Vale o Piloto? – Stitchers 1x01 – A Stitch in Time


Por que eu fui me APAIXONAR por uma série com tanto risco de cancelamento?
Eu relutei até o último segundo para ver esse episódio. Acontece que há séries que estréiam na mid-season sobre as quais eu nem tenho notícia até que elas tenham, de fato, estreado. E então eu leio a sinopse, vejo um trailer… a sinopse de Stitchers me chamou tanto a atenção que eu estava certo de que seria algo EXCEPCIONAL. Então as baixas audiências me fizeram ver que as chances de cancelamento da série eram grandes demais… não devia chegar nem ao episódio cinco, então eu não devia me dar ao trabalho de assistir. E me poupar. Mas eu não resisti… eu baixei o episódio. “Por baixar”. E assisti. E sinceramente, eu não sei como a audiência pode estar tão baixa, eu não sei como eles podem permitir que a série seja cancelada. Porque, resumindo…
A SÉRIE É ÓTIMA <3
Kirsten Clark é uma estudante com Displasia Temporal. Além de não ter nenhuma percepção de tempo, ela também não exibe emoções, aparentemente. Eu gostei de ambas suas características. A primeira garante que ela não saiba a diferença entre uma hora e um minuto, porque ela não tem percepção de tempo, mas sua mente funciona rapidamente e ela calcula precisamente quanto tempo deve ter se passado de acordo com o que aconteceu. 4 horas e 8 minutos. “I have this condition. It’s called Temporal Dysplasia. I have no time perception” A segunda característica garante que ela aja, praticamente, como um andróide. Ela realmente não expressa nenhum tipo de sentimento, nem quando o seu suposto pai foi encontrado morto. Ela aprendeu a identificar as emoções humanas através de flashcards quando criança. A maneira fria e indiferente como ela lida com absolutamente tudo me deixou meio encantado.
Por mais estranho que seja.
A introdução da série, antes de chegarmos a toda a situação de stitching é bem fascinante. Kirsten tem problemas com a mulher com quem divide uma casa, mas é tão incrivelmente inteligente que pode fazer praticamente qualquer coisa… e a maneira funcional como ela lida com Ed Clark morto é incrível. Porque ela faz perguntas atrás de perguntas ao detetive, certa de que o “pai” não se matou, como eles parecem propensos a acreditar. “Why weren’t you and your father close?” “You’re the detective. Detect”. Ela realmente não se importa com nada se ela está tão disposta a investigar o fato de o pai não ter se matado? Na verdade, é uma coisa meio de “não sentir”, mas não necessariamente de “não se importar”. Se é que isso faz algum sentido. Assim, após garantir que Ed Clark não era seu pai, e também não se matou, ela acaba seqüestrada por Maggie Baptiste.
Maggie Baptiste insere a premissa da série no Piloto: eles buscam alguém com as características de Kirsten para o Programa Stitcher, que basicamente joga a consciência viva de alguém dentro das memórias de alguém morto recentemente, para colher informações. E eu adorei o tal “projeto”. Basicamente o cérebro começa a se deteriorar depois de 10 minutos de morto, e as memórias sobrevivem por 30 segundos, mas eles conseguem prolongar isso, de alguma maneira… e para que eles tenham acesso às tais memórias, eles só precisam inserir uma consciência viva dentro do cérebro para que ela possa vagar por ali. STITCHING. E como ela é tem Disfasia Temporal e é tão incrivelmente fria a ponto de não expressar reações nem quando o “pai” morreu, ela é perfeita para o Programa… afinal ela não sairia por “não ter agüentado”, como aconteceu com a mulher que veio antes dela.
Então nós ganhamos talvez uma das melhores duplas possíveis: Kirsten e Cameron. Sério, EU AMEI AQUELES DOIS. Desde o começo, desde a primeiríssima cena. Na qual ela o compara a um Gollum, que passou tanto tempo em uma caverna que não consegue lidar com os outros hobbits, e ele, astutamente, responde: “Name all the actors who played Doctor Who since 1963 and maybe you get a reaction out of me”. Sério, a maneira como eles se provocam, mas se entendem, e como faíscas parecem sair toda vez em que eles “conversam”, não tinha como não adorar. Sério. Muito. “Captain’s Log, Stardate 2015…”, mas ela arruína o momento. Supostamente. Ah, e eu também gosto de personagens sarcásticos, cheios de comentários ácidos, e a condição dela realmente favorece esse tipo de ação. E foi quando ela soltou um “I hope you people are smarter than you are creative” por causa do aquário.
Sim, ela é demais.
Time to STITCH. É tudo muito envolvente, como eles colocam ela no Aquário, e a guiam pelas informações mais importantes, sobre como ela se sairá lá dentro, e como voltar aqui para fora. E eu estava tão encantado pela relação de Kirsten e Cameron, que de alguma maneira me lembrou Kiera e Alec. Why? Dunno. Na verdade, podemos não ter os melhores efeitos possíveis, mas eu gostei do trabalho que a série fez ao colocar Kirsten dentro da memória de Brandt… as memórias se sobrepondo, confusas, num fluxo natural que não segue necessariamente uma linearidade… isso está expresso na imagem tremendo ou embaçada, e as mudanças repentinas de cenas e de momentos! Enquanto ela precisa achar sentido em tudo. E isso, claro, mexe com ela – ela é afetada pelas memórias de Brandt, a ponto de sair do Aquário e beijar o Cameron.
Okay, quem não ia querer beijar o Cameron?
Tudo bem, ela. ELA NEM SE LEMBRA! Mas o stitching a faz sentir o que nunca sentiu!
Acho que temos toda uma possibilidade tremenda dentro dela – além da Displasia Temporal, ela tem a questão de não ter sentimentos, ou algo assim, e o contato tão direto com as memórias e as emoções das pessoas mortas recentemente a colocam em posição de sentir essas coisas pela primeira vez. Luto, raiva, amor… o episódio se desenvolveu incrivelmente bem. Eu realmente ADOREI. Depois de deixar a mente de Brandt, eles seguem investigando… conseguem uma informação ou outra precisas, mas têm que interpretar outras como a “porta azul”, e chegam à terceira bomba, explodindo na casa da mulher que roubou a tecnologia de Julie – motivo pelo qual as bombas existem, porque Brandt, namorado de Julie, culpa toda essa história pela morte dela. Cameron e Kirsten formam uma dupla INCRÍVEL, chegando a um último nome, uma última bomba.
E é um Piloto incrível. Instigante, bem feito e bons personagens!
E ESSE FINAL? O caso de Ed Clark, desenvolvedor do Programa Stitcher. Com o pai dela!

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