Para sempre ABBA – Trilha Sonora
É claro que é PERFEITA.
O que esperar de um musical que tenha várias e
várias e várias músicas do ABBA e que vem com a pretensão de apenas homenagear
esse grupo. Porque embora tenhamos uma história (razoavelmente simples) de três
casais e seus encontros e desencontros em um hotel, acho que esse não é o foco
de Para sempre ABBA – o foco é
colocar as músicas do grupo e interpretá-las de maneira coerente e linear,
utilizando-as para contar uma história e acima de tudo, homenagear esses
artistas.
Eu gostei da maneira como o musical foi dividido.
Como são mais de 40 músicas e algumas delas passam bem rapidamente, nenhuma
delas passa despercebida, e todas tem uma significância legal. Enquanto algumas
são mais demoradas, outras se juntam a outras músicas numa espécie de pout-pourri muito interessantes e até mash-ups ocasionais que são
sensacionais! Além de que elas parecem vir em packs de duas ou três músicas
compondo uma só cena, cenas espetaculares…
Por temas, elas estão divididas assim:
Introdução
– Não é realmente uma divisão, mas é aqui que vamos conhecer os personagens
e os ambientes. Temos The Visitors e Tiger e depois Take a Chance on Me e Rock Me
que funcionam juntas e fica extremamente interessante e divertido. O musical já
começa nos colocando no clima do grupo, mas também depressa notamos a agilidade
da troca de músicas e que o tempo passará muito depressa até o fim do
espetáculo. Infelizmente. Depois temos Money,
Money, Money que é um ótimo número de grupo no qual somos introduzidos ao
caderno vermelho e If It Wasn’t for the
Nights.
Em Busca – Foi
muito inteligente colocar aqui cada personagem e/ou casal para interpretar uma
canção, todas muito marcantes. Só não sei porque Olavo Cavalheiro ficou de fora
da brincadeira, fiquei esperando sua voz espetacular. Sara Marques tem uma
belíssima interpretação de I Have a Dream.
Depois Analu Pimenta e Raul Veiga cantam uma maravilhosa versão de Chiquitita que me emocionou, enquanto
Sabrina Korgut e Rodrigo Cirne cantam The
Name of the Game, uma das minhas músicas favoritas! E depois, para fechar,
a ótima I’ve Been Waiting for You.
Flerte – Inteligentissimo.
Angel Eyes, Lovers e Why Did it Have to Be Me meio que se
misturam e o sentimento é crescent e muito fofo, a energia em palco é ótima.
Amei a nova versão de Super Trouper,
que começou bem diferente do normal, e depois acabou tão animada, com uma
coreografia tão legal e todos envolvidos em uma só dança. Passei a gostar mais
da música do que gostava antes (não é das minhas favoritas).
Paixão – Estamos
no ápice da felicidade no espetáculo, quando os casais já se conheceram, já
flertaram e agora estão começando um fofo relacionamento. Assim nos divertimos
para valer com Ring Ring, mas a
melhor parte fica mesmo para Fernando.
Acho que é porque aquela música não há como negar, é ESPETACULAR! Mas depois
das meninas, vem os meninos com Nina,
Pretty Ballerina – e QUE MÚSICA FANTÁSTICA! Todos eles arrebentam, e a cena
fica incrível… sem contar que Olavo canta lindamente, a coreografia é ótima e
tudo fica muito contagiante.
Como essa parte da Paixão precisa ser bem explorada,
continuamos ainda com os meninos cantando She’s
My Kind of Girl e Does Your Mother
Know, que eu amo. Honey Honey foi
outra que começou assustadoramente diferente do que estamos acostumados, com um
show de voz por Sabrina Korgut, mas depressa passamos a When I Kissed the Teacher e Kisses
of Fire, que foi uma sequência muito boa. Mas PERFEITA mesmo foi a
sequência que veio com Waterloo e Lay All Your Love On Me – até então o
meu momento favorito no musical, que cena espetacular! Ficou animada e
incrível.
Depois os casais já começam a se distanciar e
vemos Sara Marques interpretando uma belíssima versão de Hasta Mañana (amei o trabalho da atriz, mas não vou negar que eu
fiquei muito curioso para ver a Giulia Nadruz no papel, queria muito ouvi-la
cantar essas músicas!) e Olavo Cavalheiro com Dance (While the Music Still Goes On) com aquela sua voz tão
perfeita, aquele jeitinho nerd e acanhado do personagem, um momento muito fofo
entre o casal… e depois Sabrina entra com Andante
Andante. Surpreendente.
Decepção – Posso
comentar? Amei o figurino dessa parte! Amei como colocaram os casais combinando
entre si, ao mesmo tempo em que um se decepciona com seu parceiro e temos
duetos incríveis. Como Disillusion (Sara
e Olavo), One Man, One Woman (Sabrina
e Rodrigo) e Love Isn’t Easy (Analu e
Raul) – que foi a melhor das três, sem dúvida. Mas ok, porque o foco não está
aí. É inegável que todos vão à loucura quando as meninas se juntam para cantar MAMMA MIA! Que fenômeno. A música ficou
muito teatral, as meninas têm ótimas vozes e foi um momento sublime. Eu cheguei
a me emocionar, aplaudimos lindamente.
Separação –
E é aí que vem o meu segundo conjunto de músicas favoritas. Essas três
juntas, gente quanta emoção! Nunca tinha pensado em Our Last Summer e Slipping Through
My Fingers juntas, mas ficaram lindíssimas dessa maneira – a primeira
interpretada pelas meninas com muita emoção, e depois a segunda pelos meninos,
com um pesar incontestável que me deixou emocionado. É que eu tendo a chorar sempre
que escuto essa música. E depois todos juntos arrematam com One of Us – quase demais para o nosso
coração. Que sequência mais inteligente e emocionante! Ainda tem The Winner Takes it All… vai, chora.
Recomeço – Aqui
novamente o musical nos convida a imaginar e fazer nossas próprias
interpretações. Eu achei uma das coisas mais fofas ver Rodrigo cantando Gonna Sing You My Love Song, que ficou
muito terna. Depois os funcionários do hotel com I Do, I Do, I Do, I Do e todos juntos em People Need Love, na MELHOR APRESENTAÇÃO DA NOITE! É aquele momento
em que todos cantam juntos, muito intenso, que eles até formam uma fila na
frente do palco, e há a brilhante sequência com a música sendo tocada apenas
pelos sinos, numa prova de coreografia, disciplina e coordenação motora. Começamos
aplaudir mesmo antes do fim!
E Raul Vieiga, como já comentei, arrebentando com Than You for the Music, em um dos
melhores momentos do musical, super engraçado, um pouquinho sensual e com um
potencial vocal surpreendente. Eu fiquei admirado com até onde a voz dele pode
chegar, ele nos provou que tem provavelmente a melhor voz daquele elenco, em
uma música muito difícil e uma interpretação simples e intensa. Parabéns, cara!
Celebração
– Daí para o final da peça é uma grande cena só. Eu amei que todos eles tenham
trocado o figurino e colocado algo mais brilhante e mais ABBA, e eles cantam
com muita emoção e diversão músicas como Bang-A-Boomerang,
Gimme! Gimme! Gimme! (A Man After Midnight),
Voulez-vous, S.O.S. e
Dancing Queen. Antes dessa
última as outras viram um diferente e interessantíssimo mash-up do qual gostei bastante, mas é com Dancing Queen que terminamos, que a plateia canta junto, que eles
descem para o nosso meio, que nos emocionamos com o final.
PARABÉNS! Um espetáculo muito, muito bom. Não é o
melhor musical do ano, não é o melhor musical que você vai ver na sua vida, mas
certamente é um musical que vale a pena e que eu não deixaria passar, de jeito
nenhum. Especialmente se você é fã do ABBA, porque Para sempre ABBA é isso: ABBA e praticamente mais nada. Aproveite
essa história doce e simples, aproveite esses cantores e bailarinos fenomenais,
aproveite essas músicas que nos foram deixadas e que são admiráveis… se você
tiver a chance, não perca o musical, vale muito a pena!
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