87th Academy Awards – Oscar 2015
Quem quer uma estatueta LEGO do Oscar?
Não sei qual foi a desse ano, mas eu me senti
muito menos envolvido com o Oscar do
que costume ficar. É o quinto ano que eu assisto a premiação para escrever um
texto para o Parada Temporal, mas não
me lembro de já ter me sentido assim ao fim de uma premiação. Eu parecia
distante dos filmes (e talvez esse seja um dos motivos), sem ter visto NENHUM
dos indicados na categoria de Melhor
Filme, mas também achei a premiação muito sem graça como um todo. Tivemos belas
apresentações e coisas que valeram a pena, com toda a certeza, mas nada
espetacular, e nada que eu vá me lembrar para sempre… adorei Lady Gaga, por
exemplo, mas fiquei incrivelmente frustrado por não ter uma homenagem decente a
Back to the Future, por exemplo.
Já achei ano passado um pouco mais fraco que 2013.
Onde vamos parar?
Minha reação no começo: It’s Neil Patrick Harris time, baby! Mas acho que ele é um
anfitrião excelente para o Tony Awards (sempre
um máximo!), mas não necessariamente para o Academy Awards. Então ele teve uma
música divertida no início, que pareceu uma declaração de amor ao cinema,
usando títulos dos filmes e incontáveis referências, bem como um pouquinho de De Volta Para o Futuro e, brevemente, o
DeLorean e seu efeito, além do sapatinho da Cinderela e a linda participação de
Anna Kendrick no início. Me fez lembrar do quanto eu adorei Into the Woods. Também tivemos, mais
tarde, uma referência a Birdman, na
qual Neil Patrick Harris anda pelos bastidores só de cueca, e chama
apresentadores assim… mas não marcou como a selfie.
As apresentações de música foram muito
interessantes. “Everything is Awesome”
fez com que eu me sentisse novamente no cinema, vendo Uma Aventura LEGO, mesmo que eu tenha visto dublado! Foi uma
apresentação muito simpática, divertida, ao estilo do filme. Mas não tinha
chances de ganhar. Tivemos Maroon 5 (!) com Lost
Stars, que foi lindo. Depois a emotiva “I’m
Not Gonna Miss You”, e uma bonita performance de “Grateful”. Infelizmente, no momento em que “Glory” foi apresentada, eu já estava a ponto de morrer de tédio,
conversando mais do que prestando atenção, me perguntando quando que aquilo
tudo finalmente chegaria ao fim para que eu pudesse dormir. Tenho certeza de
que foi uma bela música e de que mereceu ter levado o prêmio, mas eu não tenho
qualquer recordação dela no momento.
Posso dizer? Realmente “Como Treinar Seu Dragão 2” é um PÉSSIMO título.
Tivemos Ansel Elgort apresentando Melhores Efeitos
Especiais, e tivemos aquele momento de culpa: olha os filmes que eu não vi. Interestelar
é minha pior frustração por ainda não ter visto, por ter perdido no cinema, mas
minha consciência está tranqüila por não ter sido minha culpa. Ainda preciso
ver e sei que vou adorar. Birdman me
deixa incrivelmente curioso, mas me parece exatamente o tipo de filme diferente que muita gente não gosta. Por
isso mesmo preciso ver. Conhecer. Desde que, na minha viagem para Nova York, vi
o trailer do filme, estou muito curioso por Boyhood,
e acho que a proposta de filmá-lo ao longo de 12 anos é algo muito original e
criativo. No mínimo, a técnica vai tornar isso interessante! Não sei se tive
mais alguma vergonha.
Lembramo-nos da triste morte de Robin Williams, e
Idina Menzel retorna para apresentar o vencedor de Melhor Música, o que é no mínimo justo. O fato de colocá-la lado a
lado com John Travolta, enquanto ele se desculpava pelo erro vergonhoso do ano
passado, foi quase humilhante. Eu tive uma pontada de vergonha alheia. E me
apaixonei pela performance de Lady Gaga! Com 50 anos de A Noviça Rebelde, essa foi a única homenagem do Oscar, mas foi
realmente lindo! Primeiro as cenas, depois a voz estrondosa e maravilhosa da
cantora começando com “The hills are
alive with the sound of music”. Me arrepiou, e foi uma performance
MAGNÍFICA da faxineira do Oscar. Bela voz, bela interpretação, me arrepiou… e
um pouco que me surpreendeu.
Ah, lembrei: O JOGO DA IMITAÇÃO. Preciso ver esse
filme! \o/
Vamos logo aos vencedores que não tenho muito mais
o que dizer:
Melhor Ator Coadjuvante
J.K. Simmons (“Whiplash – Em Busca da Perfeição”)
Melhor Figurino
Milena Canonero (“O Grande Hotel Budapeste”)
Melhor Cabelo e Maquiagem
Frances Hannon e Mark
Coulier (“O Grande Hotel Budapeste”)
Melhor Filme Estrangeiro
Ida (Polônia)
Melhor Curta de Ficção
The Phone Call (Mat
Kirkby e James Lucas)
Melhor Documentário
Curta-Metragem
Crisis Hotline:
Veterans Press 1 (Ellen Goosenberg Kent e Dana Perry)
Melhor Mixagem de Som
Whiplash – Em Busca da Perfeição
Melhor Edição de Som
Sniper Americano (Alan Robert Murray e Bub Asman)
Melhor Atriz Coadjuvante
Patricia Arquette (“Boyhood – Da Infância à Juventude”)
Melhores Efeitos Visuais
Interestelar
Melhor Curta de Animação
O Banquete (Patrick Osborne e Kristina Reed)
Melhor Longa de Animação
Operação Big Hero
Melhor Desenho de Produção
O Grande Hotel Budapeste (Adam Stockhausen e Anna Pinnock)
Melhor Fotografia
Birdman (Emmanuel Lubezki)
Melhor Edição
Whiplash – Em Busca da Perfeição (Tom Cross)
Melhor Documentário
Citizenfour
Melhor Canção Original
Glory, de John Stephens e
Lonnie Lynn (“Selma”)
Melhor Trilha Sonora Original
O Grande Hotel Budapeste (Alexandre Desplat)
Melhor Roteiro Original
Birdman (Alejandro
Gonzáles Iñárritu, Nicolas Giacobone, Alexander Dinelaris, Armando Bo)
Melhor Roteiro Adaptado
O Jogo da Imitação (Graham Moore)
Melhor Direção
Alejandro G. Iñárritu (Birdman)
Melhor Ator
Eddie Redmayne (“A Teoria de Tudo”)
Melhor Atriz
Julianne Moore (“Para Sempre Alice”)
Melhor Filme
Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)
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