The People v. O.J. Simpson: American Crime Story 1x09 – Manna from Heaven
A defesa continua na sua instalação de um verdadeiro
circo.
Se você acompanhou American Crime Story até aqui, você tem noção de que assistir a
esses episódios é profundamente revoltante. Você sabe que a defesa está ali
para jogar baixo a todo custo, desde o começo, mas ainda assim você se revolta,
se enoja. E é cada vez mais angustiante e enraivecedor ver as reações de OJ na
cadeia, por exemplo, todo contente após o depoimento de Fuhrman, achando que
vai ser inocentado, sendo que nem o Kardashian acredita mais nele. É
revoltante, é humilhante. Não menosprezo toda a questão da fita, porque tem um
conteúdo terrível que merece e precisa ser investigado, mas NÃO É O MOMENTO. O
que acontece, exatamente como o pai de Ron disse na televisão em algum momento
do episódio, é que a defesa está deturpando o julgamento a todo custo. “O que está acontecendo? Agora é o julgamento
de Furhman. Não é mais o julgamento de um cara que assassinou o meu filho!”
Sem materiais suficientes para inocentar
OJ, tudo o que a defesa faz é levantar polêmica, instigar o público e o júri,
tentar fazer daquilo tudo um circo para distrair as pessoas.
Distraí-las do fato de haver PROVAS de que OJ é o
culpado.
Nunca confiamos que ter Mark Fuhrman entre as
testemunhas da promotoria seria algo bom, e esse episódio está aqui para
prová-lo. Assim que fitas cheias de informações caem nas mãos da defesa, elas
tentam usá-las a todo custo para chocar o mundo e, principalmente, o júri, para
que eles possam votar baseados na emoção e na raiva, esquecendo-se do
julgamento de OJ. O que é absolutamente revoltante. A fita é terrível e repleta
de dizeres racistas e sem caráter algum, mas não chega a ser “relevante” em
todo o caso de OJ porque não prova sua inocência. Que não existe. OJ continua,
portanto, sendo culpado, mas a defesa distrai o júri com toda essa palhaçada
para a qual eles chamam a atenção. Assim, Johnnie Cochran tenta, a todo custo,
a autorização para usar as fitas no tribunal, e é uma luta de um episódio todo.
Eu adorei aquele primeiro juiz, na Carolina do Norte, que não julgou essencial
ao caso de OJ e não o permitiu usá-las, as isso aconteceu de qualquer maneira,
mais cedo ou mais tarde, embora tenha tido algumas ressalvas pelas quais eu não
estava esperando, e me animaram.
Não o suficiente, though.
Acontece que Peggy, a esposa do Juiz Ito, é citada
na fita por Mark Furhman, e então o negócio ganha outras proporções. Uma vez
que isso fosse trazido à tona, todos corriam o risco de ter o juiz afastado do
caso e o julgamento todo anulado, mesmo depois de tanto tempo (um ano, pelo
menos!). Isso significaria ter que começar tudo de novo, do zero, o que,
talvez, até pudesse ser um ponto a favor da promotoria, para organizar suas
provas e argumentos, afinal a defesa não tem nada substancial que pudesse
melhorar. Mas eles preferiram não fazê-lo, afinal todo o caso já se estende por
tempo demais! Assim, Ito foi mantido no caso, e ele reduziu as horas e horas de
gravações revoltantes e criminosas de Mark Fuhrman a duas frases que provam o
seu perjúrio e, infelizmente, é o suficiente para que a defesa se regozije,
afinal ele se recusou a responder TODAS as perguntas que lhe foram feitas,
inclusive aquela que sobre ele ter incriminado ou não OJ. Depois de toda a nova
leva de revolta que experimentamos nesse episódio, com uma momentânea vitória
da defesa, não sei se estou preparado para a Season Finale da semana que vem.
Especialmente sabendo que o final vai me deixar
revoltado.
Mais que nunca.
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