Timecop – O Guardião do Tempo
Um daqueles filmes cheio de furos de roteiro.
Ficções científicas, e especialmente viagens no tempo, tendem a gerar roteiros
complexos, mas nem sempre precisam sê-lo. Prefiro a simplicidade bem
estruturada (vide o caso de De Volta Para
o Futuro, uma história simples mas sem contradições ou incoerências) do que
pretensões de complexidade que não levam a nada.
Acredito que viagens no tempo são temas
complicados e perigosos, e precisam ser encarados como tal. Juro que se a viagem
no tempo for inventada um dia, e na realidade vivermos nessa segunda
possibilidade (na qual uma viagem ao passado e uma ação diferente por lá pode
interferir em todo o futuro), eu espero viver em um filme, como em TimeCop. Porque é impressionante como pode
acontecer o que acontecer e no final tudo terá dado certo e as viagens no tempo
terão sido para melhor.
Fucking
logic.
O final é previsível, com ambição de ser
emocionante, mas é quase risível. É um filme interessante, e possui cenas que
realmente valem muito a pena se você é fã de viagens no tempo, mas que você
precisa ter paciência para que seu cérebro não exploda nas infinidades de
paradoxos que poderiam ter sido criados. E foram. Não que o roteiro tenha dado
alguma importância para isso. Mas o pior foi o destino final de McComb, que
realmente me deu vontade de rir. Demais. Vergonha alheia define.
O filme começa muito bem introduzindo a viagem no
tempo e as linhas que a produção seguirá. Então em um momento bem didático,
temos a explicação de que não se pode ir ao futuro (que ainda não aconteceu,
teoria na qual não acredito), e que é perigoso ir ao passado, pois qualquer
interferência pode causar alterações no presente e futuro, podendo até destruir
a humanidade. Como uma pedra caindo no lago e as ondas que se originam dela.
Teoria que já bem conhecemos. O filme então nos mostra que pelo visto
precisamos de MUITA mudança para alguma coisa significativa acontecer.
Se passando em 2004, uma agência foi criada para
espécies de policiais voltarem no tempo e impedir viagens clandestinas com
intenções criminosas. Na maioria das vezes uma tentativa de conseguir dinheiro
com informações que se tem do futuro. Só estava esperando ver o Almanaque de
Esportes em algum lugar, mas ou eu não prestei muita atenção ou não estava lá.
E acompanhamos preferencialmente a história e planos de McComb, que gerou uma
grande máfia na tentativa de conseguir dinheiro suficiente para sua campanha
para a presidência.
De maneira inusitada (porque tudo parece uma rede
de coincidências que une McComb com Max Walker, inclusive nas datas), Max acaba
se tornando a pessoa mais interessada em caçar e deter o político corrupto. Com
direito até a um futuro alternativo pouco explorado, o passado é novamente a
única salvação para deter McComb – na noite em que a mulher de Max fora
assassinada. Claro que as duas histórias se cruzam, e o lado pessoal interfere
bastante, em uma série de cenas nas quais ignoramos a lógica e admiramos a
construção (como o chute na cara do jovem McComb que gera a cicatriz no velho –
LINDO aquilo!).
Porque a ação não é o que mais me interessa. Mas
seja como for, meus olhos brilham com essas viagens no tempo mais evidentes,
portanto amei a cena do shopping com o Max +10 falando com a esposa, Melissa,
antes de o Jovem Max encontrá-la… melhor ainda foi vê-lo interferir para fazer
sua versão mais nova não sair de casa e salvar a esposa, em cenas que deixariam
Melissa bem louca na realidade – mas foi ótimo ouvir os diálogos. E eu estaria
disposto a ignorar os paradoxos da cena se não fosse o Senador McComb encontrar
o candidato à Presidente McComb e aquela história de “a mesma matéria não pode
ocupar o mesmo espaço” acabar de maneira WTF?
O filme é interessante. Quase toda a ação acontece
em basicamente dois atos, e acaba por ser uma narrativa com o todo simples. Sem
grandes cenários, explosões ou tecnologia, o filme tenta se basear na história,
mas ainda assim deixa passar alguns furos deploráveis. Ainda vale a pena
assistir, especialmente para fãs de viagens no tempo como eu, que precisam ver
tudo o que existe sobre o tema. Ainda acho que Looper tem bem mais furos do que esse aqui, não vou nem entrar
nesse assunto… até mais!
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