Supernatural 10x01 – Black


Não basta ser um demônio. Tem que ser um demônio bêbado e desafinado.
A história de Supernatural melhorou nos últimos anos, finalmente. Acho que todo começo de temporada é bastante pertinente fazer um retrospecto – basicamente um The Road So Far. Quanto à série, ela começou absurdamente bem, e conquistou milhões de fãs nos seus primeiros anos. Mesmo quem defenda a série do começo ao fim (entenda, eu a amo – só assim para ver a série há 10 anos! – mas eu reconheço seus problemas), deve entender que a sexta e a sétima temporada foram sofríveis. Realmente sofríveis. Os Leviatãs pareciam uma grande piada, os dramas mexicanos também… embora eles nunca tenham acabado. Oitavo ano melhorou consideravelmente, e tivemos uma nona temporada consistente.
E inovadora. Porque agora o Dean é um demônio, e ninguém sabe muito bem como isso vai caminhar. Eu acho interessante ver o mistério que sempre acompanha o roteiro de Supernatural, porque nunca temos muita certeza de nada até o dia da estréia, finalmente. Não foi diferente. Mas me parece que toda a nona temporada foi uma inteligente preparação para esse momento: a Marca de Caim, as constantes discussões entre Sam e Dean, a transformação pela qual Dean passava, se tornando muito mais agressivo do que costumava ser… e, claro, a proximidade com Crowley. Foi toda uma construção que fez esses dois contracenarem e conquistarem o público – então não chega a ser uma surpresa que eles estejam, agora, “melhores amigos”.
“I miss him”.
Provavelmente o mais sofrido foi ver o Castiel reconhecendo que sente a falta de Dean – afinal, os dois sempre tiveram um bromance muito bonito na série, que nos deixava contentes. E agora o Dean é um demônio. Mas o Cas já tem que se preocupar com outras coisas, como o fato de não ter mais Graça, e que a roubada de um outro Anjo está se esvaindo, deixando-lhe profundamente debilitado. Fora o pós-Guerra dos Anjos que não vai ser nada fácil. Com um grupo de Anjos que retornaram ao Céu, outro ficou aqui, entre eles Daniel e Adina, pela sensação de liberdade que experimentaram na Terra, podendo tomar as próprias decisões, sem a alienação a qual estavam tão habituados no Céu. E a tensão continua existindo. Ao mesmo tempo, Castiel se torna cada vez mais humano, depois de tanto tempo aqui. “But these are human things”
Sam começa a temporada procurando o irmão – e essa parece uma fórmula muito pronta de Supernatural que às vezes me preocupa. Porque eu sinto que eles vão acabar com isso depressa demais. Ou não. Já renovada para a 11ª temporada, pode ser o momento de mudanças. Dean deixou um bilhete de despedida, e um vídeo de assassinato em uma loja – a MELHOR CENA é ver o Sam reparando nos olhos negros de Dean. Pronto. E temos todo aquele discurso que já conhecemos, como “I will save my brother. Or I’ll die trying”, um cara na loja que conta de maneira hilária sobre o assassinato realizado pelo “porn guy”, um seqüestro, e uma reação surpreendente de Dean: do tipo “pode matar o meu irmão, eu estou pouco me importando com isso”. Afinal, agora ele é um demônio, não é?
A décima temporada deve ser sobre se acostumar à vida de Dean como um demônio – eu gostaria que esse não fosse um problema a ser resolvido, que Dean continuasse um demônio dando uma dinâmica à série. Ele está visivelmente destruído, em pedaços, bebendo e cantando em karaokês, dormindo com quem quer que seja pouco se importante com sentimentos… mas ele não chega a estar tão distante do que o Dean sempre foi. E eu acho que essa proposta de Crowley de ambos governarem o Inferno juntos é, no mínimo, instigante. Aparentemente Dean não se importa com o irmão, e ajudar o Rei do Inferno a criar o “Inferno Perfeito” (seja lá o que for isso) é algo que eu gostaria de assistir… temos ótimos personagens que podem ser colocados em esferas diferentes, para uma épica décima temporada de Supernatural. Na expectativa.

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