“A 5ª Onda” Parte IV – A Efemérida
Evan Walker.
Voltamos à história de Cassie, pouco depois de ela
ser abandonada pelo Silenciador que não sabe o quão Outro e o quão Humano ele
verdadeiramente é – mas na realidade ela não sabe de nada disso. Então a vemos
se sentindo um nada, à beira da morte enquanto a neve se acumula ao seu redor,
podendo morrer por infecção graças à bala que levou tanto tempo atrás ou até
por congelamento, uma vez que está tão frio e tudo o mais… e então temos várias
páginas para fugirmos dessa realidade sombria e conhecermos Evan Walker.
Evan Walker é um garoto lindo, daqueles que Meg
Cabot gosta de descrever em seus livros, mas melhor – Rick Yancey conseguiu
criá-lo de maneira convincente com todas as características que chamam a
atenção: ele tem os braços bonitos, o sorriso meio assimétrico, mãos grandes e
fortes, olhos gentis da cor de chocolate… e melhor do que tudo isso, ele é
forte, educado, simpático e humano; confesso que cheguei a duvidar dele, afinal
era muita perfeição para um só personagem, mas então fiquei contente por
Cassie, por ter alguém assim em sua vida…
Curiosidade: eu estava amando a narrativa dela lá
no início do livro, e para mim A 5ª Onda
ainda tem a cara de Cassie, afinal foi com ela que passamos a maior parte da
história, mas agora é muito curioso notar as diferenças – sob o seu ponto de
vista, vemos que ela xinga muito mais do que os outros e realmente se vale
muito mais de ironia, que é o seu meio principal de comunicação – “Porque verde é a cor do dinheiro, da grama,
das folhas dos carvalhos e das bombas alienígenas. Como diabos vou saber por
que era verde?”. Só eu que achei muito suspeito o momento em que ele se
torna insistente a respeito de informações que ela tem dos Outros ou de Sammy?
No entanto eu entendo seus hormônios falando mais
alto, como isso confunde os sentimentos dela, como ela se sente culpada,
querendo ou não, por ter esse tipo de pensamento nas atuais circunstâncias, mas
como detesta sentir seu hálito de chocolate e sua confiança quando teme tudo o
tempo todo… eu achei bonitinho o fato de ele estar com ela, enxugar suas
lágrimas, permitir que ela o abrace daquela maneira, e deixar um bombom para
ela no dia seguinte. Mas tudo isso em contraste ao desespero e o desejo dela de
ir até Wright-Patterson porque ela precisa encontrar o irmão. “Fiz uma promessa. Esse maldito urso nunca
vai me perdoar se eu não a cumprir”.
Ainda estou tentando decidir quem é Evan Walker
para mim. Confio nele, por ora, afinal o último capítulo dessa parte foi o que
provou que ele era humano – porque tudo o que vimos de “perfeição” nele
anteriormente aqui está menos camuflada, e vemos o real e humano Evan, que
comete erros, que tem medo, que irrita as pessoas… que erra, mas que acerta.
Que briga com Cassie pelos motivos mais bobos quando na verdade só quer
protegê-la de todo e qualquer perigo… que vai ao seu quarto tarde da noite e,
totalmente sensual, consegue conquistá-la.
Já tinha feito isso há muito tempo.
E na verdade, o que foi ele lavando o cabelo dela?
Eu gostei de como isso soou sensual e provocante. Foi tudo muito sugestivo, e
eu achei cenas bem bonitas de verdade. Sabe uma das discussões que eu achei
mais bacana nessa parte do livro? Como
se sentir humano nessa situação? Cassie se pergunta o motivo de ele cuidar
tanto da aparência, ele dizendo que isso o ajuda a se sentir humano, e
começamos a questionar: como faríamos para nos sentirmos humanos dadas as
circunstâncias nas quais se encontram? E como todo e qualquer humano no qual
consigo pensar, eles agem como agiríamos naquelas condições… por que não se
entregar a esse desejo?
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