Ninth Doctor – The Beast of Babylon (Charlie Higson)
Se você me perguntar pelo conto inteiro, eu não
diria que é o melhor nem um dos melhores contos, mas teve uma coisa que fez com
que eu me apaixonasse: o timing
perfeito de Charlie Higson! Então eu até esqueço a história toda da Babilônia,
e me interesso pela maneira como a história está organizada, e quando foi que o
Doctor do Christopher viveu todas essas aventuras… uma organização
inteligentíssima que me deixou eletrizado. E acho que foi uma das mais bonitas
homenagens a Doctor Who feitas até
aqui.
Charlie Higson, autor de "The Beast of Babylon" |
Novamente tivemos uma companion criada especialmente para a série de contos que nunca
esteve na TV, nem ao menos citada, mas por um ótimo motivo – mas dessa vez Charlie
Higson fugiu de qualquer expectativa dos whovians
e criou uma companion bastante
diferente em alguns pontos: não humana, mas Karkinian, uma guerreira nata,
capaz de atos violentos como matar (mesmo que para proteger o Doctor). E embora
no começo eu não entendesse como um conto com o Doctor do Christopher Eccleston
poderia não ter Rose Tyler, acho que ficou muito melhor do que se ela estivesse
ali!
Pudemos senti-la do começo ao fim!
Chegou um momento no conto em que meu cérebro
começou a reclamar. Embora eu estivesse amando, e o conto tivesse tudo para ser
perfeito até ali, com belíssimas descrições tanto do Doctor quanto da TARDIS e
da Rose (além da linda homenagem aos companions
anteriores), algo não parecia fazer sentido: quando aquela história estava acontecendo? Difícil encaixar uma
história do Nono Doctor sem Rose Tyler, uma vez que temos a consciência de que
ele a encontrou logo após a sua regeneração (em Rose o vemos olhar no espelho e se admirar com as novas orelhas) e
ela está presente quando isso ocorre novamente e ele vira o David Tennant…
Então quando?
Isso me fez questionar por um tempo. Com muitos
elementos como “disse adeus a Rose”, sentimentos de saudades e coisas assim, eu
comecei a perguntar se o autor tinha ao menos assistido à temporada com o
Christopher Eccleston para escrever essas coisas… ai que tolo de ficar
julgando! No entanto, levantei uma teoria interessantíssima que provou-se
correta, e torna o conto FENOMENAL: a de que isso tudo aconteceu depois que o
Doctor a chamou para ir com ele e ela escolheu ficar com Mickey, mas antes dela
correr até a TARDIS. Ou seja, naqueles segundinhos da partida ao retorno do
Doctor no primeiro episódio de 2005.
The Beast of
Babylon é uma incrível descrição do Nono Doctor e uma aventura
interessante, embora bastante diferente do que estamos acostumados. Quando Ali
vê uma esfera cair do céu acaba sendo enfrentada pelo Doctor, e exige sair com
ele em uma aventura, louca para deixar seu planeta por uma vez – são muitas
cenas de ação, uma sequência de nomes complicados e malucos que você não
precisa se preocupar em entender, e uma bonita despedida do Doctor que deixou
muito claro algumas coisas que talvez já tenham passado por nossa cabeça muitas
vezes.
Como
se escolher companions?
“Oh, I’ve had so many companion in
my life. Susan and Barbara and Ian, Prince Egon, Jamie, Polly, Ella McBrien,
Sarah-Jane Smith, Leela… They come, and, inevitably, they go. But
without them…” BELÍSSIMA declaração de amor do Doctor para seus companions
passados, eu gostei – e quando ele deixa Ali de volta em Karkinos, ele explica
os motivos de sempre escolher humanos – “This
is why I usually take humans as my companions. They have… well, they
have humanity. Not all of them, I’ll give you that, but
the ones I choose”. Como mencionei o trato aos companions em outras reviews,
gostei dessa abordagem totalmente diferente a respeito do tema!
Mas Rose Tyler foi o foco. “I was trying to find
it and put a sock in it and I was helped by a girl – about your age, as it
goes. A lot like you in many ways. […] Rose. Rose Tyler. […] Rose? She was
funny and tough and clever and resourceful. She saved me, and she saved her
boyfriend Mickey, and she saved the whole damned planet”. TÃO FOFO! E o Doctor passa
o conto todo pensando nela, e é Ali quem dá conselhos do tipo “Você deveria tentar de novo” ou “Você volta lá agora mesmo e pergunta a ela
de novo. Mas você tem que oferecer a ela mais do que – bem – você. Quer dizer,
você é um Time Lord, mas você não é
tudo isso”. E ELE VOLTA!
Que emocionante, que nostálgico e que triste ler
isso…
He’d timed it just right. Rose was almost
exactly where he’d left her, there, standing with Mickey, who was looking more
than a little confused.
He grinned wider at Rose, relishing her
surprise. He was a cheap magician sometimes. But it worked.
‘By the way,’ he said. ‘Did I mention? It also
travels in time.’
[Interferência minha: AAAAAAAAAHHHHHHHHH!]
And he stepped back inside, leaving the door
open. Was it enough? […] Watched her turn to Mickey and say something, kiss
him, and then she was running towards the TARDIS, her hair flying, and he knew
that everything was going to be all right.
He had his new companion.
Perfeito, não é? Charlie Higson viu uma
possibilidade e encaixou sua história ao cânon de Doctor Who de uma maneira que nenhum outro autor desses contos
conseguiu… simplesmente sensacional.
Christopher Eccleston interpretou o Doctor em
2005, quando a série retornou ao ar, e trouxe com ele um monte de mistério, uma
vez que as circunstâncias de sua regeneração eram incertas, e uma Time War
tinha ocorrido entre ele e a última encarnação que conhecíamos. Muitas vezes
marcado pela culpa e assustador, era um Doctor simpático, cínico, com um
sorriso marcante e constante – estranho como Charlie gosta de chamar. Isso foi
uma das coisas que me fez sentir Eccleston durante toda a narrativa.
“He looked like a typical man. Two
arms, two legs. The usual. Short hair. Sticking-out ears and a big nose. Black
leather boots. Black leather jacket”. Era um Doctor muito diferente dos
anteriores, e eu gosto bastante dele – especialmente porque ele é totalmente
diferente do que você imagina ao ver suas imagens mas não ver um episódio seu.
Christopher era APAIXONANTE com uma brilhante interpretação do Doctor… sua
regeneração também foi uma cena bem bonita, e eu gostava bastante de sua
relação tanto com Rose como com Jack… bem, um ótimo Doctor, importantíssimo a
todos os whovians e bem representado
no conto do Charlie Higson… o primeiro episódio de 2005 nunca mais será o mesmo
depois disso! Não deixe de ler…
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