On Broadway – Jesus Christ Superstar
Jesus Christ
Superstar é um belíssimo musical que narra a última semana de Jesus Cristo
do ponto de vista de Judas – o mais inteligente, na minha opinião, é que não há
coisas inventadas ou profanas, apenas diferentes pontos de vista e discussões
plausíveis que nos levam à reflexão. A história continua linda e emocionante,
as músicas perfeitas… Jesus Christ
Superstar é uma experiência sublime, com tudo o que amamos em uma rock opera – INTEIRAMENTE CANTADA!
A história, creio que todos já conheçam. Jesus
Cristo, em sua última semana de vida, já sabia o que aconteceria consigo, já
sabia que Judas o trairia e que Pedro o negaria três vezes – e que por fim, por
desejo do Pai, precisaria morrer crucificado para redimir os pecados do povo de
Jerusalém… que, ironicamente, o acolheu tão bem quando ele voltou do deserto,
rogaram por sua misericórdia e imploraram milagres, mas em seguida o condenaram
à morte, clamando por sua crucificação… até que depois ficassem chorando por
sua morte, culpando Pilatos.
Uma das músicas de que mais gostei [e entenda-me,
é extremamente difícil dizer isso porque eu me apaixonei por todas elas, uma
melhor do que a outra, incríveis!] foi a primeira de Pilatos, Pilate’s Dream, porque retrata essa
incoerência muito bem: ele fala de seu sonho, contando de como condenou Jesus
perguntando o que ele tinha a dizer, mas ele não se defendeu, e o povo parecia
odiá-lo, desejar sua morte; depois simplesmente milhões choraram por sua morte,
disseram o nome de Pilatos e atribuíram-lhe a culpa. Pilatos é um dos
personagens mais interessantes, certamente.
Mas o grande destaque vai para… Judas e o Ensemble. Judas porque é com ele que
começamos a peça, é ele que levanta todos os questionamentos, e se coloca
frente a Jesus, tentando alertá-lo, mas sem nunca deixá-lo de amar… ele nos
emociona em cada cena, e nós entendemos muito bem seu ponto de vista, o medo
das coisas crescendo, o medo de que Jesus possa estar acreditando em coisas que
talvez não sejam verdade, e que, no fim, mesmo quando lhe culparam por sua
morte, ele só seguiu exatamente o plano de Jesus. Afinal alguém precisaria
denunciá-lo. Sem contar que a voz de Tim Minchin era incrível, que ator!
De outro lado, o Ensemble, que é o conjunto de atores sem personagem que participa
das cenas em grupo. Eles foram fenomenais! Proporcionaram várias das melhores
cenas do musical, com músicas brilhantes… “What’s
the buzz? Tell me what’s happening!”. Eles conferiam movimento ao musical,
coreografias incríveis, vozes lindas unidas, e transmitiam muito bem a sensação
de seguidores de Jesus, traidores de Jesus, choradores por Jesus… então mesmo
amando vários outros personagens, foram eles e Judas que realmente marcaram Jesus Christ Superstar e merecem um
destaque especial.
No musical, a história é contada mais ou menos
como a conhecemos, com algumas alterações na narrativa, não nos acontecimentos
– um anacronismo incrível permeia todo o musical, e não sabemos em que tempo
estamos, com telefones celulares e letras atuais. Sem contar que o som forte
das guitarras e baterias conferem um tom moderno de rock que muito me encantou.
E os figurinos tão inteligentes, seus condenadores mais formais, Herodes como
um apresentador de TV… a peça trabalha com uma série de símbolos
inteligentíssimos que trazem sua história de maneira inovadora.
Jesus Christ
Superstar é uma rock opera com letras de Tim Rice e música de Andrew Lloyd
Webber, e eu passei a admirá-lo ainda mais do que nunca. Começou na Broadway em
1971, e desde então ganhou uma série de versões por todo o mundo, e duas
adaptações para filme. Nesse ano uma nova versão estréia em palcos brasileiros
com Igor Rickli e Alírio Netto nos papéis principais, como Jesus e Judas,
respectivamente. Meus ingressos não estão comprados, mas eu estou com planos
para ir para São Paulo em Abril… precisamos aproveitar essa oportunidade!
Recomendo o musical!
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