Eleventh Doctor – Nothing O’Clock (Neil Gaiman)


Matt *-*
Se você acompanha o blog há algum tempo (e não precisa ser longo), você já sabe que eu sou apaixonado pelo Doctor de Matt Smith e por aquela gravatinha borboleta que sempre o acompanha. Por isso estava ansioso por ler esse conto, e a gravata estava lá (sem fez, infelizmente), e algumas referências que não me pareceram vir dele, mas ok. Não sei se é porque foi o único dos contos que eu li acompanhando com o audiobook, mas parece que eu senti bastante o Matt no conto de Neil Gaiman – AMO audiobooks, é uma aventura totalmente diferente, embora não tenha sido o melhor dos contos.
O Doctor de Matt Smith é bastante excêntrico (como se os outros também não o fossem), mas de uma maneira diferente da que estamos acostumados – com sua gravata borboleta, sua personalidade é bastante bem-humorada, alegre e nos faz bem. É bom ver esse seu lado otimista, brincalhão, mesmo que esse Doctor seja bem complexo. Ao mesmo tempo em que ele é brincalhão e basicamente uma criança grande, muitas vezes ele é um dos Doctors que mais transparece a dor de todos seus anos de vida. Podemos sentir em seu olhar e na sua voz, que muda drasticamente, todo o sofrimento pelo qual já passou. Aí explica-se o porquê de muitas vezes nos referirmos a ele como “um homem velho em um corpo jovem”.
Neil Gaiman, autor de
"Nothing O'Clock"
Quando o nome do conto foi anunciado como Nothing O’Clock, eu muito depressa lembrei-me de The Eleventh Hour, que foi o primeiro episódio protagonizado por Matt, e que é simplesmente fenomenal. Não sei dizer se foi proposital ou não, mas o que importa é que me lembrou isso. E nesse conto, uma raça alienígena conhecida como Kin está tentando tomar conta da Terra. Com a capacidade de viajar no tempo, o plano é o de “comprar” todo o planeta e dominá-lo, com a irreparável extinção dos humanos. Gostei de como eles foram retratados, com aquelas máscaras engraçadas mas ao mesmo tempo bastante assustadoras, e o tom soturno de como eles pediam que lhes dissessem as horas.
“Tell me what the time is”
Claro que a companion foi Amelia Pond, nossa queridíssima Amy – Clara ainda terá suas chances futuramente, uma vez que prosseguirá como companion do Twelfth, mas sabem do que eu senti falta? Do Rory. Sei lá, eu sempre gostei muito do personagem, e Nothing O’Clock foi ambientado em um momento em que Amy já era totalmente apaixonada por ele, irrestritivamente, mas o Doctor ainda não tinha muita intimidade com o personagem. Mas ver esses dois interagindo, montando seus planos. Sempre fantástico. Segunda melhor parte do conto: “Were you always like this?” “Like what?” “A madman. With a time machine” “Oh, no. It took ages until I got the time machine”.
E eu infelizmente acho que pequei em procurar o Eleventh realmente nesse conto. Eu o encontrei nas melhores descrições como “[…] a tall man with a tweed jacket and a bow-tie knocked on the door”. Teve comentários sobre a gravata, sobre o cabelo e até mesmo sobre o queixo, mas acho que o melhor trabalho de representar Matt Smith foi feito por Peter Kenny, o leitor do audiobook, que soava exatamente como Matt sempre que estava lendo suas falas. Incrível. Mas também houve comentários que eram bem sua cara, e até umas coisas que deram uma fugida do Eleventh. “You’re telling me it’s timey-wimey, aren’t you?” te lembra alguma coisa?
Mas “So that’s important?” “Not even a little bit. But it’s true” foi muito Matt.
Teve discussões a respeito dos paradoxos, teve o Doctor explicando para Amy que ela era “an independent temporal, nexus, chronosynclastically”, e eu realmente me pergunto se terem insistido no Kin com máscara de Lobo não tem nenhuma relação com Bad Wolf, lá do Christopher? Quero pensar assim. E O MELHOR DE TUDO:
“The Doctor had a remarkable memory. The problem was, there was so much of it. He had lived eleven lives (or more: there was another life, was there not, that he tried his best never to think about) and he had a different way of remembering things in each life”
JOHN HURT!
O conto se desenvolve de maneira muito inteligente, e eu gostei do ar mais sombrio que foi dado a essa história, que embora as piadas e o espírito leve de Smith, também contou com uma narrativa mais dark que as restantes. Um ótimo desenvolvimento e clímax, foi bom entender bem os Kin, amei o plano deles, de verdade, e também amei a maneira como tudo foi solucionado, lembrando um pouco o segundo episódio de Christopher, mas ao contrário. Enfim, acho que eu fiquei ligando a muitos Doctors ao mesmo tempo! Ah, e ainda teve umas duas citações aos Daleks, uma das quais explicava o que o nome deles significava em Skaroniano.
Matt Smith estreou como o Doctor em 2010, e ainda é o ator mais jovem a entrar no papel. O interpretou de uma maneira totalmente diferente e muito bem-humorada, que conseguia nos divertir e certamente nos emocionar sempre que era preciso. Foram ótimos anos nos quais os sorrisos e brincadeiras deixavam seu lado sofredor ainda mais evidente e triste. Meio paradoxal. Infelizmente estamos no último ano com esse maravilhoso Doctor que marcou os fãs dessa nova geração – incrível, teremos amanhã o Especial de 50 anos, e a fatídica regeneração no Especial de Natal – que já é anunciada como algo de partir o coração. O que eu não duvido. Nem um pouco.
Gostei demais dessa iniciativa de lançar esses 11 contos ao longo do ano todo para comemorar os 50 anos de Doctor Who. Mesmo que eu só tenha postado agora (porque achei que seria ótimo para o Mês Temático), foi um ano todo que eu passei acompanhando o Doctor em aventuras escritas, e foi ótimo. Alguns contos muito melhores do que outros, cada um teve seu toque e sua importância, bem como os Doctors – mesmo com nossos preferidos, temos características que nos chamam atenção em cada um. É AMANHÃ! Finalmente a espera chega ao fim, e eu desejo um dia maravilhoso aos whovians de todos os planetas! Logo escrevo mais para o blog, se eu estiver em condições para tal… e esse conto foi uma das minhas despedidas a Matt. Maratona?

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