O Guia do Mochileiro das Galáxias


DON’T PANIC!

A maioria das minhas anotações enquanto assistia ao Guia do Mochileiro das Galáxias traziam palavras como “brilhante” ou “genial”. Quase me senti o Rony escrevendo esse texto, mas tentarei não ser redundante demais. Mas então, para deixar bem claro logo de início: o filme é brilhante e genial. Eu sou apaixonado pelo Mochileiro das Galáxias, e quem acompanha o blog já se deparou com algumas postagens sobre o tema. Achei o filme mais cabível para esse dia 25, então FELIZ DIA DA TOALHA!
Está com ela, huh?
O livro de Douglas Adams tem uma narrativa perspicaz e sarcástica, e o filme, puxado um tanto para a comédia, conseguiu captar o espírito irreverente e descontraído, repleto de bizarrices e loucuras, exatamente como no livro. E tudo com uma mensagem interessante (como de destruição do planeta e dos recursos) escondida atrás de piadas absurdas e divertidíssimas. E comentários malucos. Sou especialmente apaixonado por Marvin, juro que queria ter um daqueles na minha casa, mas o filme todo é repleto de momentos que me fascinam.
É uma grande ficção científica bizarra. Há quem reclame que o filme pendeu muito para a comédia, mas esse estilo sempre foi recorrente na narrativa de Douglas Adams. Talvez o humor de Adams seja mais sarcástico em alguns pontos do que no filme, e portanto tenhamos um texto um pouco mais político, mesmo que não seja essa a primeira impressão e a primeira cara da história. Mas venhamos e convenhamos, antes de sua morte Douglas Adams esteve envolvido no projeto do filme e teve sua participação na adaptação. Se ele aprova, eu não vou reclamar.
O filme é divertidíssimo. E muito interessante. Para começar, os personagens por si só já são deliciosos de acompanhar, e eu amo a história de Arthur Dent, um britânico com a casa prestes a ser destruída para a construção de uma estrada, e seu amigo Ford Prefect, um extra-terrestre que o ajuda a escapar da Terra nos últimos minutos do planeta, antes que seja destruído para abrir passagem para uma via espacial. Irônico, huh? Eis aí a brilhante e extrovertida mente de Douglas Adams! Fugindo em uma nave de Vogons, eles passam por muita coisa andando pelo Universo.
Qual a história central? Várias, mas ela quer basicamente nos deixar admirados. Zaphod, o Presidente da Galáxia, quer chegar a Magrathea e ao Pensador Profundo, na busca da Pergunta Fundamental da Vida, o Universo e Tudo Mais. Trillian (uma terráquea) e Marvin (um robô maníaco-depressivo) estão na nave com ele, e é para lá que vão parar Ford e Arthur após um improvável resgate. É isso que define o filme, mas basicamente a “piada” e a idéia de um Gerador de Improbabilidade Infinita é muito interessante… e eu simplesmente amo a passagem em que os vemos feitos de pano!
A Pergunta Fundamental da Vida, o Universo e Tudo Mais de certa maneira guia o filme. Desde o começo somos apresentados à partida dos golfinhos, a segunda espécie mais inteligente do planeta (os humanos são os terceiros) com a icônica frase que nomeia o quarto livro da trilogia: Até Mais, e Obrigado pelos Peixes! Aquela música nunca mais sai de nossa cabeça, só para avisar. E o Pensador Profundo é questionado sobre a Resposta sobre a Vida, o Universo e Tudo Mais, e apresenta a genialidade central de Adams: 42. Curiosidade: alguém já reparou que essa parte do filme, na qual ele fala a resposta, acontece justamente aos 42 minutos de filme? Não é possível que seja apenas uma coincidência!
Eu acho.
Acho belíssima essa mensagem deixada pelo livro/filme, dizendo que não sabemos qual é a Pergunta Fundamental da Vida, o Universo e Tudo Mais, e a resposta só fará sentido a partir do momento que entendamos a pergunta. É brilhante! É genial! Sim, eu tive que usar esses dois adjetivos novamente. E para tentar formular essa pergunta, num prazo de 10 milhões de anos, o Pensador Profundo nos concede o Planeta Terra, comandado pelos ratos. Outra grande genialidade do roteiro: colocar os ratos como a raça mais inteligente na Terra, fazendo experimentos em nós! Por isso eu amo O Guia do Mochileiro das Galáxias!
E nessa história passamos por infinitas histórias muito divertidas e deliciosas de assistir. Acompanhar Marvin é sempre maravilhoso, cada comentário deprimente que ele solta que me faz querer aplaudir. E abraçá-lo, claro! E ainda temos um romance divertido entre Arthur e Tricia/Trillian, e belíssimos cenários que enchem meus olhos e me fazem ficar sentado na frente da tela sem nem piscar… um dos maiores exemplos disso é a cena que se sucede ao Portal em Magrathea (Portais por si só já são lindos e eu tenho um certo carinho por eles!).
Mas a cena de Arthur com Slartibartfast é a minha preferida de todo o filme. Toda vez que eu o assisto eu fico ansiosamente esperando por esse momento. Delicioso, divertido e bonito, vemos o segundo planeta Terra, um back-up, sendo finalizado. O Portal por qual eles passam já é perfeito, e amo ver aquela fábrica de planetas, misturando tecnologia, futuro e astronomia num só lugar, em efeitos especiais tão perfeitos que quase podemos acreditar e ficamos bobos, admirando. Acho simplesmente lindo. Um dia ainda quero assistir a isso em 3D. EU PRECISO DISSO, ESTÃO OUVINDO? Quem sabe lancem?
Mas a cena é repleta de coisas geniais e bem humoradas, como os operários pintando as rochas de vermelho, enchendo os oceanos com mangueiras e coisas assim… e a pequena piada sobre a Noruega. E ainda é importantíssima para Arthur, para que ele possa entender de onde surgiu e com que propósito o planeta foi criado. E posso finalizar o filme nesse novo mundo, que nada tem de diferente com o outro, em uma sequência final emocionante, ainda com direito a “There’s a great restaurant at the end of the Universe”, exatamente como no livro, e um delicioso comentário final de Marvin.
Você já deve ter reparado isso lá pela segunda linha do texto, mas eu sou apaixonado por Guia do Mochileiro das Galáxias. E se você chegou até aqui no texto, muito provavelmente também o é e concordou com várias coisas que eu disse, sorrindo e sentindo uma certa nostalgia de quando lia os livros… uma ótima dica para você que quer comemorar o Dia do Orgulho Nerd e o Dia da Toalha e não sabe como… FELIZ DIA DO ORGULHO NERD! FELIZ DIA DA TOALHA! É nosso dia, hein? E não esqueçam de carregar suas toalhas onde quer que vocês forem, ok?

So long and thanks for all the fish

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P.S.: Eu amo de verdade a curtíssima passagem na qual os mísseis se transformam em uma baleia e um vaso de petúnias. A baleia apresenta deliciosas reflexões nomeando as coisas, além de muita diversão e risada com seu final trágico. O pote de petúnias se mostra um pouco ainda mais enigmática com o “Oh, no. Not again” e a promessa de que entenderíamos muito mais a respeito do Universo se conhecêssemos os motivos que a levou a pensar uma coisa dessas. Fascinante!

Comentários

  1. Amei o post! Traduziu todos os meus sentimentos a respeito do Guia. Já li a saga 2 vezes e, sabe, dá vontade de ler novamente rsrsrs. As pessoas que não leram os livros ou que não entenderam a proposta do autor simplesmente não entendem nosso amor por ele! Um humor irreverente, interessante. Sou apaixonada por física, e as "piadas" de ficção científica são uma pitada a mais na saga, realmente brilhante e genial!

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    Respostas
    1. Eu sempre tenho vontade de ler mais uma vez kk
      Chegando Maio, acho que é hora de fazer isso ;)
      Obrigado pelo comentário, volte sempre ^^

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