Doctor Who – A despedida de David Tennant, o Tenth Doctor
“I don’t wanna go!”
Foi uma das partidas mais tristes de Doctor Who, e nós entendemos. Deve ser
extremamente difícil para o ator a interpretar o Doctor ter que se despedir do
papel. Eu sei muito bem que se eu fosse o Doctor eu ia querer sê-lo para
sempre! Mas essa é a premissa da série, e todos nós precisamos seguir em
frente. David Tennant ficou no papel de Doctor de dezembro de 2005 até 01 de
Janeiro de 2010. Foram anos interpretando o Doctor lindamente, e é muito
difícil se despedir dele. Um Doctor adorável e apaixonado, ele correu o
Universo com e por suas companions, e
teve seu coração partido eternamente quando cada uma partiu. Até que ele
decidiu, por fim, viajar sozinho. E ao viajar sozinho, por vários e vários
episódios, o Doctor foi ficando mais triste, se tornando um personagem mais
carregado e, infelizmente, mais instável. Sem ninguém para mantê-lo no caminho
certo, o Doctor saiu de controle, se tornou um perigoso Doctor solitário que
achou que ea capaz de qualquer coisa e deixou de se preocupar com as
consequências.
Por esse e por vários motivos a despedida de David
Tennant foi muito pesado e difícil de acompanhar. Nós passamos tanta coisa com ele
ao longo de 4 anos, tantas viagens, tantas pessoas e tantos momentos
memoráveis. Foi difícil dizer adeus. Do mesmo jeito que foi incrivelmente
difícil para nós, foi difícil para ele. Ele parte com um doloroso “I don’t wanna go”. O que foi crueldade.
E nos seus momentos finais, depois de ter saído do controle, o Doctor precisa
enfrentar o Mestre mais uma vez e impedir que ele seja o caminho pelo qual os
Senhores do Tempo vão retornar, escapando da Guerra do Tempo, quebrando a Trava
Temporal e colocando em prática um plano que destruiria o próprio tempo. Essa é
a história de The End of Time. E
depois que tudo isso está devidamente resolvido, o Doctor está destruído demais
para seguir em frente. O processo de regeneração começa. E, com incrível pesar,
o Doctor se organiza para se despedir de cada um de seus companions antes de partir de verdade.
Antes de morrer e se tornar outra pessoa, como ele
vê a regeneração.
Cada cena é mais emocionante que a outra!
Martha Jones e Mickey…
É bem próximo ao fim de The End of Time, nos últimos 15 minutos, que as despedidas sofridas
começam. Primeiramente o Doctor vai atrás de Martha Jones uma última vez. Agora
casada com Mickey, ela não está mais na UNIT, e trabalha livremente com ele – no momento, caçando Sontarans. É legal
ver o Doctor derrubar o Sontaran que estava pronto para matá-la, mas é triste
vê-lo tão distante, sem falar com eles. Vê-lo com aquela expressão de puro
sofrimento e tristeza. E ele deixa Martha Jones exatamente da mesma maneira:
sofrendo também.
Sarah Jane Smith e Luke…
Por um momento eu achei que não veríamos a Sarah,
mas felizmente nós a vemos. Estamos acompanhando apenas Luke (aquela fofurinha
do filho dela!), conversando no telefone e quase sendo atropelado. Para ser, no
último segundo, salvo pelo Doctor de David Tennant. Entusiasmado, ele corre até
a mãe, para contar que é ele. É o Doctor.
E nós vemos Sarah Jane Smith olhar para o Doctor uma última vez, e foi
lindíssimo. A mãozinha acenando. A emoção nos olhos dela, cheios de lágrimas, e
a tristeza profunda nos olhos dele.
Capitão Jack Harkness e Alonzo…
O Capitão Jack está em um bar que reúne muitas
espécies que já foram vilãs em Doctor Who,
não só da era de David Tennant, mas também da de Christopher Eccleston. Achei
fofo rever o Adipose, tão bonitinho! À parte das referências todas, o Capitão
está sozinho, bebendo, quando o Doctor lhe manda um bilhete: “His name is Alonzo”. Não esperava rever
Russell Tovey na série, até porque o personagem dele não foi significativo. Mas
foi fofo o Doctor aparecer como um cupido, ajudando o Capitão Jack Harkness a
não terminar a noite sozinho. Bela despedida. E foi bem atrevido. Achei
excitante aqueles olhares e cantadas diretas entre Jack e Alonzo.
Allons-y Alonzo!
Joan Redfern / Verity Newman…
Até Joan Redfern ganha uma despedida e eu achei
isso muito bonito. Afinal de contas, quando o Doctor se tornou um humano em Human Nature, foi ela quem estava ali
por John Smith. Através de sua neta, Verity Newman, que resolve contar a
história da avó com esse homme que não era quem acreditava ser, mas sim um
extraterrestre, a história dela ganha um fecho. E é lindo. Por algum motivo,
ali as emoções foram extremamente fortes. O Doctor não consegue dizer para ela
que foi feliz no fim das contas. Só sorri e a deixa, quase chorando. É tão
forte e tão triste que eu não soube lidar com as sensações.
“Was she happy? In the end?”
“Yes. Yes, she was. Were you?”
Donna Noble e Wilfred Mott…
Vemos Donna novamente, bem e feliz, quando ela está
se casando. A mesma Donna de sempre, a Donna que AMAMOS. Feliz, extrovertida, meio piradinha. E o episódio estava
lentamente acabando comigo, me deixando sem saber controlar os sentimentos,
emocionalmente destruído. Chorando loucamente. O Doctor assistiu ao casamento,
de longe, com sua carinha triste. O Wilfred foi conversar com ele uma última
vez, em um momento lindo e emocionante. E o Doctor deu um presente de casamento
para a Donna, um bilhete de loteria que a deixaria bem para ter uma
estabilidade financeira e uma boa vida, diferente do que se esperava a partir
do comentário de Wilfred no episódio passado. Um bilhete de bilheteria comprado
com o dinheiro de Jeffrey Noble. Como é bom ver a Donna bem.
E como dói ver o Doctor triste daquele jeito!
Rose Tyler…
Foi lindo e triste e forte ver tudo aquilo. Temos
Rose Tyler caminhando com a mãe, a velha Rose Tyler que conhecemos, mas uma
Rose Tyler ainda antes que ela conhecesse o Doctor. Senti que estava morrendo
por dentro, meus sentimentos despedaçados. Ela estava uma fofa, leve. “Anyway. Happy New Year”. E o Doctor
caiu, pouco antes de se regenerar oficialmente, bem em 2005. No Ano Novo de 2005. “2005. Tell you what. I bet you’re going to have a really great year”.
Foi uma maneira lindíssima e inteligente de dizermos adeus a Rose, e eu
gosto dessa Rose mais leve e sorridente. De antes de todo o drama.
Emocionante!
Ood Sigma…
Sentindo um aperto no coração. Uma dor. Uma
vontade imensa de chorar. Ood
Sigma se despede do Tenth Doctor oficialmente. “We will sing to you, Doctor. The universe will sing you to your sleep.
This song is ending. But the story never ends”.
É
lindo.
É
poético.
David Tennant…
Por fim, a despedida dele mesmo. Me lembrou muito
a conversa de um episódio atrás, quando o Doctor contou a Wilfred que a
sensação que ele tinha, ao se regenerar, era de que estava morrendo do mesmo
jeito. Porque tudo o que ele era deixava de existir. E um outro cara assumia
seu lugar. Ele? Já era. Não sei explicar bem o que sinto, mas é devastador. A
energia de regeneração começa a fluir, e a dor está expressa com clareza no
rosto de David, a tristeza imensa, a emoção por tudo o que ele passou e a
lamentação por ter que partir. Era tudo muito real. E não era a despedida só do
Tenth Doctor. Era o sentimento de David Tennant estampado ali. Esfregado em
nossa cara. A dor dele era palpável. Uma fortíssima cena de regeneração.
O “I don’t
wanna go” foi real.
…e Matt Smith!
Mas então ganhamos Matt Smith. É sempre assim, não
é? É muito estranho ver um Doctor partir e outro assumir. Temos um tempo para
nos adaptar, mas ainda assim eu aprendo a gostar dos outros Doctors meio
depressa. A série mistura, nesses momentos de regeneração, uma dor profunda
pela perda de um Doctor, mas nos apresenta com bom humor um Doctor novo. Aquele
que vai manter a série, que vai provar o que o Ood Sigma disse: que a música acabou, mas a história nunca
acaba. O Doctor continua! E Matt Smith aparece sozinho. Para começar tudo
novo. Uma nova era. E tamanho carisma já é admirável desde o início. A
personalidade do Doctor fica clara desde o início. Seu jeito alegre, maluco. E
nós gostamos de cada Doctor pelo o que eles são…
“Legs! I’ve still got legs! Good. Arms. Hands. Ooh!
Fingers. Lots of fingers. Ears. Yes. Eyes. Two. Nose. I’ve had worse. Chin.
Blimey! Hair… I’m a girl. No no. I’m not a girl. And still not ginger! There’s
something else. Something important! I’m… I’m crashing! Ha ha! GERONIMO!”
E assim nos preparamos para a QUINTA
TEMPORADA!
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