Wall-E


Amo esse tipo de filme!
Eu acho tão legal quando a Pixar lança uma de suas obras-primas como essas. Em sua maioria, os filmes da Pixar são realmente muito bons, e eu adoro esse tipo de animação que não subestima as crianças, criando algo complexo, repleto de mensagens e que podem gerar uma série de discussões – é o caso de Procurando Nemo, por exemplo, um belíssimo filme cheio de mensagens e simbologia. Wall-E é uma inteligente e bonita ficção científica aclamada pelo público em geral, adorado por praticamente todo mundo que o tenha visto. Um dos melhores filmes já feitos!
Wall-E trata sobre o estado atual da humanidade, e para que tipo de futuro isso está nos direcionando – e faz isso de maneira relativamente “simples”, mas é tão preciso que não tem como não se ligar. Com pouquíssimos diálogos, o filme se sustenta em dois carismáticos protagonistas que ficam por aí gritando o nome um do outro. Wall-E um robozinho compactador de lixo, morando sozinho num planeta Terra devastado; Eva uma robô com a função de vasculhar a Terra e encontrar vida, prova de que ela seria habitável novamente. E o filme assume um tom ora nostálgico ora filosófico, com cenas fofas bem construídas e uma trilha sonora fascinante!
No começo do filme nos deparamos com o estado no qual o Planeta Terra se encontra – totalmente devastado, entulhado de lixo de cima a baixo, lixo o suficiente para tornar o ar tóxico a ponto de os humanos não terem mais condições de viver ali. A vida no planeta se extinguiu completamente. E é um ótimo retrato das atividades atuais do ser humano, convidando o telespectador a um pensamento sobre o que estamos fazendo com nosso lar, e o tipo de conseqüências que podemos ter que enfrentar no futuro uma vez que nossas ações não sejam repensadas.
Genial.
E é nesse cenário estéril e imundo que conhecemos Wall-E, um fofo robô que não deixa seu trabalho de lado em momento algum, mas também não deixa de viver – é tão fofo e tão triste ver sua vida solitária na Terra, apenas com uma barata como amiga, ouvindo música o tempo todo e assistindo filmes antigos e completamente melosos. Pessoas segurando a mão uma da outra, um trecho de dança que lhe faz sonhar. E aquela vida simples, solitária, e, de alguma maneira, feliz. Que é completamente transformada, para melhor, quando uma nave desce dos céus e larga ali Eva, em busca de vida.
Eva muda a vida de Wall-E completamente – pela primeira vez ele tem alguém com quem compartilhar todas suas coisas, seus filmes, suas músicas e sua vida. E como o filme muda de figura naquele momento. Ambos extremamente fofos, é lindo ouvi-los chamando um ao outro, as risadas… a inocência daquela amizade, daquele amor. É bom ver um Wall-E completamente apaixonado e determinado, que é fofo e terno por algo tão genuíno e simples. É um contraste impressionante como ambos são diferentes, mas como eles se identificam e se conectam. É por isso que todas as cenas dos dois são imensamente fofas, e não tem como não se apaixonar com a história – parece um amor tão real, tão verdadeiro.
Tão bonito.
Mais tarde, conhecemos na estação espacial a real situação dos humanos que deixaram a Terra aproximadamente 700 anos atrás, por volta de 2100. E a crítica é feita de maneira tão convincente… olhe só a maneira como eles estão vivendo naquele lugar, totalmente dependentes de máquinas, gordos e sedentários, incapacitados até de caminhar, vivendo apenas virtualmente sem nem ao menos notar as pequenas coisas a seu redor, nem mesmo uns aos outros. Uma inteligente representação de nossa sociedade presa a um universo virtual, alheia a tantos acontecimentos da vida real.
Que tipo de vida estamos levando?
E isso vai novamente contrastar com outras coisas: primeiramente com o próprio Wall-E e como parece que ele mesmo está vivendo tão mais do que aqueles humanos sem vida e sem personalidade que não deixam suas cadeiras e suas telas de computador. E isso fica muito mais evidente quando ele influencia a vida de duas pessoas e faz com que elas “acordem”, começando assim a notar todas as coisas belas que sempre perderam – como as estrelas do lado de fora, ou a piscina, capaz de proporcionar tanta diversão. Mais tarde o Capitão também acorda, e veremos outra discussão: do homem comandado pela máquina. A máquina que ele criou, mas então tornou-se dependente dela, incapaz de viver sem sua influência.
Lhe soa familiar?
O filme termina com o desejo humano de retornar ao seu lar e começar uma recolonização, extremamente difícil a princípio, mas importante e essencial – deveria começar em algum momento. E Wall-E e Eva contentes, vivendo juntos, segurando a mão um do outro (cena muito fofa), ao som da maravilhosa trilha sonora que Wall-E traz gravada consigo. Wall-E é um filme apaixonante e extremamente inteligente, que precisa ser assistido por todo mundo, em qualquer idade. Uma das maiores ficções científicas de todos os tempos, esse é um filme que ficará para a história do cinema. Parabéns a Pixar, por suas maravilhosas e profundas animações!

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