Elis, a Musical – Elenco
Elis Regina (Pimentinha) foi uma grande cantora
brasileira, considerada a maior
cantora brasileira, com uma voz belíssima, um talento incontestável, e que saiu
do Rio Grande do Sul como uma jovem topetuda disposta a fazer sucesso – passou
pelo Rio de Janeiro, trabalhou como queriam que trabalhasse, conseguiu então
fazer as coisas do seu jeito, casou-se, não sabemos se foi feliz. E morreu em
1982, ainda muito jovem [apenas 36 anos], mas deixou um legado muito grande e
muito bonito.
Assim segue a história de Elis, a Musical, um espetáculo emocionante que utiliza suas
próprias músicas para contar sua história – no elenco temos Laila Garin
interpretando Elis, mas eu vi numa quinta à tarde, portanto com Lílian Menezes,
sobre quem eu posso comentar. Uma atriz fenomenal! Além de ter uma voz
excepcional e nos arrepiar toda vez em que está cantando, ela consegue
transmitir a emoção, e a maior prova disso está no final do musical, na qual
ela está de branco, sozinha naquela cadeira, Jogo da Verdade… uma reprodução resumida de sua emocionante última
entrevista.
Lindo demais.
Para completar o elenco, temos ótimos nomes. Seus
maridos são interpretados por Felipe Camargo e Claudio Lins. Felipe Camargo
interpretou o cafajeste bêbado broxa [palavras de Elis] Ronaldo Bôscoli – mesmo
que sua voz não seja a melhor para musicais (talvez por isso não tenha ganhado
tantas músicas), ele se saiu muito bem no resto. Cláudio Lins foi o [aparentemente]
marido perfeito César Camargo Mariano, do qual Elis se separou um ano antes de
morrer. Uma voz belíssima, uma ótima interpretação.
Quem muito me chamou atenção: Danilo Timm! O fofo
do Danilo interpretava o Lennie Dale, e que presença! Ótima voz para cantar,
ótima interpretação, divertidíssimo – ele cantando O Pato foi ótimo, lindo requebrado e leveza; depois ajudou Elis com
uns passos ridículos de dança (eu ria no final do primeiro ato enquanto ela
insistia naqueles braços de nadadora!), além de beijá-la e bater na sua bunda.
Astro da Broadway. Depois ele continuou junto ao ensemble com os personagens masculinos, sempre um ótimo destaque,
parabéns!
Outros atores presentes são Caike Luna, ótimo
tanto como Miele como como Paulo Francis – ENGRAÇADÍSSIMO! E Peter Boos, que
como Henfil realmente me marcou; suas cenas por ora engraçadas por ora muito
sérias, eram a voz da manifestação, e seus olhos cheios de lágrimas ao ouvir
Elis cantar, no fim, foi o que mais me emocionou – junto com o abraço dos dois.
O lindo do Guilherme Logullo cantando em francês, Leo Dinis como Tom Jobin e,
no meu caso, Seu Romeu; e Ícaro Silva, como Jair Rodrigues – não foi o destaque
que foi em Rock in Rio, o Musical.
Rafael Castro como Marcos Lázaro, Letícia Medella
como Dona Ercy, Thiago Marinho como Nelson Motta e Alessandro Brandão como
Carlos Imperial. Todos eles e mais Lincoln Tornado, Cacau de Sá, Maíra Charken
e Leo Wagner compõe o magnífico grupo de atores que juntos proporcionam vários
dos melhores momentos da peça, agilmente mudando de plateia de rádio a
militares e a operários, com coreografias belíssimas e vozes lindas que
conferem uma nova cara a todas as músicas das quais participam. As minhas
favoritas, só para deixar registrado.
Então embora o primeiro ato tenha sido cansativo e
arrastado, e eu ache que o final tenha pecado em não trazer a história até o
fim, com a morte chocante da artista aos 36 anos, por overdose e bebida, o
musical funciona bem. Com um ótimo elenco, ótimas músicas e uma grande produção,
Elis, a Musical é garantia de
diversão e de emoção – um final belíssimo com uma de suas músicas mais icônicas
e elementos que marcaram toda a sua trajetória. Não é o melhor musical do ano,
nem dos últimos tempos com a qualidade teatral que o Brasil apresenta, assista se você já tiver visto Cazuza. Elis deve, infelizmente, ser uma
segunda opção. Em cartaz no Teatro Oi Casa Grande, Rio de Janeiro.
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