Os momentos de “The Time of the Doctor”
Tantos.
The Time of
the Doctor foi feito de momentos. Momentos de pura piada e diversão,
momentos daqueles grandes olhos tristes, momentos de emoção e momentos de
despedida. O cenário muda para Doctor Who,
as coisas passam depressa, e esse último Especial de Natal de Matt Smith
consegue ser memorável como o último volume da trilogia começada com The Name of the Doctor. Os fãs
certamente riram, choraram, aplaudiram e ficaram apreensivos… eu imagino essa
experiência no cinema, como The Day of
the Doctor. Teria sido algo eletrizante, certamente.
O episódio começa como um interessante e comum episódio
de Matt Smith. Aquele rapaz jovem e brincalhão, disposto a se passar por
namorado de Clara no telefone, com ótimas piadas a respeito das roupas
holográficas (“Anyone for Twister?”),
e uma bonita e divertida relação com ela. Rimos, nos emocionamos, foi tudo
muito incrível. E logo depois eu já fiquei triste, porque a abertura me partiu
o coração – me partiu o coração porque foi difícil olhar para o nome de Matt
Smith e saber que era a última vez que o veríamos ali, daquela maneira…
Mas retornamos às piadas.
Teve até piada da peruca!
Depois, outros dois grandes momentos que tivemos:
os Silents “atacando” Clara, porque acho que é uma das coisas mais
aterrorizantes da Mitologia de Doctor Who.
Eles são sinistros, conferem uma sensação de puro desespero, e é muito
desconfortante não lembrar de seus encontros com eles. O que nos deixa
apavorados na realidade. E o ataque dos Weeping Angels (“Don’t look away, don’t look away. Don’t… even… blink.”), perfeito
como sempre – eu amo suas histórias, porque além de assustadores, seu foco é o
suspense magnífico, fazendo com que entremos em pânico com aquela ação
diferenciada.
CAMPO DA VERDADE. Chegando a Trenzalore, temos a wreck in the wall, e as referências
todas ao primeiro episódio de Matt Smith – lembramo-nos de Eleventh Hour, e ainda somos ajudados por rápidos e emocionantes flashbacks que nos mostram uma jovem e
pequena Amelia, que nos deixa confusos se veremos ou não a Amy Pond que
acompanhou o Doctor por tanto tempo. Matt começa a se tornar mais taciturno e
introspectivo, a aura alegre do episódio começa a desaparecer. E então já
sabemos onde estamos e para onde vamos – os Senhores do Tempo presos em outro
Universo, tentando passar para cá, esperando a resposta à pergunta Doctor Who?, e uma guerra se aproximando
loucamente.
The oldest question in the Universe.
Hidden in plain sight.
DOCTOR WHO?
The man who stayed for Christmas. O episódio muda
drasticamente. O tempo começa a passar enquanto o Doctor fica em Trenzalore
para defender a população da guerra – e manda Clara embora para protegê-la. E o
desespero e a tristeza dela é exatamente o que sentimos também, parece que o
Doctor está nos abandonando com ela,
nos sentimos sozinhos e vazios. E ver o tempo passar, o Doctor envelhecer, o
Matt que conhecemos deixar de existir só enerva essa sensação de perda. Isso
tudo colabora para essa sensação desesperadora de que o nosso Eleventh Doctor
está indo embora, nos escapando, e que as cenas felizes de Matt chegaram ao
fim.
Mesmo quando ele está dançando como no casamento.
Aquela cena nunca mais será feliz.
“Well, where have you been for 300
years?”. Presumimos
que muito tempo se passou no episódio todo, e que o Doctor começa a beirar os
2000 anos, mas “ele é velho demais para
lembrar a idade. Ou velho demais para lembrar se já começou a menti-la ou não”.
É bonito ver Clara e Doctor juntos novamente, mesmo que eles briguem e riam – o
sentimento de conforto por estarem juntos novamente é tão real, tão verdadeiro.
E nós nos identificamos tanto com ele! “I
can change 12 times. 13 versions of me. 13 silly Doctors
[…] 12 regenerations, Clara, I can’t do it again, this is where I end up”. Belíssima, épica e
aguardadíssima cena na qual o Doctor explica suas regenerações, inclui o War e
as duas de David Tennant… problema de vaidade na época.
River Song…
Mas os Silents continuam assustadores... |
Grandes vilões novamente? Sim, os Daleks, e eu
acho que as cenas nas quais descobrimos isso foram realmente ótimas – além de
que as pessoas comuns sendo transformadas em Daleks me lembraram drasticamente
o momento no qual conhecemos Clara Oswald, no início da sétima temporada. Asylum of the Daleks ficou piscando na
minha cabeça enquanto as cenas passavam… sem contar que ela cozinhando, a
história do peru, o momento em que ele promete não abandoná-la. Os olhos de
Clara, de volta em casa, refletem o nosso sentimento, parece que cada um de nós
foi abandonado, e o sofrimento é terrível.
The winter of the Doctor…
Os momentos do Doctor com Clara entram para a história
de Doctor Who, como alguns dos mais
emocionantes do programa. Ele velho, partindo para a morte, se despedindo dela
às lágrimas, “My impossible girl. Thank
you, and goodbye”. E é lindo como ela, confiante em ser capaz de mudar o
futuro, parte para a fenda na parede para falar com os Senhores do Tempo do
outro lado, e seu discurso é emocionante. “His
name is the Doctor”. E é o amor e a emoção dela que são capazes de deixar
que Matt Smith se regenere em um novo Doctor… é emocionante e grandioso vê-lo
recebendo nova energia de regeneração, todo um novo ciclo, vê-lo usando isso
para acabar a guerra. Cena forte e intensa.
Ela o ama tanto, e isso fica tão verdadeiro em
tela. Bem como as últimas cenas de Matt, com uma emoção genuína nos olhos, nada
mais de interpretação… e nós o amamos, nós choramos por ele, Clara ecoa os
nossos sentimentos. Belíssimo, emocionante. “Raggedy
man. Good night”. Tantas pequenas referências, uma cena simbólica e
memorável… o Especial está construído por momentos, recordações, nostalgia.
Esse final encheu o coração de qualquer whovian
apaixonado por Matt Smith, e até aqueles que nem são tanto seus fãs assim.
Muito mais do que esperávamos, Matt ganhou uma belíssima cena de regeneração,
para entrar para a história do programa. Feliz, mas triste ao mesmo tempo…
agora eu aguardo.
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