Groundhog Day – Feitiço do Tempo
Feitiço do
Tempo é provavelmente o mais famoso filme sobre time loops que você encontrará – e também encontrará informações
sobre a briga entre ele e 12:01,
lançados no mesmo ano e com temáticas semelhantes. No entanto, as diferenças
são significantes. Feitiço do Tempo é
puramente uma comédia, e não tem nada das informações científicas que 12:01 tem, e não pode ser levado assim
tão a sério… não há motivos aparentes pelos quais o mundo ficou preso em um time loop e nem razões para que Phil
Connors seja especial e não tenha sua memória modificada também.
De qualquer maneira, é um ótimo filme. No começo,
confesso que temi pelo filme, porque Phil começa como um protagonista nada
simpático. Mas essa é a grande jogada do filme – ao fazê-lo reviver o Dia da
Marmota vezes o suficiente para constituir um ano, o roteiro se transforma em
uma viagem ao mais íntimo de uma pessoa, quando Phil resolve reavaliar seus
valores, seu modo de agir, e tem as chances necessárias para mudar isso tudo. E
tudo só termina quando ele consegue fazer isso.
Phil é o homem do tempo de um telejornal, e vai
até Punxsutawney para a matéria sobre o Dia da Marmota, na companhia de Larry e
Rita; coisa pela qual ele não está nada animado, e é justamente isso que parece
prendê-lo a esse dia. A quantidade de elementos (como conversas absurdas e
coisas caindo) que caracterizam um time
loop estão presentes, mas Phil não possui nenhum grande objetivo que vá
guiar todos os seus dias até que tudo saia como planejado, e a situação se
resolva.
O que o obriga a viver o dia tantas vezes que
perdemos totalmente as contas, muito mais do que em qualquer outro filme sobre time loop. Começando de maneira muito
egocêntrica, Phil utiliza o dia 02 de Fevereiro para crescimento próprio, e
para conhecer as pessoas à sua volta, além dele mesmo, e assim conseguir um dia
perfeito com Rita, que pode acabar e se transformar em “amanhã”. Incrível como
o despertador sempre desempenha um papel importantíssimo nesses filmes.
É mais irreverente que o normal, é uma grande
comédia. Ele não morre apenas uma vez. A primeira é acidental, e vemos pelo
menos mais 3 tentativas de se matar, uma mais absurda e divertida do que a
outra, mas nada dá certo, ele acorda no dia seguinte, exatamente como antes.
Também vemos três ou quatro vezes o mesmo trecho de cena, enquanto ele vai
adaptando o discurso até que tudo saia da maneira que julga ser o mais
perfeito. As tentativas de provar que diz a verdade também são divertidas.
É um ótimo filme. Acaba fazendo aquele convite que
filmes de time loops acabam sempre
fazendo, de questionar e de se colocar no lugar do protagonista. E ainda nos
diverte com uma sucessão de cenas bizarras e irreverentes. Não tem o teor
científico que tanto me agrada, mas acaba sendo muito simpático a partir de
outro ponto de vista, e eu recomendo a todos. Mais fácil de agradar mesmo
àqueles que não são fãs de viagem no tempo, é um filme que todo mundo deveria
assistir!
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