Vale o Piloto? – Helix 1x01e02 – Pilot / Vector
Aterrorizante.
Uma série que pode entrar para minha lista de
séries favoritas – ainda é muito cedo para dizer isso, evidentemente, mas esse
Piloto em duas partes me deixou completamente vidrado. Ainda com dificuldade em
nomear a maioria dos personagens, não parece ter sido isso que chamou a
atenção, não mais do que a estética do episódio. Completamente inusitada, a
série vem revolucionando e deixando de lado a maioria dos padrões aos quais
estamos acostumados: uma narrativa crua e um tanto quanto assustadora, os 80
minutos nos deixam roendo as unhas de apreensão.
O inteligente roteiro coloca um grupo de médicos e
cientistas em uma estéril paisagem no Ártico. Daí para a frente parece que
somos acompanhados por dementadores o tempo todo. Um frio danado, uma falta de
cor, uma crueldade em cada cena. Eles estão ali para investigar um novo vírus e
tentar controlar uma possível epidemia – mas as coisas parecem muito piores do
que eles tinham imaginado, e o vírus em questão se desenvolve de maneiras
diferentes, produzindo pelo menos duas versões relevantes que apresentam
resultados completamente diferentes, como podemos observar claramente nos ratos
dos laboratórios.
Helix
parece nos chocar do começo ao fim pela maneira como coloca suas cenas. É um
suspense crescente – aquela ficção científica que te deixa agoniado, prendendo
a respiração sem notar até que o episódio finalmente acabe. Cenas perturbadoras
como o estado de Peter e o que ele tenta fazer com Alan, o cadáver encontrado
que não passa de ossos e uma nojenta gosma negra, aqueles malditos macacos que
parecem o Gollum, ou suas versões congeladas do lado de fora… a médica sem medo
que disseca um dos macacos, os ratos de laboratório sem nenhum pêlo. Tudo meio
aterrorizante.
Parece que tudo acontece depressa, ao mesmo tempo
em que não. Já estávamos no meio da ação antes que eu pudesse saber quem eram
os protagonistas ou seus nomes, mas a narrativa por dias nos cativa e nos deixa
apreensivos. É rápido, mas repleto de suspense. Ficção científica tensa,
praticamente um terror – repleto de cenas fortes, cruas, sem nenhum tipo de
piedade. Nojentas às vezes. Com uma trilha sonora brilhante que combina
perfeitamente com o estilo e músicas estranhas e bizarras que não parecem fazer
parte de Helix. São tão sem sentido e
inadequadas que nos deixam ainda mais desconcertados – quase como Dominique em Asylum. O tipo de coisa não-perturbadora que uma série consegue
tornar perturbadora.
Outra coisa que chama muito atenção é a maneira
como as coisas crescem. Eu achei que Peter morreria logo depressa, até
entendermos o segundo estilo do vírus, vermos seus ataques, as quarentenas – e
as coisas escondidas por aqueles que chegaram ali antes. Tanto segredo, tanto
mistério, tanta coisa a se explorar. E uma sensação de que não se está seguro
em lugar nenhum. Eu assisti o tempo todo esperando por um susto, esperando que
qualquer um morresse. Não me parece inadequado que qualquer um deles morra, e minha primeira aposta vai naquela médica
loira, que resolve dissecar aquele macaco e tirar sua máscara. Mas eu gosto
dela.
Acompanharemos o nascimento de uma epidemia, de um
vírus que ainda não podemos realmente decifrar, apesar de já termos tido a
oportunidade de vê-lo rapidamente. Ainda há muito mistério e muita coisa a se
especular e desenvolver, como a história toda dos Gollums macacos, e
essa coisa de “Quarto Branco”. Por que essa expressão me soa tão familiar? Eu
queria muito entender sem precisar pesquisar na internet… e o cliffhanger final? Parece que cada
episódio nos deixará morrendo de vontade de voltar e ver o próximo: as mãos da
médica tremendo, os olhos daquele japonês sem as lentes de contato, e o ataque
final de Peter… apavorante!
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