Divergente
ADOREI.
Eu estava bastante nervoso no cinema como há algum
tempo eu não ficava em um novo filme – mas acontece que eu li o livro e
realmente gostei da história, então sempre dá aquele nervosismo. O trailer me
deixou bastante tranqüilo, e a Veronica Roth estava envolvida na produção do
filme, então… estou muito contente por essa nova onda de filmes adaptados que
estão fazendo jus a seus originais. O filme está maravilhoso! Um pouco
diferente do livro em pequenos pontos, mas o clima do livro está presente, os
personagens bem representados, e a história sem alterações.
Na verdade, e para minha total e completa alegria,
senti o filme um pouco mais político do que o livro. Explicitamente. Divergente começa muito bem com uma
narração de Beatrice explicando sobre a guerra que devastou todo o mundo
aproximadamente 100 anos antes, e como agora eles vivem em uma Chicago
pós-apocalíptica, onde o mundo foi dividido em cinco facções, cada uma
exaltando uma qualidade humana: a Erudição, a Franqueza, a Abnegação, a Audácia
e a Amizade. Cada um deles defendia, no passado, que sabiam quais eram os
motivos de guerra, e que suas respectivas qualidades poderiam transformar o
mundo num lugar melhor, onde todos pudessem viver em paz.
O problema é que isso gera contestação em seu puro
cerne. Como defender a Amizade, por exemplo, como a única qualidade importante
do ser humano, desprezando todas as outras, como a coragem, a honestidade, o
altruísmo e o conhecimento? Então temos todo o problema de uma verdade absoluta,
uma doutrina acima de todos que guia sua maneira de agir, e mais importante, de
pensar. Ainda pior, com o passar dos anos, os próprios humanos líderes de cada
uma dessas facções corromperam-se, e os princípios defendidos em cada manifesto
foram distorcidos a ponto de deixarem de ser essenciais. A Audácia passou de
corajosa para imprudente e cruel, por exemplo.
Divergente
traz então a história de Beatrice, uma adolescente que no dia de sua Escolha se
transfere de facção, assim como seu irmão, Caleb. Mas ela vai para a Audácia, e
seu irmão para a Erudição. Facção acima
do sangue. Ela então conhece seu novo lar, e se vê confrontada pelos
líderes da Audácia, enquanto precisa passar por um cruel processo de iniciação
que a dirá se ela pode ou não ficar em sua nova facção – uma iniciação que
envolve pular de trens, de prédios, lutas corporais e o enfrentamento de seus
maiores medos. As Paisagens do Medo.
Amei o filme por ele trazer quase tudo exatamente
da maneira como eu imaginava, e contar com as coisas que mais me agradavam. O
que me incomodou, principalmente, foi o Teste de Aptidão no começo do filme,
extremamente vago – começou muito bem, mas foi bruscamente interrompido. Mas as
Paisagens do Medo, com exceção da dela contar com apenas 5 medos, funcionaram
maravilhosamente bem. Especialmente a de Tobias. A maneira como ele deixa que
ela se aproxime dele e lhe mostra quais são seus Quatro piores medos foi
maravilhoso, e uma conexão indiscutível se forma entre eles.
Ah, por falar nisso: QUÍMICA PERFEITA! Nas primeiras
imagens divulgadas de Quatro, eu inicialmente questionei, mas depois de ver o
filme: sem dúvida um ator excepcional. Theo James é lindo, e interpreta um
ótimo e convincente Quatro/Tobias. E Shailene Woodley consegue dar a
Beatrice/Tris o seu ar todo de dúvida, de incerteza, mas ainda lhe permite ser
inteligente e contestadora. Os dois juntos funcionam incrivelmente bem, e vê-la
assumir a posição de Divergente é fascinante. “Yes, you’re right. I’m not. I’m a Divergent”. Mas é evidente que o
clímax do filme contribuiu para que tudo isso fosse desenvolvido de maneira
convincente.
Porque depois das batalhas corporais, das
Paisagens do Medo, da maravilhosa cena da roda gigante, da visita da mãe
(embora aqui tenha sido algo imprudente e proibido), chegamos à Grande
Simulação da Erudição que fecha o primeiro filme. A Erudição, questionando o
poder da Abnegação, e os acusando de defender Divergentes e alimentarem
Sem-Facções, arma todo um exército da Audácia, controlado remotamente por eles,
para que destruam a antiga facção de Tris. E de Tobias. Desse modo eles poderão
acabar com quem defende os “rebeldes”, e ainda eliminar os Divergentes, aquelas
pessoas que não pensam segundo uma única filosofia, como eles gostam que seja
para que o Sistema funcione.
Pessoas que questionam.
Clímax eletrizante que conta com a guerra
começando, um exército de “robôs” da Audácia comandados pela Erudição, em uma
série de eventos nos quais um membro da Abnegação morre e um da Audácia se
torna assassino. Repetidas vezes. Inclusive a Tris. As últimas interações de
Tris com os pais são chocantes e quase revoltantes, mas elas lhe garantem a
motivação necessária para decidir definitivamente derrubar o sistema no próximo
filme. Não me importo com as ações de Caleb em Insurgente, eu estou ansioso para ver mais de Ansel Elgort no
próximo filme – ele se encaixou perfeitamente no papel, e é um fofo
indescritível! Recomendo o filme, a leitura dos livros, e agora aguardo
lançamento de Insurgente nas telonas.
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