Forever 1x04 – The Art of Murder


“As lembranças boas são as mais dolorosas”
Provavelmente o melhor episódio até agora – embora seja muito difícil afirmar esse tipo de coisa se a série nos conquistou e está apresentando ótimas tramas semana após semana. Eu amo a maneira como a série apresenta seus casos, com um humor irreverente que me faz tão bem, e com uma sequência de detalhes e análises que são absurdamente interessantes. Temos pequenas coisas contribuindo na formação da big picture, que nos permite entender o caso como um todo. E o Henry parou de morrer a cada episódio (já faz duas semanas que ele não morre!), mas esse episódio esteve profundamente ligado com o seu passado, o que o tornou ainda mais encantador.
Começamos o episódio conhecendo Gloria Carlyle – uma velha bastante chata que gosta de ser desagradável com todo mundo, e bastante odiada. E, durante uma festa em um Museu, ela aparece morta frente a um quadro, aparentemente assassinada. Mas nada fica no “aparentemente” com Forever, então Henry se vê muito mais envolvido do que gostaria no caso. Ele não visitou a cena do crime porque, muitos anos atrás, ele teve ótimas memórias com Abigail naquele mesmo Museu, na frente daquele mesmo quadro em frente do qual Gloria Carlyle resolveu morrer. E não lhe pareceu muito certo retornar àquele lugar e sofrer novamente a perda do amor da sua vida.
Depois de desconfiarmos que quem tinha matado a Gloria tinha sido a Nazaré, as coisas vão se encaixando. E temos muitos detalhes a serem observados, e é o que eu mais gosto na série. Eu gosto de vê-los achar uma nova informação a cada alguns minutos. Ver o interrogatório de Lance e depois de Marta, e mesmo com todas as evidências saber que não tinha sido nem um nem outro a assassiná-la, só porque ainda faltava tempo demais para acabar o episódio. Desconfiar do próprio filho dela e se convencer de que ele poderia, sim, ter feito uma coisa dessas, mas depois ter toda sua teoria desmentida porque nada daquilo era verdade. Os telefonemas de Henry, sem dúvida alguma, foram as melhores cenas do episódio! “Não me ligue de novo, Henry!”
Mas o mais interessante foi conhecer Gloria Carlyle, e de quebra um pouco mais de Henry. Atualmente, minhas cenas favoritas estão sendo os flashbacks dele – porque ele viveu muita coisa em sua vida. Foi ali que descobrimos que Gloria nem sempre foi essa “bruxa” a quem todos odiavam, e fora, uma vez, uma mulher bonita e gentil, inteligente. A cena da festa com Abigail, os quadros famosos e um de um argentino desconhecido no meio, a “pessoa especial” que não pôde estar presente naquela noite e, por fim, a carta queimada na lareira pouco antes da morte. E os pequenos detalhes colocados juntos que provam que, na hora em que ela tomou o seu “veneno”, ela estava sozinha – e portanto escolheu se matar e usou a festa como um bilhete de despedida.
E morreu com o homem que amava.
Foi dramático na medida certa, e me convenceu a ponto de me importar de verdade com a história como um todo. O caso me deixou intrigado e vidrado no episódio do começo ao fim, e eu gostei de conhecer uma história do passado de Henry que interfere ainda no presente – o tornando quem ele é hoje. Amo, como sempre, o humor dessa série, as piadas sobre a hora do almoço, o “Oh, for God’s sake, Henry. Just watch it!”, e o final surpreendente. Porque eu, sinceramente, não estava esperando por aquele desfecho, mas foi o que me deixou mais contente, porque foi um “crime” investigado que deixou uma mensagem melancólica e muito bonita, finalizando a semana de maneira belíssima. Torcendo por mais episódios como esse em Forever.

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