On Broadway – Les Misérables
To love another person is to
see the face of God.
Quanta intensidade, quanta emoção! Eu não sabia
exatamente o que esperar ao ir assistir Les Misérables. Quer dizer, eu
sabia que era uma história cujo pano de fundo era a revolução francesa, e eu
conhecia algumas dessas músicas para saber que era algo forte. Mas eu não tinha
idéia do que realmente era até assistir ao espetáculo. E é comovente.
Completamente diferente de qualquer outro espetáculo que eu já tenha visto no
teatro, Les Miz é um clássico carregado, cantado do início ao fim, em um
tom quase soturno. Não é o tipo de musical que te deixa animado e saindo do
teatro cantando, como Mamma Mia!, é mais um musical que te faz sair
chorando. Porque durante o final da apresentação, enquanto os atores estavam se
apresentando, meus olhos se encheram de lágrimas com Ramin Karimloo, um Jean
Valjean realmente perfeito, vindo à frente receber seus merecidos aplausos.
Basicamente, Les Misérables é a história de
Jean Valjean, durante muitos e muitos anos. Ele serviu 19 anos como escravo,
prisioneiro, por ter roubado pão para o filho de sua irmã. Ambientado no século
XIX, Jean Valjean busca redenção, e começa uma vida nova, depois de um ato
muito bonito de misericórdia por parte de um religioso. Desde então, ele
decidiu ser uma pessoa diferente, embora para sempre procurado pela polícia, e
por Javert, mais especificamente. E seus caminhos se cruzam com os de Fantine,
que morre sem poder proteger sua filha, mesmo que Jean Valjean a tenha salvado,
temporariamente. Jean Valjean encontra e cria Cosette como sua própria filha,
em uma vida boa, repleta de amor. Com o passar dos anos, Jean Valjean ainda se
vê envolvido em uma França revolucionária, com um grupo de jovens idealistas
que lutam por liberdade, e uma terrível resistência em uma barricada.
É extremamente bonito como tudo acontece. As músicas
se misturam de forma que mal possamos distinguir umas das outras. Algumas aqui
e ali são mais distintas, como a performance de I Dreamed a Dream, que
parece bastante isolada e aterradora. Fantine precisa fazer um brilhante
trabalho naquele momento, mas a letra daquela canção já, por si só, meio que
destrói a todos nós! Mas temos uma constante recorrência de letras e orquestrações,
que muito me fascinam! Como o Look Down, que é usado duas vezes, depois
novamente em forma instrumental. Ou a melodia de I Dreamed a Dream que é
usada, além da sua primeira vez oficial por Fantine, também na sua morte, no
momento em que Jean Valjean está salvando Cosette das pessoas que a tratam
quase como uma escrava, e ainda durante o Finale... ou mesmo o Master
of the House, que é retomada durante o casamento em uma das poucas cenas
divertidas que o musical traz. Thénardier e sua esposa são, praticamente, os
únicos que provocam alguma risada durante o espetáculo.
Que também parecem erradas. É forte demais, triste
demais, intenso demais para rirmos!
Portanto, eu diria que é uma bonita produção
melancólica. O livro de Victor Hugo, embora eu não o tenha lido, deve ser um
relato pesado da vida sofrida de Jean Valjean, bem como as desgraças à França
durante a revolução. E isso tudo está incrivelmente bem transposto aos palcos,
com essas músicas carregadas, e toda a produção fantástica. É um elenco gigantesco,
que ocupa duas páginas inteiras do Playbill enquanto as demais produções
costumam ocupar apenas uma. Cheguei a ficar assustado com a quantidade de
pessoas presentes em Les Misérables. Também temos cenários belíssimos,
grandiosos e produzidos com maestria. Como a casa de Jean Valjean e Cosette, ou
a barricada, onde cenas tão terríveis e tão emocionantes acontecem! E os
figurinos... acho que um dos maiores destaques em Les Miz são seus
detalhados e precisos figurinos! Toda a reprodução da França no século XIX...
aqueles vestidos, aquelas roupas de estudante/revolucionário de Marius, aquelas
crianças esfarrapadas... tudo é tão lindo, tão grandioso, tão cheio de
detalhes!
Les Misérables é uma produção e tanto. Um evento diferente, inigualável em seu gênero.
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Oie!
ResponderExcluirNão vi nenhuma peça dos "Os Miseráveis". Lembro de ter lido aquela versão resumida do livro, mas não me marcou tanto quanto o filme, que já tinha assistido uma vez, e quando as "revoluções" aqui do Brasil começaram, lembra? há alguns anos, que a galera saiu nas ruas pacificamente, cantando o hino...então, ai peguei pra estudar a Revolução Francesa. Minha tia professora de história me deu algumas revistas bacanas, e eu assisti novamente o filme, e chorei como se não houvesse amanhã hahaha
Exato....e termino o filme com as músicas na cabeça, mas com um sentimento de pesar e também um orgulho dos que batalharam e sobreviveram, mas não feliz, como fico na maioria das vezes :P
Look Down é pesada, e ótima música...dá uma estremecida né?! E aquela outra, não sei se na peça tem, provavelmente sim, "Do you hear the people sing?" MEU.....meus olhos enchem de lágrimas com essa música!
Enfim........é único e quem me dera ter a honra de assistir o musical!!! Quem sabe não fazem de novo por aqui né?! hehehe
beijãozão *