The Eleventh Hour – “Hello, I’m the Doctor. Basically run”
Primeira aparição do Eleventh.
Estava vendo uns episódios no Netflix, porque o
domingo chuvoso meio que exigia isso, e acabei caindo nesse episódio… e que
saudade! Agora que estamos nos despedindo de Matt Smith, é muito curioso ver o
episódio em que ele interpreta o Doctor pra valer pela primeira vez. E ele faz
isso tão bem, encantador desde aquela época, com cenas memoráveis e incríveis…
a série passa por uma total reformulação que não foi a coisa mais fácil, mas
deu tudo certo.
Na verdade, o episódio começa logo após a
regeneração do David em Matt, quando a TARDIS está caindo, e cai justamente no
quintal de Amelia Pond, aquela adorável menininha escocesa que não tem medo de
nada, nem de um louco que come coisas estranhas que acaba de sair de uma caixa
que caiu do céu. Bem, de quase nada, talvez apenas da rachadura em sua parede… Prisoner Zero has escaped.
Eu amo aquele episódio, porque estávamos
descobrindo Matt Smith como o Doctor, e ele mesmo estava se encontrando. Enquanto
fez alguns comentários como “That’s good.
Fantastic” ao falar sobre a cidade pequena (Ninth) ou então “Wibbly Wobbly Timey Wimey” sobre a
rachadura na parede (Tenth), ele também já colocou sua gravatinha borboleta, e
assegurou: “Bow-ties are cool!”. Bem,
mas talvez não tenha sido até “Hello. I’m
the Doctor” que tenhamos realmente nos apaixonado por Matt Smith…
O Doctor do Matt é encantador, uma fofura. Com uma
alma bem mais brincalhona evidente nesse episódio (ainda não sabíamos o quão sofrido
esse Doctor poderia ser), foi bom vê-lo como o Doctor maltrapilho de Amy, ainda
com as roupas antigas do David Tennant… vê-lo comer, vê-lo se atrapalhar todo
com as datas em relação à Amy, enfrentar alienígenas com uma confiança
incrível. O Doctor apaixonante, feliz e companheiro… aquele que faz comentários
impensados (“Como é o nome do seu amigo? Não
esse, o que é bonito”), e que transparece tanta confiança.
Amy talvez seja a companion que mais esperou, então é muito bonita sua relação com o
Doctor. Uma pequena criança que sonhou com o “Doctor Maltrapilho” desde sempre,
que foi a quatro psiquiatras por causa de seu “amigo imaginário”, aquela que
provou a todos quando ele apareceu novamente 12 anos mais tarde. “Aquele dia. As naves, os alienígenas, o
Prisioneiro Zero. Foi dois anos atrás!”, até que o Doctor volta para valer
uma noite antes de seu casamento… não será a primeira vez que ele deixará
Amelia Pond esperando, ou que ela vai ficar brava com ele.
Não deixa de ser triste. A maneira como ela
esperou, os sonhos que sempre teve… e o episódio traduz isso tudo tão bem! A nova
TARDIS finalmente fica completa, e o Doctor abandona Amy e Rory para fazer
alguma coisa, voltando apenas dois anos mais tarde, achando que era apenas mais
tarde naquele mesmo dia… é tão maravilhoso ver Amy entrar na nova TARDIS, e se
encantar, se maravilhar com aquilo tudo. Tanto que ela esperou. “I’m definitely a mad man with a box”. Nós
somos como ela. O quanto esperamos…
Mas a nova TARDIS…
Parece que quando Christopher se regenerou em
David a série não sofreu um reboot
tão grande, afinal Rose ainda era sua companion
e algumas coisas foram mantidas. Depois, mesmo com trocas de companion, o Doctor se manteve. Mas foi
aqui, para a estréia do quinto ano que a série mudou completamente. Parecia que
estávamos entrando em um novo mundo, em uma nova série. O Doctor era novo, bem
diferente do de antes, a companion
era nova e estávamos sendo apresentados a ela pela primeira vez, a TARDIS
destruída estava se reconstruindo, ficando com um visual todo novo, e mesmo a
chave de fenda sônica estragou e ele ganhou uma nova.
Verde.
A TARDIS tinha tantos detalhes…
Parecia clássica, antiga e ao mesmo tempo muito
moderna. Lembrava um pouco aquelas naves e os sonhos da década de 1980, mas
também tinha uma cara de coisa nova que combinava com o estilo atual da série. Também
tinha pequenas detalhes que nem sabíamos para que serviam, mas que estavam lá
compondo o todo, absolutamente encantadores, combinando também com o novo
Doctor, excêntrico, divertido e meio hiperativo… Matt Smith estava começando
sua jornada.
Até a abertura sofreu mudanças grandes, o logo
também já não era mais o mesmo, os créditos iniciais não mudaram apenas os
nomes dos atores… uma nova era em DOCTOR WHO estava começando… e particularmente, eu gostei bem mais dessa nova abertura, que mesmo sem o close belíssimo da TARDIS, era bem mais forte e impactante com os raios, mostrando o controverso Steven Moffat tomando conta TOTALMENTE da série, além de que as cores frias deram um clima mais moderno ao momento, sei lá.
E como será com o Peter Capaldi?
The Eleventh
Hour infelizmente está chegando ao fim, mas vendo agora esse episódio
novamente, temos a certeza que Matt Smith teve uma passagem belíssima pelo
programa. Encantador desde suas primeiras cenas (embora estivéssemos ainda
sentindo saudades de David), o personagem cresceu, ficou mais sombrio, uma
mescla incrível com essa irreverência e agilidade dele… essa alma por vezes tão
velha no corpo tão jovem. Passamos anos com Matt como o Doctor, e foi lindo…
agora vamos fazer umas maratonas com ele para superarmos o fato de que ele está
deixando o programa.
E que venha PETER CAPALDI!
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