[Season Finale] Sherlock 1x03 – The Great Game


“And do those whispers have a name?”
Meus nervos se acabaram depois desse episódio! O QUE FOI ISSO? Genial, brilhante. Foi uma apresentação digna e oficial de Moriarty, Jim Moriarty, na série, mas ainda pareceu tão breve que as possibilidades abertas para o futuro são inúmeras! A série apresentou o nome, surpreendentemente, lá no Piloto – mas com uma temporada curta de apenas 3 episódios, se eles queriam terminar desse jeito, era importante deixar claro que Moriarty não é apenas uma pessoa que Sherlock Holmes enfrenta, mas toda uma ideia perigosa que o persegue e que sempre esteve presente. E foi sensacional! Esse é, até o momento, o meu episódio favorito, com um dinamismo e um ritmo apaixonantes. Não teve como controlar-se na cadeira enquanto as peças se encaixavam, enquanto Sherlock fazia aquela coisa dele de entender os fatos através de pequenos detalhes, e peça atrás de peça, caso atrás de caso, ele os resolvia rumo a algo maior, em um constante e alucinante jogo com outro gênio que sabe manipulá-lo extremamente bem. Sherlock versus Moriarty, o icônico encontro dos dois, representado em um suspense preciso.
O episódio começa com Sherlock entediado (coitadas das paredes quando o Sherlock está entediado) e um caso apresentado por Mycroft que ele ignora – um homem, Andrew West, que foi encontrado morto nos trilhos do trem, supostamente suicida. De novo. Mas depois de Sherlock ter menosprezado o caso passado pelo irmão, ele é convocado pela polícia pela enésima vez, e uma jornada grande começa em um perigoso jogo. O celular rosa do primeiro episódio está de volta, embora não seja o mesmo (“A study in pink? Do you read his blog?” “Of course I do. We all do”), e Sherlock recebe enigmas a serem desvendados dentro de certos prazos, após os quais pessoas morrerão. Alguém está fazendo pessoas reféns e as obrigando a telefonar para Sherlock e dizer que ele quisesse, passando instruções, contando do prazo, enquanto essa pessoa manda fotos para Sherlock com as pistas iniciais de cada um dos enigmas que ele lhe entrega. E um a um Sherlock vai desvendando-os, enquanto salva a vida das pessoas amarradas a bombas que estavam lhe telefonando a mando de uma terceira pessoa.
E é claro que Sherlock se diverte com isso!
Você se surpreenderia com a maneira inteligente como todo o caso é organizado, e como o roteiro nos apresenta informações que deveríamos prestar atenção, mas que às vezes deixamos passar. O cara que Sherlock conhece no hospital e diz para a namorada dele que é gay me pareceu uma simples brincadeira. O cabelo, a pele, a cueca, o telefone. Mas tudo era importante para o grande plano final. Eu deveria ter me dado conta pelo interesse que ele apresentou por Sherlock e depois quando os telefonemas o chamavam de “Hey sexy” ou dizia coisas como “Why does anyone does anything? Because I’m bored. We were made for each other, Sherlock”. Eu devia ter me dado conta de que a identidade de Moriarty JÁ TINHA SIDO REVELADA NO PRÓPRIO EPISÓDIO. Mas eu deixei passar. E talvez eu não devesse me sentir tão culpado, já que o próprio Sherlock cometeu o mesmo erro, então quem seria eu? Apesar de que eu sei coisas básicas do Sistema Solar, como o fato de a Terra girar em torno do Sol e tudo o mais.
Segundo o blog de Watson (!), Sherlock não sabe.
Embora eu também não soubesse da Supernova Van Buren.
Meticulosamente pensado, o jogo que Moriarty impõe a Sherlock (e que ele não pode recusar, de modo algum) é instigante, e envolve coisas que realmente significam algo para ele, como o assassinato de Carl Powers, tantos anos atrás. O primeiro caso, com a primeira voz roubada em uma angustiante ligação e apenas 9 horas de prazo, se fecha ligando tudo ao tênis de Carl Powers. E se fecha ali nele mesmo. 5 bipes. E assim se inicia uma jornada acelerada e uma luta contra o tempo para desvendar cada vez novos enigmas. Segunda voz sequestrada, um cara no meio da rua, 8 horas de prazo, o carro, Ian Monkford, Janus Cars. Sherlock é excepcional resolvendo todo o caso através de sua observação apurada que nota detalhes mínimos e significantes. O cara estava na Colômbia e tinha forjado tudo, junto com a esposa, pelo dinheiro do seguro. Agora, eu devo confessar: quando o Sherlock foi conversar com a esposa do Ian, todo dissimulado, fingindo-se de amigo, e ATÉ CHORANDO, eu passei a gostar ainda mais dele. Muito mais.
Me julguem.
“We need our terrorist to know this is case is solved. I am on fire!”
A terceira ligação foi uma das que me deixou mais angustiado, embora as três últimas tenham sido muito mais apelativas e desesperadoras. “I want to watch you dance”. 12 horas foram dadas para que Sherlock resolvesse o caso que salvaria a velhinha cega que estava sendo a voz de Moriarty. Assassinato de Connie Prince, supostamente por causa de um corte na mão e tétano, mas Sherlock sabe que não foi isso. O jogo foi ficando cada vez mais apertado, e ele passou a resposta do caso com menos de uma hora para salvar a velhinha. E não foi possível. Não necessariamente por culpa do Sherlock, e eu devo defendê-lo nesse momento, mas porque ao invés de dizer que lhe foi perguntado para ser salva, a mulher escolheu tentar descrever a voz de Moriarty. E então ele simplesmente não podia mais deixá-la viver. “Why is he doing this, the bomber?” E quando o Watson se irritou e se cansou de tudo aquilo porque vidas estavam em jogo enquanto o Sherlock se divertia, eu o compreendi. Mas o Sherlock não estava fazendo nada de errado. Ele estava ajudando a salvar cada uma daquelas pessoas!
Não?
O último longo caso do episódio traz o assassinato de Alex Woodbridge, encontrado morto na beira do rio, mas dessa vez Moriarty trabalha diferente, com quase todo o caso sem nenhuma ligação para Sherlock. E ele, depressa, liga o caso à falsificação de um quadro e o homem morto como um guarda de galeria que descobriu alguma coisa. Só devo dizer que a parte de Sherlock fantasiado de policial na Hickman Gallery foi DEMAIS. Que homem era aquele, minha nossa?! Depois da luta contra o Golem no Planetário e a determinação de Sherlock de que o quadro TINHA que ser falso, o telefonema tardio veio: e foi desesperador. Uma criança. E a contagem regressiva era acentuada. 10. 9. 8. Meu coração estava na mão, angustiado para ver o Sherlock provar que o quadro era falso, mas como? Todo o nervosismo me privou de respirar, o que eu só fui notar momentos depois quando o Sherlock finalmente deu a resposta a Moriarty que ele queria ouvir: “Van Buren Supernova”. E eu devo dizer: foi muito astuto! Uma resolução mais que incrível para o caso que provava que o quadro não podia ser verdadeiro por causa de uma supernova pintada no céu que ainda não era vista naquela época.
Ótimo.
Aí chegamos oficialmente a Moriarty.
E a apreensão só cresce. Porque Sherlock sabe que o jogo ainda não acabou, que ainda falta um último caso e um último telefonema. Mas Moriarty não está ligando. Assim ele vai, junto com Watson, à resolução do caso de Mycroft, com um pen-drive importante e mais uma resolução boa. Mas tem mais alguma coisa. A rápida cena na qual Watson sai daqueles cubículos na beira da piscina, o meu coração parou. Era impossível, e eu sabia disso, tendo visto pôsteres das demais temporadas, mas por um segundo eles quiseram que acreditássemos que Watson era Moriarty. E seria surpreendente e assustador. Mas não sei o que foi mais assustador. Isso ou ver Watson, nosso fofo Watson, com uma bomba no peito. Assim conhecemos, oficialmente, MORIARTY. E é sensacional! É uma cena repleta de muita tensão e suspense, uma finalização perfeita para a temporada excelente que acompanhamos. Moriarty é completamente descontrolado, mas é igualmente um gênio, e um adversário à altura de Sherlock. Isso nos interessa. Não consigo sentir raiva dele, porque uma admiração velada se sobressai, e acho que o quão desafiador ele é para Sherlock é uma das características mais interessantes da obra de Sherlock Holmes. Nós gostamos de ver Sherlock contra Moriarty! E Sherlock segurando uma arma.
Mas eu ainda não acredito que a temporada acabou daquele jeito!
E que eles puderam deixar a audiência esperando por quase 2 anos!

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