Truque de Mestre: O 2º Ato (Now You See Me 2, 2016)
“We are going out with a show people will never
forget”
Embora um pouco mais forçado para acontecer, eu
gostei MUITO de Truque de Mestre 2,
que é um excelente filme e traz de volta os personagens que adoramos e os
incríveis números de mágica que envolvem muita manipulação, hipnose e
tecnologia. É bacana vê-los, por exemplo, pular de um prédio nos Estados Unidos
e acabar na China e ter uma noção muito clara de como isso aconteceu, mesmo
antes que o roteiro se dedique a nos explicar a situação. Acredito que o
primeiro filme da franquia era muito centrado, muito fechado em sua história,
com os detalhes previamente pensados para se conectar das formas mais
inteligentes possíveis – tudo se encaixava, tudo fazia sentido,
milimetricamente calculado –, e eles precisaram extrapolar a premissa básica do
original para justificar a sequência, o que é evidente desde a primeira cena,
quando vemos Lionel Shrike ser jogado no lago, acorrentado, dentro de um cofre,
do qual, supostamente, ele jamais saiu, deixando todo o sentimento que guiaria
Dylan ao longo do primeiro Truque de
Mestre em suas ordens para os Cavaleiros.
Digo supostamente porque já não sei mais se seu
pai está morto.
Assim, é natural que Truque de Mestre: o 2º Ato esteja um pouco menos crível que seu
antecessor, mas isso não priva o filme de ser eletrizante! Um ano após os
acontecimentos do primeiro filme, quando os Quatro Cavaleiros foram aceitos
como membros do Olho, liderados por Dylan, apenas três deles restaram,
continuamente duvidando da organização e do próprio Dylan, ocasionalmente. O
que é natural. Quando eles recebem uma nova ordem para retornar, os Quatro
Cavaleiros (agora completados por Lula), agem magnificamente para invadir uma
apresentação de um novo celular, naquelas sequências maravilhosas de cena que
adoramos e que são tão completas! Quando tudo dá errado e eles são
desmascarados (desacreditando-os um pouco do que estávamos acostumados a ver em
Truque de Mestre, o que foi um pouco
chocante e me incomodou levemente), eles precisam abortar a missão às presas,
fugir no meio da apresentação que é a única ao estilo do original, e pular de
um prédio, do qual eles saem em Macau, por mais estranho que pareça. Mas vocês
lembram de toda a questão do banco de Paris, certo?
Já era evidente que se tratava de hipnose.
Fico tão feliz em saber reconhecer essas coisas
depressa.
Mesmo que todo mundo, provavelmente, já tenha
sacado a intenção do filme desde o início. Com isso, os Quatro Cavaleiros em
Macau, separados de Dylan, eles vão ganhando suas próprias missões, como a de
Walter Mabry, que é a de roubar um chip que os colocaria em poder de todos os
computadores do mundo – um verdadeiro
perigo. A onisciência tecnológica. Uma das mais divertidas cenas advém dessa
tentativa de roubo que, por fim, dá certo, mas é muito complicada na sua
execução. Jack Wilder entrando embaixo do mecanismo todo enquanto Merritt
distrai os guardas com um acesso de espirros é genial. Bem como toda a cena
seguinte na qual eles demonstram toda sua paixão pelo deboche jogando a carta
com o chip para lá e para cá, enganando continuamente os guardas. Me pareceu um
pouco de exagero jogar aquela carta TANTO para lá e para cá, mas eles estavam
fazendo o showzinho deles, e foi tão divertido e tão gostoso que eu não posso
reclamar. Na hora, eu só estava pensando no quanto eu AMAVA aqueles quatro e no
quanto eles mereciam ter uma série para vermos esse tipo de cena semanalmente.
Sério.
Os Quatro Cavaleiros são perfeitos, são INCRÍVEIS.
Eu tenho uma paixão escondida por Jesse Eisenberg desde A Rede Social, e eu acho o Daniel Atlas perfeitamente interessante.
Woody Harrelson estava ótimo como Merritt, meio irritante como Chase. Dave
Franco (sempre uma coisa linda de se ver!) estava ótimo como Jack Wilder. Ah os
momentos em que ele sorri! Lizzy Caplan vem como Lula May com uma
responsabilidade imensa de completar, novamente, os Quatro Cavaleiros, e se sai
incrivelmente bem – criaram um personagem hilário e intenso para ela, então não
teve como não se apaixonar pela garota bem depressa! Sua introdução com a
guilhotina, depois aquela cena no “restaurante” cortando o braço (“Eu me demito!”, ri tanto!) e o sutiã na
cena da carta. Ela era um máximo! Por fim, Morgan Freeman ganha um bom tipo de
redenção enquanto o personagem de Mark Ruffalo, infelizmente, é diminuído – não
no sentido de tempo em cena ou importância, mas parece que ele desce do seu
pedestal de poder, inteligência e infalibilidade do qual ele é apresenta em Truque de Mestre.
Independente das aparentes incoerências se
pensarmos no primeiro filme, com as extrapolações necessárias para que O 2º Ato fosse possível (como derrubar
Dylan, redimir Thaddeus, e trazer o dono da seguradora de novo como vilão
buscando vingança), os truques continuam incríveis. Não há a veracidade do
primeiro, onde tudo, por mais absurdo que pareça, ganha uma explicação clara e
plausível que torna o filme, ainda que improvável, possível. As explicações são
mais limitadas nesse, nem sempre presentes, nem sempre possíveis. Mas, de todo
modo, eu adoro o lance das pombas de Lula ou da chuva de Danny (acho que é o
melhor momento!). Jack Wilder estava incrível no negócio das damas, e ele é
mesmo um dos personagens mais cativantes. Mas o truque final… ELES SÃO
INCRÍVEIS MESMO! Era o que eu estava esperando ao longo de todo o filme. Uma
negação de sua vulnerabilidade, uma prova de que tudo foi pensado de uma forma
ou de outra. E quando os cinco são jogados do avião, eu comecei a sorrir.
Porque eu sabia que vinha algo bom pela frente!
A expressão de deboche deles do lado de fora das
janelinhas?
AMO DEMAIS! <3
O que me parece é que o Olho parece menos místico
e distante do que parecia no primeiro filme. A rivalidade entre Thaddeus e
Dylan parece fazer menos sentido e por isso é abolida. O acidente de Lionel
Shrike é trazido de volta com força, por algum motivo ainda incerto. E era
preciso que os Quatro Cavaleiros aprendessem a trabalhar como um organismo,
como precisavam trabalhar. Mas por quê? Esperamos o próximo filme, cujos planos
já estão em desenvolvimento. E eu sabia disso mesmo antes de ler notícias na
internet. Fica evidente no filme, um clássico meio de trilogia. O filme termina
com as escadas em forma de Olho e os Cavaleiros descendo apressados para
qualquer coisa que esteja no fundo. Voto no pai de Dylan. Mas os filmes,
aparentemente, serão organizados exatamente como as apresentações dos
Cavaleiros desde o primeiro filme: a primeira grande apresentação, bem
estruturada e fechadinha; a segunda, maior e com mais imprevistos; e a terceira,
o Ato Final, quase um caos. Tendo em vista o subtítulo do brasileiro
(igualmente sugerido nos Estados Unidos, embora esteja mais conhecido como Now You See Me 2), O 2º Ato, só posso esperar por um último filme chamado de Truque de Mestre: O Ato Final. E eu
estou empolgado para conhecê-lo!
Mas vou sentir falta desses personagens quando
acabar.
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