“A 5ª Onda” Parte IX – Uma Flor para a Chuva
Revisitando o Campo Abrigo.
Essa foi a parte mais longa desde a primeira, e
foi o momento de conhecermos Evan Walker a fundo, e a relação dele com Cassie
se instalar como algo devidamente confuso e importante para a missão de
salvamento – mas o que mais me encantou não foi ver os Outros expostos,
entendê-los, ou ver Cassie se abrindo como uma Flor para a Chuva… que tipo de
metáfora, huh? O que mais me encantou foi o plano arriscado e totalmente maluco
dela de ir ao Campo Abrigo resgatar o irmão, e a visão que temos dele agora.
Fascinante.
Claro que antes disso, e eu acho que vale a pena
comentar porque Rick Yancey continua dando aquele show de escrita, temos frases
como “Sabe, quando eu vi você pela
primeira vez na floresta, pensei que o urso era seu” e a certeza de que
Evan não só é sim um Silenciador, como também é aquele mesmo Silenciador que
acompanhamos por poucas páginas no início do livro, incapaz de matar Cassie e
fugindo… O chamado suave do Silenciador.
Meu Silenciador. E a jornada deles começa, confiando ou não um no outro,
eles colocam fogo na casa e partem rumo ao Wright-Patterson…
Também como não entender Cassie em todas suas
frustrações e dúvidas? São cenas fortes nas quais ela foge o abandonando, e
confesso que, por um tempo, eu fiquei muito contente por isso, porque eu mesmo
fiquei enojado com o momento em que ela encontra os corpos deixados por ele em
Ashpit… corpos que não passam dos 14 anos, que poderiam muito bem ser Esp,
Oompa, Pão de Ló… e eu desejo ardentemente que não seja nenhum deles. Mas foi
inteligente porque ela retorna, mesmo que Evan não esteja mais lá, e ele
retorna mais tarde pronto para conversar, se abrir, e deixar que eles se
conectem e se conheçam…
E conhecemos verdadeiramente os Outros. É muito
bom entender que, na verdade, os Alienígenas não estão excluindo a raça humana,
porque o garoto Humano Evan Walker continua existindo e os dois são um só,
Humano e Outro ao mesmo tempo, sem um lugar onde acaba um e começa outro. E é
bem esse o conceito que pensamos lá na Intrusão de 1995, que pensamos com o
Despertar, e principalmente com o Despertar apresentado por ele mesmo na Parte
III do livro. Gosto do conceito de eles terem, há muito, perdido uma forma
física, não existerem mais de outro jeito, são simples downloads na nave-mãe que então são transmitidos para os humanos
ainda no ventre das mães– não há outra forma, aquele ali, como o conhecemos, é o Outro. E é o Humano. MAGNÍFICO.
Meio Hospedeira no entanto, já que
eles sempre precisam de um corpo alheio. E meio Crepúsculo porque é romantiquinho, ela não resiste a ele, ele fala
dele e se declara apaixonado, ele mostra quem é, ela se abre…
Mas muito diferente ao mesmo tempo.
Coexistência.
Mas como disse, ainda melhor que tudo isso (embora
isso tudo tenha sido incrível de ler), foi ver Cassie se passando por Lizbeth,
com apenas 12 anos, entrando num ônibus amarelo rumo ao Campo Abrigo. Minha
parte favorita do livro. Foi muito bom ver tudo novamente pela perspectiva de
Cassie/Lizbeth, tanto tempo depois, sabendo o que significa – fascinante ela
conhecendo Parker, comendo goma de mascar e tomando água, a “temperatura” sendo
testada, as duas regras e a afirmação constante de que “Você está perfeitamente
segura”, que parece mais enervante e risível do que antes. O número, rotulada,
as perguntas, o banho, o roupão de papel, o rastreador… E O PLANO ENTRA EM
PRÁTICA!
E se você me perguntar, tudo é muito arriscado,
mas não importa. Porque é incrível ler as cenas de Cassie/Lizbeth enquanto age
desesperadamente e no improviso, tudo na tentativa de chegar até o irmão – sem
nunca largar o Urso, agora chamado de Sammy, porque, querendo ou não, ele é
parte da promessa. Não sei o que isso tudo significa para o Campo Abrigo, não
sei o que Vosch vai fazer, não sei se Evan vai sobreviver a essa entrada tardia
no plano. Mas só quero ver Cassie encontrar Sams, não importando o que
acontecer depois… cenas realmente memoráveis! Belíssima escrita.
Comentários
Postar um comentário