Reestréia de “Junto e Misturado”


Assisti ontem à noite à reestréia de Junto e Misturado, um programa humorístico da Globo do qual gosto bastante – talvez porque foram poucos episódios exibidos em 2010 (os quais eu assisti!) e agora novamente serão apenas 5 episódios condensados. Parece-me um bom programa, porque não tem o estilo batido de comédias da Globo, e soa muito mais como uma junção de vídeos da internet, como podemos ver em Parafernalha ou Porta dos Fundos, mas seguindo temas e com uma certa ligação.
Inteligente, porque é um humor muito atual. Esse tipo de abordagem talvez não funcionasse tempos atrás, mas atualmente… sim, muito interessante. Os episódios são divididos em três temas, uma para cada bloco, no qual os atores se revezam para interpretar amigos em situações do cotidiano conversando sobre o que quer que seja – e a partir dessas conversas e comentários é que surgem uma infinidade de situações bizarras e exageradas que vemos à parte do programa – que é, especialmente, onde se encontra a piada. Sempre com uns temas melhores do que o outro, eu acho que o programa é ágil o suficiente para nos prender.
O primeiro tema desse segundo episódio foi Blitz. Então era um grupo de amigos nervoso pela Blitz na frente, trocando de lugares dentro do carro e tudo o mais – tivemos piadas realmente legais vindas dos traumas de infância, as escolas nas quais as crianças podiam fazer absolutamente tudo (isso foi no primeiro ou segundo bloco? Me confundi!), as pessoas que abusavam do poder… um humor mais inteligente e menos escrachado que me parece bem interessante. Amei o final, "Onde está o motorista?" "Motorista? Não sei, não estava prestando atenção".
Depois, vamos falar sobre Filhos. Destaque, é claro, para Jane acusando Tarzan de ter tido um filho com Cheeta. Mas com a situação da tia cuidando da sobrinha no parquinho, temos coisas bem legais de como as crianças não precisam ser fofas apenas porque são crianças (as duas primeiras cenas foram ótimas – a do monstrinho que era “fofo” e da criança feia e a reação dos parentes – “Não dá pra devolver?”), aquelas que crescem totalmente sem limites (“Não, não dá pra vovó ficar aqui”) e os pais que querem impor o que os filhos devem fazer da vida (“Não basta morar embaixo de um viaduto, agora quer construir um?”).
E por fim, o que foi a melhor parte: os Livros. Filmado em uma bonita livraria, vimos Monteiro Lobato, Jogos Vorazes, Morte Súbita… para impressionar a mulher, o personagem sai comprando livros; gostei bastante da parte sobre o Grande Sertão Veredas (que por sinal eu não li, acho que eu teria rido mais se tivesse lido), a crítica às pessoas que querem comprar livros para enfeitar a casa (“Que estilo você está procurando?” “Sei lá, queria um amarelo”) e claro, aquela parte do Elvis processando quem escreveu suas mais de 200 biografias não-autorizadas (“Não, eu gosto de cantar, e eu não canto enquanto estou dormindo. Então eu não gosto de dormir, eu gosto de cantar”). E a Bíblia 2? Ainda mais sagrada.
O elenco é composto por Augusto Madeira, Débora Lamm, Fabíula Nascimento, Fernanda de Freitas, Gabriela Duarte, Kiko Mascarenhas, Letícia Isnard, Luis Miranda, Marcelo Médici e Rodrigo Pandolfo. Serão só mais 4 episódios até o fim do ano, mas isso garante a energia da série – poucos episódios bem escritos repleto de cenas inteligentes que são tanto humorísticas quanto para nos fazer pensar, acho que o programa pode ter futuro. Gosto demais do estilo, da organização, funciona muito bem. Feliz por podermos fazer algo nesses moldes que funcione tão bem!

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