Doctor Who 8x11 – Dark Water
E quase um ano depois, Doctor Who faz isso conosco. ÉPICO! PERFEITO!
De tempos em tempos, Doctor Who nos apresenta um episódio tão bom que meio que nos deixa
num estado de choque e completa satisfação, que não nos permite assistir
qualquer outra coisa – depois de um episódio como Dark Water, você não quer assistir qualquer outra série, porque Doctor Who te completa, e é isso o que
você ama. Assim como me senti depois de The
Day of the Doctor, que me fez querer ver e rever aquele episódio inúmeras
vezes. Adorei o episódio, adorei o final, adorei as respostas e o tema tratado
e, mais, como ele foi tratado. Tudo ficou incrivelmente bem colocado, e eu
estava em estado de puro êxtase do começo ao fim do episódio. Não acredito que
temos que esperar uma semana até o próximo, e que o próximo termina a
temporada.
Praticamente.
Foi o momento de descobrir quem era a Missy. Mas
muito mais do que isso esteve no episódio, e precisamos comentar cada uma
dessas instâncias. O episódio começa interessantíssimo com a morte de Danny
Pink durante uma conversa no telefone com Clara Oswald, na qual ela diz, de
maneira muito bonita, que o ama – a morte dele em si me chocou pela maneira
como ela ocorreu, e pela belíssima interpretação de Jenna Coleman. Eu não gosto
do Pink e sempre deixei isso muito claro, e pouco me interesso por esse romance
dos dois, que nem me parece convincente, mas a maneira como as cenas foram
guiadas, e a intensidade do sofrimento e determinação de Clara foram
contagiantes. Aquela cena em estado de sono, à beira de um vulcão…
desesperadora!
Tivemos uma aproximação de Clara e o Doctor que me
deixa muito contente e ao mesmo tempo incrivelmente preocupado – porque ele se
provou um excelente amigo, e tivemos aquelas conversas comoventes como “Do you think that I care for you so little
that betraying me would make a difference?” e ela dizendo que não merecia
um amigo como ele. O que ele faz ou tenta fazer por ela, nesse episódio, a
ligando novamente à TARDIS, é mais forte do que qualquer pessoa já fez, e isso
os coloca em uma posição completamente nova para o Twelfth Doctor. O que pode
querer dizer uma nona temporada em que a relação com Clara Oswald seja outra, e
tenhamos mais confiança ou diversão, sei lá. Ou pode ser a maneira de
aproximá-los ainda mais e tornar o amor de um pelo outro mais evidente, para um
baque maior em uma despedida no Natal.
ISSO ESTÁ ME MATANDO.
Mas falando nisso, a morte foi o tema do episódio,
e de uma maneira que fez meus olhos brilharem! Eu adorei as metáforas, amei o
lugar para onde o Danny Pink foi mandado, e toda essa idéia bem original à
respeito de os mortos continuarem ligados aos seus corpos no mundo dos vivos,
sentindo o que eles sentem (“Don’t
cremate me! Don’t cremate me!” e os gritos de um corpo deixado para a
ciência) e parcialmente conscientes do mundo à sua volta. Além, é claro, da
Nethersphere, um lugar de tecnologia de Gallifrey meio que comandado pela
Missy. Um lugar assombroso, onde as almas e consciências das pessoas mortas
moram, e onde tanques repletos de dark
water exibem esqueletos terríveis, e omitem um exoesqueleto bastante
conhecido nosso.
Adorei essa perspectiva. Adorei essa idéia. “Okay,
you’re dead, and that is what comes next”. É desesperador pensar em
um mundo como esse, em pensar que depois da morte tenhamos uma vida como essa –
e ainda estejamos dependentes do nosso corpo original. Mas ao mesmo tempo, é
uma idéia intrigante que nos leva a pensar, e nos deixa angustiados. Eu achei
inteligentíssimo o paralelo feito disso com bebês no útero – se esses fossem
capazes de se comunicar uns com os outros em outros úteros, o que eles achariam
da vida? Que ela dura apenas 9 meses, depois dos quais um buraco se abre, eles
escorregam e acabou… então aquela não é, realmente, a vida após a morte. É
apenas mais vida do que esperávamos. “Wi-fi? Do you have wi-fi
here? iPads. You have iPads in the after life?” “iPads? We have Steve
Jobs!”
MISSY, MINHA LINDA!
Bem-vinda, Missy, à série. Esperamos poder
acompanhá-la por muito tempo. A sua introdução no episódio foi bem
interessante, embora a proposta robótica tenha me incomodado, e a cara da Clara
durante o beijo foi a MELHOR. “You’re
very… realistic” “Tongues?” “Shut up”. E, uma das melhores falas do
episódio, porque sempre me arrepia quando essas palavras são ditas na série: “My heart is maintained by the doctor”
“Doctor who?” E foi uma constante tentativa de nos fazer pensar quem ela
podia ser, e nos fazer relembrar as diversas teorias que fizemos ao longo de
todos esses episódios. E mesmo antes do fim do episódio, sabíamos quem ela era,
a única pessoa que ela poderia ser. Com aquele jeito de falar, aquela raiva e
cinismo, aquela falta de piedade matando seu companheiro. Só podia ser…
O conceito de dark
water, ou água escura, ainda é
algo que deve retornar, mas desempenhou um papel interessante no episódio de
esconder os Cybermen. Embora tenhamos, também, tido um interessante momento na
qual a entendemos, e o fato de apenas matéria orgânica ser vista sob ela ter
gerado uma boa piada – afinal o Doctor não entendia os benefícios de tê-la em
piscinas. A água descendo naqueles tanques e revelando o tal exoesqueleto foi
no mínimo impactante. OS CYBERMEN ESTÃO AÍ! Mostrando o tamanho da mente
doentia de Missy – e nos deixando completamente perdidos, loucos, surtando com
apenas algumas cenas. Desse jeito que Doctor
Who SEMPRE consegue fazer tão bem! E um final muito aberto para o último
episódio… a decisão de Danny, Clara presa com o Cybermen, Doctor e a identidade
de Missy…
“Who are you?”
“You know who I am”
Incrível como o episódio conseguiu incorporar um
tom muito sinistro, sem fugir de como Doctor
Who sempre foi. Conseguiu colocar o tema da morte, conseguiu trabalhar isso
incrivelmente bem, e conseguiu nos deixar angustiados com as cenas do Doctor
com a Missy, enquanto ele tentava entender quem era aquela Time Lady. Aquela
Time Lady que ele abandonou, que ele
deixou para morrer. “Please, try to keep up. Short for mistress.
Well, I couldn’t very well keep calling myself the Master, could I?” QUE FINAL FOI ESSE? A
expressão do Doctor, aquela trilha sonora, toda essa apreensão. Teremos um
episódio realmente surpreendente e épico na próxima semana, certamente, e
depois teremos que esperar até o Especial de Natal… e uns 8 meses até a nona
temporada. Por que Doctor Who faz
isso conosco?
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