O Mágico de Oz – “Não há lugar como a casa da gente”
Perfeição.
Sim, eu saí do teatro cantando a música tema dos
Winkies e a maravilhosa “E agora é pé na
estrada, pro mágico mundo de Oz”. Admirado e muito contente com a produção
impecável. Tudo funciona perfeitamente, desde a iluminação e o cenário
magnífico até as músicas e os talentosíssimos atores. Além, é claro, da
maravilhosa história do Mágico de Oz,
tão repleto de simbologias que nos fariam ficar discutindo um ano todo. E eu
sempre amei essa história, então…
Agora eu verdadeiramente entendo a razão de O Mágico de Oz ser um marco tão
importante na história do teatro. Porque da literatura e do cinema é
inquestionável, mas a versão musical da história é imperdível. Músicas
envolventes, de vários estilos e que combinam com seus personagens e histórias.
Tudo muito marcante para que você se lembre mesmo das notas mais sutis! E a
vivacidade e a alegria incomparável. É irreverente sem deixar de ser
questionador, interessante.
Foi muito mais do que eu esperava.
Para quem ainda não conhece a história do Mágico de Oz (embora eu duvide que essa
pessoa exista), conta a história de Dorothy, uma menina simples que mora no
Kansas com seus tios, e é levada, junto com seu cachorrinho Totó, para a
maravilhosa Terra de Oz quando um tornado carrega sua casa. Sua aterrissagem já
causa estardalhaço, pois ela pousa em cima da Bruxa Má do Leste (“Quem foi o palhaço que transformou minha
irmã numa casa?”). Com seus sapatinhos de cristal vermelho, seguindo o
conselho de Glinda, segue a Estrada de Tijolos Amarelos em busca do Mágico, que
poderá realizar seu desejo de retornar embora.
No caminho ela encontra alguns companheiros de
viagem. O Espantalho que quer um cérebro. O homem de lata que quer um coração.
E o leão covarde que quer ter coragem – amei o tom cômico dele na peça! E o
grande e maravilhoso segredo da história do Mágico
de Oz está na grande fraude que o tal Mágico significa, mas que prova a
todos que o poder para ser o que você quiser ser está sempre dentro de você
mesmo. Ele consegue tirar de dentro do Espantalho a inteligência, do Leão a
coragem e do Homem de Lata o sentimento. Eu amo essa mensagem, e sempre a amei.
Eu amei a maneira como isso acontece na peça. Os
atores a interpretar os personagens se repetem, tendo um personagem no Kansas e
outro em Oz. Ficou interessantíssimo notar as referências futuras que cada um
ia deixando, e aquele som de ideia toda vez que isso acontecia. Os três amigos
de Dorothy dando conselhos sobre coragem e dizendo coisas como “Eu não sou feito de ferro não” e usando
espantalhos… Tia Em perguntando se ela queria que ela resolvesse tudo “usando uma varinha de condão”, o fajuto
Professor Marvel, a vizinha má que quer destruir o Totó…
Genial, huh?
Eu queria aplaudir a cada referência bem
construída e colocada ali. Quase não quis que Dorothy fosse para Oz. Até porque
aquele cenário estava tão belo de se olhar que eu não queria que saísse. Mas
toda a construção técnica é ótima! Tanto os cenários quanto os figurinos estão
impecáveis, e a iluminação contribui para os propósitos. Os efeitos especiais
são ótimos, amei o sapatinho e a sequência que leva Dorothy a Oz,
proporcionando um contraste evidente entre o Kansas e Oz. E dessa vez parece
que Dorothy criou um mundo paralelo em sua cabeça para se refugiar das coisas
que a incomodavam enquanto estava no Kansas.
História belíssima.
As músicas estão maravilhosas e muito bem
traduzidas e o elenco está de parabéns em seu trabalho, com algumas pessoas que
se destacam tanto que apenas me tornei ainda mais fã de seus trabalhos. Mas é
verdade. Não tem como você ir para Oz e sair de lá a mesma pessoa. Você sai de
lá maravilhado, mudado, e provavelmente vai tirar um tempo novamente para
avaliar todas as mensagens do enredo. Você deve fazer isso. Tão divertido, tão
bonito, faz tanto bem. Todo mundo que tiver a oportunidade precisa assistir!
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