If I Stay – Se Eu Ficar
“What can I say, baby? True love is
a bitch”
Eu juro que não estava entendendo todas aquelas
pessoas frenéticas porque “Se Eu Ficar” ia estrear, ou coisas assim – acho que
todos nós, que nos matamos de chorar em A
Culpa é das Estrelas e nos apaixonamos por Hazel Grace e Augustus Waters,
queríamos algo mais. E enquanto muita gente pareceu encontrar esse “algo a
mais” aqui, não foi exatamente o que aconteceu comigo. Eu amei o filme, achei
ele muito bem escrito, fofo e bastante emocionante, mas eu não derrubei as
lágrimas que derrubei em TFIOS, ele não chegou a me comover daquela maneira e
me tirar do controle, de uma maneira que o cinema todo estivesse me escutando
soluçar.
A história de Se
Eu Ficar é contada através de flashbacks.
Quando o filme começa, conhecemos Mia Hall, uma violoncelista que fez um teste
para Julliard alguns meses atrás e está ansiosa pela resposta. Em sua vida
também conhecemos seu irmão mais novo, Teddy, e seus pais, absurdamente loucos
e diferentes dela, antigos roqueiros que amam sua filha incondicionalmente. E
Adam Wilde, um rapaz da escola, líder de uma banda em ascensão, que a conheceu
enquanto ela praticava sozinha seu violoncelo na escola – e desde então passou
a rondar aquela sala. Não vemos muito dos dois até o feriado inesperado por
causa da neve, na qual a família resolve sair de carro para algum lugar que eu
não consigo me lembrar de foi mencionado…
…e sofrem um acidente.
Daí surge aquela premissa que conhecemos através
do trailer: uma menina que está lutando contra a morte, sem saber o que fazer –
seu corpo está na UTI, ela não responde aos tratamentos, mas seu espírito está
por ali, vendo tudo o que está acontecendo ao seu redor. E o que mais me
encantou no filme foi que, nas cenas que aconteceram depois do acidente, nós
não conhecemos uma Mia melosa, e embora grande parte do filme seja o romance de
Mia com Adam, depois do acidente não é só isso. Ela recebe a missão de escolher
se deve ficar ou se deve partir, com tudo o mais que está acontecendo, e
sinceramente? Como poderíamos escolher uma coisa dessas?
Consigo apenas imaginar o quão difícil foi para
ela tomar uma decisão – ela se vê questionando se valerá a pena viver, e temos
bonitas discussões. Seus pais, infelizmente, morrem muito depressa, e temos
várias cenas de puro sofrimento que são muito bonitas e muito tristes. O que
mais me machuca, no entanto, é ver sua relação com Teddy, vê-la prometendo
cuidar dele quando ainda não pode fazer nada, vê-la chorar socando o chão,
dizendo que não agüenta mais nada daquilo… e, perto do fim do filme, a conversa
que seu avô tem com ela, desacordada, dizendo que entenderá se ela decidir que
não quer ficar, e que está tudo bem, que não tem problema. Sim, aquilo ali
realmente me desmontou, algo pelo qual eu não esperava.
O romance de Adam e Mia é muito bonito, e dura
aproximadamente um ano e meio – vemos exatamente o desenvolvimento de um
romance adolescente, da época de escola, com todos seus altos e baixos. Os
primeiros encontros, os nervosismos, as coisas bonitas que ambos falam, os
sorrisos, os olhares… as primeiras desavenças, a triste realidade de sua vida e
seus planos estar separando você das pessoas que você ama, um fato inevitável e
profundamente triste da vida… eu não chego realmente a me apaixonar pelo Adam
como me apaixonei pelo Gus, mas eu adorei a maneira como ele conseguiu chamar a
atenção dela no final, com os fones de ouvido, e a belíssima música que ele,
finalmente, escreveu para ela, mesmo que ela não tenha o traído…
E são lindas palavras. O final é muito bonito, e
tenta fugir do clichê romântico que sempre acompanhamos. Ele sabe que não pode
simplesmente pedir para ela ficar, ele reconhece que a vida dela não poderia
nunca mais ser fácil, e que ele não pode fazer nada. E ela concorda com isso. E
o pedido dele é profundamente egoísta, sincero e bonito: fique por mim. Porque ela é a única “casa”, a única “família” que
ele tem. E o final é abrupto, exatamente como deveria ser… sem prolongações
desnecessárias quando as coisas já estavam sendo resolvidas. Temos uma última
cena bonita, o filme se resolve, e em um minuto ele chega ao fim.
Nada depois daquilo teria feito diferença.
Um filme realmente emocionante, e razoavelmente
simples, que deve fazer várias pessoas chorarem – eu sei, porque eu estava com
a minha prima. E ela saiu chorando. Mas o sofrimento e os impactos vêm em doses
homeopáticas, e quando eu estava prestes a chorar o filme mudava. Eu gostei
bastante, achei uma história comovente, mas não é um marco do qual nos
lembraremos dentro de alguns anos. Diferentemente de A Culpa é das Estrelas, do qual acredito que ainda estaremos
falando daqui alguns anos, e estaremos assistindo novamente e chorando tudo
mais uma vez… mas isso é apenas a minha opinião, e o que é que eu sei afinal de
contas?
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