“A 5ª Onda” Parte I – O Último Historiador
Meu diário de leitura de A 5ª Onda: Parte I
Foi muito rápido para que eu me apaixonasse pela
escrita de Rick Yancey e me surpreendesse com suas idéias e com sua história.
Essa primeira parte do livro é apenas uma introdução, mas ela é composta de uma
forma muito inteligente e precisa, que faz com que nos inteiramos da história
enquanto também saibamos mais ou menos onde estamos e para onde vamos, sem
parecer forçado e/ou corrido… as coisas acontecem no tempo certo e eu fiquei
muito contente.
Logo no início eu me lembrei um pouco de A Hospedeira, mas um pouquinho melhor –
porque é uma invasão alienígena (amei a piadinha do “Rápido, é um Apocalipse Alienígena! Peguem a cerveja!”), mas tudo
parece muito elaborado, uma vez que em 1995 foi a primeira invasão e até [?]
nada tinha sido notado – com o momento caracterizado por Cassie como a Chegada.
Sem luzes, sem pessoinhas verdes na Casa Branca querendo falar com o “nosso
líder”, gosto como Rick Yancey dispensa e ainda brinca com os clichês da ficção
científica das décadas passadas…
Ainda não sei qual é o plano e o objetivo desses
alienígenas, nem como chamá-los sem ser de Os Outros, que me lembra
assustadoramente a Lost, mas estou
achando curioso que até então ainda não tenhamos tido uma referência à série,
afinal já tivemos Jornada nas Estrelas,
Contatos Imediatos de Terceiro Grau, a Estrela
da Morte e Sammy muito fofo citando Darth Vader graças aos soldados de
máscaras de gás… que por sinal me lembraram aquele arco de Doctor Who. Com tantas referências [ah sim, tivemos O Mágico de Oz também!] eu quase esperei
um Are you my mummy?
O roteiro optou por começar com Cassie atual em
contraponto com sua Cassie do passado, enfrentando os desafios após a 4ª Onda,
e reforçando constantemente que não dá para confiar em ninguém, e que ela pode
ser a última humana na Terra até onde sabe… a história é toda envolta em
mistério, que vai se esclarecendo aos poucos de maneira complexa e inteligente.
Começamos com uma Cassie isolada e determinada, mas perdendo as esperanças – e flashbacks nos mostram a Chegada e os 10
dias que se seguiram ao evento, nos quais todo tipo de comoção começou pelo
mundo todo; teve até discussão de viagem no tempo, e uma citação ao Paradoxo do
Avô. Conquistou o Jefferson.
Conseguimos entender tudo como o autor gostaria
que entendêssemos. Estamos naquela parte de Cassie, mas o roteiro conseguiu
contar todo o ataque desde o começo de forma completa, clara, verossímil e
rápida, para nos deixar a par de tudo… narrativa fantástica! Vemos as Ondas. A
1ª Onda – Apagam-se as luzes. Meio Revolution. A 2ª Onda – Começa a arrebentação. Passou bem
depressa. A 3ª Onda – Pestilência, que
foi até então a coisa mais perversa e triste, afinal já conhecemos a família de
Cassie, já nos importamos com eles, e vemos os Outros interferindo de maneira
triste na saúde e no psicológico de cada um deles… nem o Sammy é mais o mesmo.
A ação é ininterrupta, e tudo acontece
freneticamente, com Cassie sobrepondo os fatos uns aos outros sem nunca parar,
conseguindo colocar todos os pontos importantes e nos fazer entender e nos
importar com todos – a 4ª Onda – Silenciador
ainda precisa ser mais explorada, e creio que continuaremos com isso no
decorrer do livro, mas fiquei muito perturbado ao vê-la. Foi a mais macabra e
controversa de todas, cada cena nos torturando, e aquela voz, como a própria
Cassie nos alerta, nos dizendo que alguma coisa está errada… a sequência toda é
surpreendente e revoltante, mas é bom termos aquele pouco de esperança e ver
que Cassie ainda está pronta para lutar… agora, o que é que os Outros querem
com as crianças?
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