Os Instrumentos Mortais – Cidade dos Ossos
Incrível.
Com alguns pequenos desvios inevitáveis e algumas
adaptações essenciais que tornaram o roteiro mais dinâmico e crível (acreditem
em mim, não ia ser legal ver o Simon
como rato, pare de reclamar disso!), acho que Cidade dos Ossos foi uma brilhante adaptação do livro homônimo de
Cassandra Clare. Saí do cinema extasiado, contentíssimo. Já conhecendo a
história, fiquei muito feliz por ver isso em vídeo finalmente, e por ver que o
estilo foi mantido e o filme pode ser considerado fiel ao livro… mesmo que
alguns atores não se pareçam com seus personagens.
O que relevaremos. Afinal cada um imagina uma
pessoa diferente em sua cabeça de acordo com a escassa descrição fornecida pela
autora – convencer a todos na versão cinematográfica não é fácil, então mesmo
não achando que Jamie Campbell Bower fosse minha versão de Jace, eu apreciei o
trabalho do ator, que construiu o personagem de maneira precisa e convincente –
uma ótima atuação; e Lily Collins, mesmo eu tendo brigado com ela no trailer
por ter gritado na morte na boate, foi uma brilhante Clary, absolutamente
perfeita para o papel.
Mas a Clary não é do tipo de menina que grita por
aí.
É um filme exaltado. Do começo ao fim, ele
praticamente não pára em momento algum. E foi um dos motivos de eu ter gostado
tanto – afinal o livro também é bem constante, não tem muito momento para
processar as informações. Então é uma grande sequência de lutas de Caçadores
das Sombras contra o que quer que seja, mas tudo tão bem coreografado que é
lindo… e cada luta bem colocada com sua própria concepção única, como a escura
e sombria cena da luta contra os vampiros, que foi espetacular. Rápida,
apreensiva, mas muito bem construída. Um filme de ação bem justificado.
O filme nos apresenta Clary Fray, uma garota
aparentemente normal que, ao sair com seu amigo na noite de seu aniversário,
presencia um brutal assassinato em uma boate, mas ninguém mais parece notar. É
então que ela começa a enxergar um misterioso símbolo à toda parte e um rapaz,
que ninguém mais vê. Dessa maneira Clary é introduzida ao mundo dos Caçadores
de Sombras, do qual faz parte muito mais do que imagina. O passado de sua
família faz parte dessa história toda, sua mãe escondeu segredos o tempo todo,
e toda sua vida parece ter sido uma grande mentira. Então além de lutar contra
demônios, ela precisa achar e proteger o Cálice Mortal, enquanto desvenda os
mistérios nos quais está envolvida.
É uma história fascinante. E tendo lido o livro no
começo do ano, eu amei a adaptação. Há várias coisas cortadas, infelizmente, e
achei que Isabelle e Alec poderiam ter tido mais destaque como no livro, mas o
estilo é mantido à risca. A narrativa frenética é constante, e acho que os personagens
se mantiveram verdadeiros a seus respectivos no livro (eu gosto demais do
Simon, e acho que Robert Sheehan fez um ótimo trabalho no filme, até
conquistando mais atenção do que parecia ter conquistado no livro), bem como a
história. A sequência dos acontecimentos, as informações…
Não há conflitos de informação.
Está tudo lá, bem como deveria estar.
Eu estava esperando um erro magnífico que me
fizesse perder o ânimo, e ele não veio. Comecei surpreso com a ordem que o
filme seguia, e a maneira como tudo parecia funcionar perfeitamente. O símbolo
usado por todo lado é sensacional! Tem até a poesia ruim do início do livro… e
eu ansioso para que o filme chegasse ao fim só para poder ver aquele desfecho
surpreendente e assustador que lemos no livro. E ele estava lá, impecável, com
a terrível participação de Valentim, que torna tudo muito grande e assustador.
O que me incomodou [não, não foi o Simon não virar um rato – a cena ficou
melhor assim!] foi a conversa de Valentim com Hodge pouco antes das revelações…
aquela teoria toda dos “corações partidos” é muito reveladora e não devia estar
lá!
Uma coisa que eu não entendi ao ler o livro, e o
filme não me ajudou em nada para entender melhor: por que o nome do livro/filme
é Cidade dos Ossos? Afinal é apenas
uma cena, que nem é tão longa nem tão importante assim… enfim. Os IRMÃOS DO
SILÊNCIO! Como eu aguardei ansiosamente para ver aquilo! Foi a minha cena
favorita do livro, espetacular, e embora eles não tenham sido exatamente como
eu sonhei, eles continuam sendo impactantes, com muita presença, e um tanto
quanto assustadores… as vozes deles são perfeitas, e é meio angustiante ver
aquele momento. Provavelmente o meu momento favorito no filme também!
Eu também gostei de como a mãe de Clary foi
tratada. As cenas iniciais foram ótimas, mas teve os flashbacks com os Irmãos do Silêncio, e entendemos muito com a
visita a Magnus (haha, amei a piadinha do “hot
one” e como Isabelle e Jace ficaram super convencidos – “Não estou falando
de vocês. Estou falando dele ali, o de olhos azuis”). O filme foi
inteligentíssimo na construção de suas cenas, como essa que mostrou os breves e
reveladores flashes ou então o
momento final em que mesclaram a conversa de Clary e Luke com a de Valentim e
Jace. Jonathan Christopher. J.C. Jace.
PERFEITO!
Por fim, eu gostei do filme por vários motivos.
Dentre eles os atores que interpretaram os personagens de maneira tão
convincente, a própria relação entre os personagens que ficou muito bacana
também (como o beijo de Clary e Jace e logo em seguida a briga com a saída de
Simon do quarto, exatamente como no livro! Outra coisa idêntica ao livro foi a
discussão Clary x Alec!) e a fidelidade ao livro. Um ótimo filme de ficção e
ação permeado por muitas sombras e algumas angústias que criam um semi-suspense
interessante e imperdível… muito curioso agora para ver a adaptação de Cidade das Cinzas. E vocês, o que
acharam?
Comentários
Postar um comentário