Into the Woods – Caminhos da Floresta


Com roteiro excelente e um elenco impecável, INTO THE WOODS é um dos melhores filmes musicais da história. Tem espírito, tem carisma e, acima de tudo, tem FORÇA.
Saí do cinema com uma sensação tão gostosa de que tinha visto um de meus filmes favoritos! E querendo voltar o mais rápido possível – se possível, no dia seguinte mesmo. Com tudo aquilo que eu tanto amei na versão para os palcos de Into the Woods (como o roteiro inteligente que mistura várias histórias e distorce algumas coisas), o filme é uma brilhante adaptação. Temos mudanças no roteiro, algumas que me deixaram bastante intrigado, e eu certamente senti muito a falta do narrador, que era o meu personagem favorito… mas fora isso, o filme e o musical são duas produções independentes, e ambas excelentes. Embora a reprise de Into the Woods, na minha cabeça, é algo que realmente não poderia faltar na segunda parte do longa!
Into the Woods é a história do Padeiro e sua mulher: os dois querem ter um filho, mas não conseguem engravidar por causa de uma antiga maldição jogada sobre aquela casa. O culpado de tudo fora o pai do Padeiro, muitos anos atrás, por invadir a Horta da Bruxa, e roubar os Feijões Mágicos. Como ela também sofreu as conseqüências desse ato, ao se tornar uma velha enrugada e curvada, ela usa o desejo do Padeiro e de sua Mulher para ajudá-la a voltar a ser bela. Ela promete desfazer a maldição se eles lhe trouxerem os seguintes ingredientes: uma vaca, branca como leite; uma capa, vermelha como sangue; cabelo, amarelo como milho; e um sapatinho, puro como ouro. E os dois se embrenham na Floresta em busca desses quatro “ingredientes”, enquanto outras pessoas estão no meio da Floresta, por seus próprios motivos.
Adoro a maneira como essas histórias são narradas, e misturadas – como parece uma versão ultimate dos contos de fadas. Então a Chapeuzinho Vermelho é uma menina faminta que rouba comida do Padeiro para “levar para sua Avó”, embora coma tudo no caminho; João vaga pela Floresta em busca do vilarejo mais próximo, onde poderá vender sua vaquinha que não dá mais leite, a Milky-White; Cinderela, louca para ir ao Baile oferecido no Reino, vai até a Floresta visitar o túmulo de sua mãe em busca de ajuda; e Rapunzel está lá na sua torre, no meio da Floresta, presa. Vemos as histórias acontecendo, com algumas alterações interessantes que são o que mais gostamos enquanto assistimos Into the Woods – e não vemos tudo linearmente, nem todos os detalhes, não tanto quanto sabemos o que está acontecendo: Chapeuzinho e o Lobo Mau (e como o Padeiro tirou ela e a Vovó da barriga dele – ADORO a segunda capa da Chapeuzinho!), as visitas do Príncipe a Rapunzel, as três fugas de Cinderela que levam o Príncipe a colocar piche nas escadas e as visitas de João depois de subir o Pé-de-Feijão.
Tudo está incrivelmente bem produzido, e é um filme merecedor de pelo menos alguns Oscars pela sua impressionante parte técnica. Os cenários são incrivelmente belos, e temos cenas muito, muito bonitas de encher os olhos. Adoro os efeitos especiais, como aquela maravilhosa cena na qual a Bruxa toma o leite de Milky-White e se torna novamente “jovem” e bonita, enquanto a Mulher do Padeiro engravida depressa. Também os figurinos, tão incrivelmente belos! Eu gosto como o visual do filme é razoavelmente sombrio, e sem a abundância de cores comum em contos de fadas, temos figurinos belíssimos, marcados por uma ou outra vivacidade de cor como a Capa Vermelha da Chapeuzinho, que eu achei adorável, ou o vestido azul da Bruxa na segunda metade do filme. Outra coisa marcante: O BOM HUMOR. Temos tantos momentos gostosos de pura risada, como a música dos Príncipes, que levou o cinema inteiro às gargalhadas, um contagiando o outro. Foi uma experiência realmente incrível!
Em alguns momentos, o filme trouxe de volta versões mais macabras dos contos de fadas, como a maneira como as irmãs da Cinderela cortam seus dedos ou os calcanhares, para que seus pés caibam no sapatinho. Mas em geral, Into the Woods também é uma desconstrução do mais clássico, tornando Cinderela uma princesa indecisa, que não sabe o que quer, e por isso foge constantemente do Príncipe. Tem como não adorar a sua música na escada? E, mais do que isso, é interessante ver o que acontece, possivelmente, depois do “felizes para sempre” – que nem chega a acontecer. Depois do final clássico de todas as histórias, a mulher do Gigante morto por João desce para atacar o Reino. E então as coisas se confundem, se misturam, e nenhuma história prossegue de maneira independente, acabando com o Padeiro para criar João e Chapeuzinho, que ficaram sem suas família, enquanto Cinderela ajuda a criar o filho, e limpar a casa.
Sou completamente apaixonado pelo personagem do padeiro – acho que é um homem tão bom, tão fofo, e gosto demais do momento em que ele rouba a capa da Chapeuzinho e devolve. O elenco estava impressionante, com atuações brilhantes, de TODO MUNDO. Foram ótimas escolhas que deram vida a esses personagens da melhor maneira possível. Meryl Streep como a Bruxa, James Corden como o Padeiro e Emily Blunt como sua Mulher, Anna Kendrick como a Cinderela e Chris Pine como seu Príncipe, Daniel Huttlestone como Jack, Lilla Crawford como Chapeuzinho Vermelho e Johnny Depp como o Lobo Mau, e MacKenzie Mauzy como Rapunzel e Billy Magnussen como seu Príncipe. Branca de Neve e Bela Adormecida não foram citadas como affairs dos Príncipes, uma vez que a reprise de Agony foi cortada da versão cinematográfica.
Falando em músicas… eu realmente AMO o começo, com aquele I Wish que realmente me arrepia! Quando o filme acaba, e Cinderela solta o último “I wish”, depois dos créditos, eu quis aplaudir. Também amo a entrada de cada um dos personagens na floresta cantando “Into the Woods”, e como não adorar essa tão maravilhosa busca por aqueles quatro ingredientes. “The cow as white as milk, the cape as red as blood, the hair as yellow as corn, the slipper as pure as gold” – é uma das coisas mais encantadoras, como a busca por esses quatro elementos se desenvolve, como se perde e se recupera de uma hora para outra, como a “poção” no final é HILÁRIA! Gosto da voz da pequena Chapeuzinho cantando “I Know Things Now” e de Jack cantando “Giants in the Sky”. Andy ou know things now / That you never knew before. “It Takes Two” que É MUITO TERNA. E, antes de “Children Will Listen” que acaba o filme de maneira belíssima, emocionante, e me deixando arrepiado, ainda temos “No One is Alone”, que é uma letra incrível e emocionante.
Mas a melhor: A MÚSICA DE ATRIBUIR CULPA UM AO OUTRO!
Não é necessariamente uma história infantil, embora o filme tenha sido amenizado. Cortaram partes de violência, cortaram cenas mais sexuais, e tornaram tudo mais inocente. Mas ainda temos momentos bizarros, temos extravagâncias deliciosas, e um humor incrível que nos leva às gargalhadas. FENOMENAL, e super recomendado.

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