidas ao mesmo tempo como um mero eco, deixando a Clara verdadeira de existir… ou não. “The timelines will tear you into a million pieces, a million versions of you. All living and dying all over time and space, like echoes. But they won’t be you. The real you will die. They’ll just be copies.”
Muito bem explicado. E complexo!
“Run. Run, you clever boy. And remember me”.
“I don’t know where I am. I just know I’m running. Sometimes it’s like I’ve lived a thousand lives in a thousand places. I’m born, I live, I die. And always there’s the Doctor. Always I’m running to save the Doctor again and again and again. And he hardly ever hears me. But I’ve always been there, right from the very beginning. Right from the day he started running”
Já estava épico e de tirar o fôlego até ali, já tínhamos entendido Clara perfeitamente, e a invejávamos por ter se tornado possivelmente a pessoa mais importante na vida do Doctor, qualquer um deles. Mas ainda teve muito mais. Ela resolvendo tudo e restaurando a linha temporal original e salvando o Doctor, fica presa lá dentro, para onde o Doctor vai para salvá-la. E entrar no próprio fluxo temporal pode ser extremamente perigoso. Foi lindo vê-los conversar, ver as demais versões dele andando por lá, ver o abraço tão verdadeiro e real que os dois deram ao se reencontrar. “Clara. My Clara”
E O MOMENTO MAIS CHOCANTE DE TODOS!
“I was born to save the Doctor, and the Doctor is safe now. I’m the Impossible Girl, and my story is done”.
Naquele ambiente inóspito que o interior do fluxo temporal do Doctor, que mais parece um limbo, o Doctor e Clara vêem uma figura bastante misterioso e ainda de costas, e a Clara se mostra interessada por ele, perguntando quem é ele, sem que o Doctor queira responder. Até que… “He’s me. There’s only me here, that’s the point. Now let’s get back.” “But I never saw that one. I saw all of you. Eleven faces, all of them you. You’re the eleventh Doctor” “I said he was me. I never said he was the Doctor” “I don’t understand” “My name, my real name, that is not the point. The name I chose is ‘The Doctor’. The name you choose, it’s like a promise you make. He’s the one who broke the promise. He is my secret.” e assim vem a voz de John Hurt, ainda de costas, dizendo: “What I did, I did without choice” “I know” “In the name of peace and sanity” “But not in the name of the Doctor!”
Resumido? AAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHH!
Como se tudo isso já não fosse bastante coisa para pensar até novembro, e como se a conversa já não tivesse sido confusa e instigante o suficiente, o novo Doctor vira para a câmera para se revelar como sendo interpretado por John Hurt (e eu devo dizer que ele parece muito mais sombrio e ameaçador do que estamos acostumados a ver o Doctor) e aqueles dizeres amedrontadores na tela: “Introducing John Hurt as The Doctor”. Hehe, Moffat conseguiu mais uma vez, não que alguém tenha duvidado dele em algum momento… um episódio realmente revolucionário e cheio de conteúdo, que nos deixará loucos até o fim do ano… tanto o que pensar, tantas teorias que começam a surgir agora… o próximo ano parece ser realmente algo bastante… diferente. Mas é verdade, o Matt já não dura mais muito no papel.

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