“A 5ª Onda” Parte V – Separando o Joio do Trigo
“Você está em total segurança”
Surpreendentemente, a história agora envereda para
um outro lado, e essa acaba sendo a parte da narrativa que mais me prende até o
momento – voltamos para dentro do ônibus amarelo e acompanhamos Sammy a partir
daquele momento terrível em que ele deixa o pai e Cassie para trás, seguindo
“desursado” junto com o soldado que parece o Darth Vader… a narrativa do ponto
de vista inocente mas inteligente de uma criança, enquanto as coisas tomam
corpo.
À caminho do Campo Paraíso, eu ainda não sei o que
pensar dessas pessoas que “seqüestraram” as crianças, e nem mesmo sei dizer
quem elas são com certeza – confesso que, dentro do ônibus, eu me permiti
sentir um pingo de esperança, graças a Parker, um jovem simpático e carinhoso
com as crianças, de quem Sammy gostou. Devia ter levado em conta que, narrado
do ponto de vista dele, suas impressões pessoais estariam no contexto. E talvez
tenha sido mesmo só porque seu nome me fez pensar em Peter Parker, e bem… meu
herói de infância.
Precisamos de um herói agora.
Conhecemos Megan, mas as cenas do ônibus estão
repletas de simbologias interessantes. Não importa o quanto digam, lugar tinha
para Cassie e o pai, e Megan parece a única criança mais inteligente que nota
que tem algo muito errado acontecendo… e a maneira como as crianças vão sendo
rotuladas pelos soldados – ter uma marca verde ou vermelha não poderia ser algo
bom, nem nada a ver com a temperatura – quais deles são Humanos e quais deles
hospedam um Outro? Na minha mente a cor vermelha deveria ser de “algo errado”,
mas quiseram nos fazer crer que os verdes, como Megan, é que estavam com um
parasita dentro de si… e agora?
As coisas ficam verdadeiramente desesperadoras
quando eles chegam ao Campo que mais parece uma grande Prisão, e são todos tão
“carinhosos” que não consegue ser convincente. O número 49 tinha sido rotulado. Número 49 tinha sido mapeado. Um
procedimento terrível e angustiante que me fazia querer gritar de desespero
enquanto pedia que parassem – mas também é tão clássico dos filmes de invasão
extra-terrestre que ficou muito bom de se ler. E a maneira como as pessoas com
vozes calmas e sorrisos gentis parecem muito mais perigosas que pessoas
grossas, e como crianças tão jovens são tão maleáveis…
Eu estou curioso para saber o que será feito de
Sammy, e quão traumatizante será essa sua experiência nesse local, mas acho que
agora demoraremos uma boa parte até retornarmos a ele… e será que veremos Megan
novamente? E Parker? Só gostaria de comentar também que eu amo a narrativa
dele, e amo o fato de ele ser tão fã de Star
Wars, com duas grandes referências nessa parte – uma delas se imaginando
depois da Chegada indo embora com os Alienígenas, vivendo aventuras no espaço
exatamente como Luke Skywalker… bem, isso nunca vai acontecer. Eles já estão
entre nós há muito, muito tempo…
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