Paper Towns – Cidades de Papel (2015)


Quando o maior milagre de todos é ter amigos INCRÍVEIS.
Eu estava todo empolgado para a estréia de Cidades de Papel. Desde que John Green passou a ser ainda mais famoso com o filme A Culpa é das Estrelas, no ano passado, um grande número de pessoas leu todos seus livros – dos quais Cidades de Papel é o meu favorito! Ainda acho que, como filme, ele não tem a força de TFIOS, mas ele pertence a um gênero completamente diferente. Eu acho que há muito tempo eu não me divirto tanto assistindo a um filme. Adorei aqueles personagens e me apaixonei por cada um deles novamente, ri mais com cenas que ficaram hilárias feitas para filme do que com cenas que eu tinha me matado de rir no livro, como a cena da baleia na estrada e tudo o mais… foi um filme muito bom, bem feito e incrível. Divertido, com belas mensagens e incrivelmente BONITO.
Super adolescente, eu devo dizer isso. O filme narra a história de Quentin Jacobsen, que acredita que o seu maior milagre na vida não é ter ganho muito dinheiro na loteria ou fazer a cesta no último segundo de uma final, mas sim ser vizinho de Margo Roth Spiegelman. Quando crianças, eles tiveram uma amizade muito intensa, que os proporcionou, inclusive, encontrar juntos um cara morto perto de suas casas, mas depois eles naturalmente se afastaram. Não que Quentin não tenha continuado, por toda sua vida, a ser completamente encantado por sua vizinha toda misteriosa. Tão misteriosa que, por gostar tanto de mistérios, acabou por se tornando um ela mesma. Mas isso tudo começou em uma noite muito especial na qual ela precisou da ajuda dele…
Ao descobrir que seu namorado a estava traindo, Margo Roth Spiegelman armou um plano muito elaborado e divertido para se vingar dele e das pessoas envolvidas. Como Becca, a sua amiga com quem seu ex-namorado a traiu e Lacey, sua melhor amiga que supostamente sabia do que estava acontecendo. A sequência toda foi bem rápida no filme, mas ficou bem feita, com uma pequena exceção. Tivemos uma boa sequência no mercado, uma adaptação no carro de Lacey, e o resto funcionando INCRIVELMENTE BEM… como a foto do pinto pequeno de Jase e as sobrancelhas arrancadas do Chuck (sério, essa cena ficou realmente perfeita!). Eu lamentei que eles não tenham invadido o SeaWorld, porque teria sido algo bem bacana de se ver, mas a maneira como eles subiram naquele prédio para olhar a cidade, tão frágil lá de cima… ficou lindo.
Uma cidade de papel. Com pessoas de papel.
Depois, o filme prossegue praticamente sem Margo, embora sua influência seja constante. Eu gosto de como o filme apresentou Quentin com seus amigos antes da noite com Margo, e como eles participaram de toda essa sequência no meio. Sinceramente, para mim a melhor parte sempre foi a amizade de Q com Radar (ADOREI a casa com os Papais Noéis Negros) e Ben. E COMO ELES ESTAVAM ÓTIMOS. Radar era um bom garoto nerdizinho e meio medroso, enquanto Ben estava hilário. Simplesmente hilário. Ele teve as melhores piadas do filme, e me arrancou risadas e mais risadas muito verdadeiras! Ah, sim, como eu posso não citar os dois momentos em que eles estão com medo de passar pelo buraco no esconderijo, especialmente o segundo, no qual “cantar vai ajudá-los”. ELES CANTANDO A MÚSICA DO POKÉMON SUPERA QUALQUER COISA!
E o gritinho de Ben com o barulho de Lacey entrando…
Assim, Quentin e os amigos seguem as pistas deixadas por Margo – eu acho que o filme foi bem preciso nessa parte, sem deixar tanta abertura. Margo estava bem, e nós sabíamos disso; no livro eu juro que cheguei a pensar que ela tivesse se matado. De todo modo, as pistas estão ali, elas são seguidas, e o grupo acaba saindo em uma INCRÍVEL road trip em busca de Agloe, a cidade de papel na qual Margo está “escondida”. O uso aleatório de letras maiúsculas foi lindo de ver! Tivemos algumas alterações aí, mas eu entendi o que eles estavam fazendo… no começo, achei estranho que eles não tenham fugido da colação de grau, só com as becas sem nada por baixo, ou que Angela tenha ido junto, mas essa preocupação foi toda justificada.
Por isso, embora tenhamos tido um mapa e as horas para acompanharmos a viagem, o foco nunca esteve nas 21 horas antes das quais eles tinham que chegar até Agloe – porque Margo não estava ameaçando ir embora, de toda maneira. Eles só precisavam voltar para o baile de formatura. Mas tendo lido o livro… os detalhes estavam ali. Ficou ótimo o Ben fazendo xixi naquelas latinhas (ah, o cinema inteiro riu muito!), as camisetas bregas e a parada no posto de combustível para a compra. A compra estava excelente! E, surpresa… ANSEL ELGORT COMO ATENDENTE NO POSTO! Foi tão bonitinho tê-lo visto ali, naquela cena, mesmo que rapidamente. MUITO BOM! O lance da vaca, como eu disse, não foi tão hilário quanto eu achei que seria, o restante do filme estava mais engraçado que isso, mas estava ali… e proporcionou uma noite de descanso, sendo que eles não estavam naquela mesma pressa do livro para chegar até Agloe.
Coisas aconteceram naquela noite. Principalmente entre os casais… Ben sempre foi fissurado por Lacey, e teve cenas hilárias – como os melhores 30 segundos da minha vida, o rolou um clima ali atrás ou e se a Lacey me procurar na escola? – e algumas embaraçosas – como ele e a espada de latinha vomitando quando pretendia contar alguma coisa para ela –, mas ele, durante todo o processo, se mostrou um amigo TÃO BOM e tão preocupado com Q, que Lacey não pôde não notá-lo e não se encantar também… eu curti tanto que ela tenha convidado ele para ir ao baile com ela. De verdade. Quanto a Angela e Radar… eles tiveram uma noite muito convincente juntos. Eles estavam tão felizes, tão apaixonados e tão envolvidos. Foi quase poético. E hilário logo em seguida, quando Radar não pôde se conter e contou para os meninos. A mentira deles; a verdade que o Radar não consegue guardar; a aposta das garotas.
A chegada foi perfeita, assim como deveria ser… acho que eles fizeram tudo certo. Quentin demorou para encontrá-la, mas não perdeu as esperanças, mesmo que todo mundo tenha ido de volta embora. E foi uma bonita sequência o diálogo dos dois. Acho que ninguém foi embora do cinema bravo com Margo nem nada assim – eu sei que eu não, porque eu sabia que Margo precisava encontrar respostas, e isso ainda não tinha acontecido. Eu acho que a sua maior contribuição foi mesmo ter feito o que ela fez por todas aquelas pessoas. Porque mesmo que talvez ela não tenha conscientemente planejado nada daquilo, ela uniu Q, Radar e Ben ainda mais, assim como Lacey (que estava ÓTIMA!) e Angela. E ela fez com que Q amadurecesse significativamente. Chega a me dar um orgulho tremendo vê-lo reagir ao seu convite de segui-la: “Muito tempo eu sonhei em ouvir essas palavras. Mas eu tenho que ir”. E ele volta…
Porque essa obra de John Green adaptada aos cinemas não é, necessariamente, uma história de amor. Ou não é aquela convencional – mas não deixa de ser uma história de amor. É uma bonita história de amizade. As coisas que aconteceram contribuíram para isso. E fez sentido que eles quisessem tanto voltar a tempo do baile… porque foi perfeitamente emocionante ver Quentin entrar no baile, com Ben, Lacey, Radar e Angela dançando, todos tão fofos. Foi emocionante vê-los só com as becas (nós entendemos a referência!) assinando aquela mesa. Foi emocionante o seu discurso final sobre aquelas pessoas tão importantes na vida dele. Foi emocionante que ele tenha se dado conta de qual era, afinal de contas, o seu grande milagre: que era ter aquelas pessoas com ele. E às vezes as pessoas falham em se dar conta disso, não é mesmo? Foi, novamente, uma mensagem muito bonita e muito bem passada…
Um belo filme.

Para mais de John Green, clique aqui.

P.S.: Nat Wolff foi Isaac em A Culpa é das Estrelas, e agora protagonizou Cidades de Papel que teve uma rápida participação de Ansel Elgort. Será que podemos esperar Austin Abrams, o Ben de Cidades de Papel, como o protagonista em Quem é você, Alasca? Vale cameo de Nat Wolff pra manter a tradição?
P.P.S.: Quando Quentin começa a falar sobre “primeiros” e cita um “último” na conversa com Margo enquanto eles tomam milkshake… impressão minha ou aquilo é uma clara referência a Quem é você, Alasca?

P.P.P.S.: Austin Abrams para Miles Halter. Sério. Eu já disse isso?

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