O Mágico de Oz – “Agora é pé na estrada, pro mágico mundo de Oz”
As músicas do Mágico
de Oz são memoráveis. Antes do início do espetáculo estava lendo o programa
e palavras de Charles Möeller e Claudio Botelho que diziam “Há desde canções de construção evidentemente
baseadas em velhas canções de ninar, até números que remetem à opereta;
passando pelo super jazzístico Jitterbug,
menção a uma dança popular de salão dos anos 30. Não há nada musicalmente não
marcante na peça/filme; tudo é encantador, arrebatador, divertido, sublime”.
Pronto, posso terminar o texto.
Mas não.
O musical realmente passa por uma série de músicas
e algumas delas com estilos bem diferentes que nos conduzem por diferentes
contextos interessantes. Alguns momentos realmente sentimos esse tom mais
infantil e divertido, e orna com a cena (como a maravilhosa cena dos Munchkins
em Munchkinlândia, que foi fofa,
divertida e bem difícil de fazer!) e em alguns momentos levamos bem mais a
sério o que está acontecendo. Mas vocês sabiam que Over the Rainbow quase foi cortada do filme de 1939? Sim, o que
seria do filme sem isso…
Muito, mas não imagino.
Mas sinceramente, não acho que Além do arco-íris seja a melhor coisa do
musical. É lindo e surpreendente. Porque é a primeira música com letra do
espetáculo, e ouvimos o primeiro solo de Malu Rodrigues. Me arrepia ouvi-la
cantar. É simples e muito emocionante. Queremos o tempo todo ouvir isso de
novo, e ouvimos brevemente em um momento de muita tristeza, meio a lágrimas – e
trechos no Finale. Mas se pararmos
para pensar… meu momento favorito está em Agora
é pé na estrada. Mas eu chego lá.
O primeiro ato tem uma boa parte sem nenhuma
música. Eu não faço ideia de quanto durou, mas pareceu um tempo razoavelmente
longo antes que Dorothy chegasse a Oz. E antes disso só tivemos uma música. Mas
tivemos toda a explicação a Almira Gultch querendo levar o Totó, a apresentação
de cada um dos personagens e as personalidades que eles assumem mais tarde no
mundo fantástico de Dorothy e a mais que maravilhosa sequência do furacão em
que Dorothy é levada para Oz…
E depois que ela conhece os Munchkins e Glinda,
pega seus sapatinhos vermelhos que possuíram à Bruxa Má do Leste (para mim ainda
conhecida como Nessarose), conquista uma inimiga mortal e começa a trilhar seu
caminho na Estrada de Tijolos Amarelos rumo à Cidade das Esmeraldas, onde
começa a conhecer seus companheiros de viagem. E vai aparecendo um por cena,
até que todo o grupo esteja completo – mas eu gostei de como ela parece gostar
tanto do Espantalho, o primeiro. Amei o trabalho de André, mas não posso evitar
a curiosidade de ver Pierre no papel.
O Espantalho é apresentado com Com cabeça pra pensar (If I only had a
brain), e eu achei ele divertidíssimo; a maneira como ele falava e tudo o mais,
era bem engraçado. A expressão corporal ainda precisa ser regulada, um tanto
exagerada, mas tudo para a graça. O Homem de Lata chega com Se eu tivesse um coração (If I only had a
heart) e sua dancinha é impecável. E o Leão chega com Com coragem pra atacar (If I only had the nerve), em mais uma ótima
interpretação, com participação de seus amigos. O cenário característico a cada
um é ótimo, mas não posso deixar de comentar: os títulos em inglês estavam bem
melhores, huh?
E em meio a cada uma dessas, temos
a minha música preferida do espetáculo inteiro, que é Agora é pé na estrada (We’re Off to See the Wizard). É simplesmente
contagiante! Passei o intervalo cantando isso, e ainda fui embora cantando,
ótimo! Primeiro é com a Dorothy e o Espantalho. Depois eles dão a volta,
aparece o próximo e fica entre Dorothy, Espantalho e Homem de Lata. Por fim,
junta-se o Leão e os quatro cantam novamente essa música tão marcante. E em Vozes Otimistas temos uma “reprise” de Agora é pé na estrada e o primeiro ato
termina digno de aplausos em pé.
No segundo ato, eu adoraria
ressaltar principalmente dois momentos. Esse
mundo feliz de Oz, que é tão maravilhosa e me lembra muito o espírito de
Oz, acho que tem a cara do espetáculo. Embora eu não tenha parado de pensar:
“Em Wicked a chegada à Cidade das
Esmeraldas é antes do fim do primeiro ato”.
E, claro, O Besourão (The Jitterbug),
que é uma das músicas mais diferentes de todo o musical… quando a Dorothy
cantou a sua parte eu quis surtar de tão perfeito que aquilo era… incomparável!
Também tivemos ótimas
interpretações em grupo, como Marcha dos
Winkies (como eu ri!) e Ding! Dong! A
Bruxa já morreu que ainda me faz vir à cabeça Rachel e Kurt cantando. E o
grande Finale. Gente, as músicas, bem
como os atores, histórias e toda a parte técnica de O Mágico de Oz são espetaculares. Eu não perderia a oportunidade de
ver esse show por nada. Infelizmente a temporada de São Paulo acabou de chegar
ao fim (afinal em Junho o Teatro Alfa receberá Rock in Rio) e não temos informações se irá para algum outro lugar.
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