On Broadway – Billy Elliot, the Musical – Solidarity Forever
Um ótimo e brilhante musical!
O que mais me encanta em Billy Elliot é a profundidade do enredo, e a capacidade de falar
com pessoas de qualquer idade através de sua atemporal história sobre uma greve
dos mineradores na Inglaterra de 1984 – controverso, huh? Mas é justamente como
nos sentimos, a história ainda fala conosco, nos diverte, nos enche de
esperança, nos faz torcer pelos personagens e sofrer com eles, além de nos
emocionar. E ainda há toda a parte técnica que é tão linda.
Eu amei os cenários, amei também esse estilo de
empurrar coisas para lá e para cá, os próprios atores fazendo isso – bem como
os figurinos, especialmente os de Billy Elliot que o deixavam bem fofo, sempre
evocando a imagem que temos do filme. A iluminação era impecável, com imagens
bem vívidas em nossa mente de destaques dados a alguns atores em cenas de
dança, por exemplo. E as músicas… oh, as músicas. Em sua maioria músicas
bastante expressivas, densas e com um ritmo não tão acelerado. É o estilo do
musical, que lembra bem o balé.
Que é belissimamente bem representado em vários
momentos de dança. No começo é apenas uma piada com Billy e Michael lutando
boxe e Billy se empolgando daquela maneira toda, divertidíssima e contagiante –
se sentindo o “John Travolta”… por
isso foi bom ver isso sendo usado novamente mais tarde na peça. Mas eu amei
especialmente a dança com as cadeiras, nas duas vezes… embora na segunda vez
seja toda uma longa sequência de fazer nossos olhos brilharem, em que ele dança
com sua versão futura (Swan Lake), e
é simplesmente emocionante. Sem contar que linda e difícil com o voo e tudo o
mais…
E Electricity
que é épica!
A história de Billy Elliot perpassa toda a greve
dos mineradores em 1984. Esses representados pela família de Billy, e sua causa
é bastante nobre, ver a luta é bastante bonito – e eu gosto especialmente de
vê-los cantando juntos, porque eu acho que eles têm muita força. Mas mais do
que isso e mais do que o sonho de dançar balé, acho que Billy Elliot é a
história de Billy com as pessoas daquela cidade… porque, em primeiro lugar,
vide o exemplo do próprio pai – a primeira reação dele, mas o tipo de coisa das
quais ele abriu mão para apoiar o filho e estar com ele, 100% comprometido para
que ele pudesse ter sucesso e ser feliz… é emocionante.
Ainda na família, o irmão problemático que
proporciona cenas maravilhosas como Angry
Dance, que foi lindo de se ver, uma expressão de revolta do Billy através
de sua dança, enfrentando inclusive os policiais da cidade. Ou então a avó, por
quem ele tem tanto carinho e proteção. A mãe… as cenas com a mãe morta são
ternas e repletas de emoção. As duas versões de The Letter são emocionantes e fazem lágrimas se juntarem em nossos
olhos bastante depressa…
Michael… eu acho apaixonante e bela a maneira como
a amizade dos dois flui, sentimos o quão real é tudo aquilo. E Cameron Clifford
(com quem eu vi) é um Michael PERFEITO! É muito talento para alguém tão
pequeno… o Michael tem que ser extremamente engraçado além de apresentar uma
profundidade e seriedade quando se trata de Billy, e ele faz isso perfeitamente.
Cenas como Express Yourself são
ótimas, e ele usando roupa de balé ou as da irmã é absolutamente hilário… e
como é ele quem termina a peça, com a despedida de Billy. Triste e emocionante.
E a Sra. Wilkinson, uma personagem complexa que
quer o melhor para Billy, mas não é tão carinhosa. É dessa maneira que a
admiramos por ensiná-lo tanto (e não é sempre tão bom vê-lo dançar?) e por
sempre acreditar nele, apresentando todas as oportunidades que ele tem na vida
– é por esse motivo que a amamos tanto, que admiramos o abraço demorado que
Billy dá nela e nos emocionamos de verdade quando ele vai até ela para se
despedir no final do musical… e suas palavras combinam bastante com ela,
garantindo que ele tem um futuro brilhante e que nada ali lhe interessa mais.
Nem ela.
Mais duas músicas que eu adoraria comentar: Born to Boogie. Uma das poucas cenas da
peça em que me lembro que a melodia era bastante alegre também, e a cena era
leve e gostosa. Billy, Sra. Wilkinson e Sr. Braithwaite dançando lindamente e
nos divertindo de verdade com uma letra legal, uma energia bem para cima, era
contagiante. E isso era bem pouco antes de dar todo aquele problema com o pai e
o irmão e o pobre Billy desistir de seu sonho de ser bailarino e tudo o mais…
E claro, Electricity.
Se no filme a cena em que ele e o pai são interrogados no teste já era bem
emocionante, no musical ver a declaração de amor que Billy faz à música e à
dança é lindo. A letra é emocionante e muito bonita, e Ty Forhan cantou de
maneira belíssima, mas ainda além disso, ele tem um solo de dança especial – é
só ele no palco, sem apetrechos extras, e ele arrasa, não conseguimos nem
piscar enquanto ele está dançando. Para ainda cantar mais uma parte da música e
dançar mais um pouco… aplaudimos exageradamente esse momento!
Não, não exageradamente.
Ty Forhan agora é o meu Billy Elliot – foi com ele
que eu assisti ao vivo em São Paulo, aquele cabelo tão loiro será minha
recordação do personagem de agora em diante. Aos 14 anos, o ator mostra um
preparo incrível, porque ser Billy Elliot não é nada fácil – ele precisa cantar
(e ele faz isso tão bem, eu amei a sua voz! Ok, o sotaque ajudou), dançar balé,
fazer sapateado, e todo o resto que qualquer ator de musical precisa: atuar,
por exemplo. E Ty é um ator fenomenal, um ótimo Billy Elliot… apesar de que eu
acabo ficando curioso para conhecer o trabalho dos outros atores também…
Billy Elliot
é um musical excepcional. Com um senso de humor bem característico (as piadas a
respeito de palavras pronunciadas diferentes, por exemplo) e todo o restante
que vocês já estão fartos de ler nas minhas três postagens, o musical vale
muito a pena! Uma pena que tenha ficado tão pouco tempo, e por esse motivo
muita gente provavelmente não pôde assistir… mas procure trechos na internet, ouça
as músicas, vale muito a pena… e uma história, oh, a história! São tantas
coisas que fica até difícil organizar, profunda em vários pontos. Musical
incrível!
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