Doctor Who: Season Five (2010) – Part 2
“Amy, you need to start trusting me. It’s never been
more important”
Inicialmente, eu devo confessar que tive uma
intensa recusa em realmente aceitar Amy Pond como companion – eu consigo gostar dela, mas sempre parece que está
faltando alguma coisa quando ela viaja com o Doctor. Mesmo que David Tennant
tenha continuamente viajado com apenas uma companion,
parece que não é o que inicialmente funciona para Matt Smith. As histórias de
Amy ficam muito melhores quando Rory Williams está junto, e essa dupla de
episódios é essencial para que, então, Rory seja trazido de volta pelo Doctor.
No entanto, esses episódios apresentam, novamente, River Song, mas uma River
Song diferente do que conhecemos na temporada passada. Não é um episódio tão
bom quanto os da Biblioteca na Quarta Temporada, mas tem River Song e tem os
Weeping Angels, então tem que ter sido bom. River Song entra no episódio com um
recado que ela deixa para o Doctor (“Hello
sweetie!” em Gallifreyano) e ele a busca, 12 mil anos atrás, em uma cena
engraçada na qual ela adentra a TARDIS depois de se jogar no espaço, fugindo.
Porque essa é River Song.
The Time of
Angels tem muita coisa interessante acontecendo, dentre elas as primeiras
interações de River Song com o Doctor de Matt Smith, e todo o mistério que
continua a girar em torno da personagem e quem, de fato, ela seja. Gosto, por
exemplo, de como ela tem amplo conhecimento a respeito das coisas do Doctor,
podendo, inclusive, pilotar a TARDIS, de uma forma até melhor que a que ele
faz! Afinal de contas, ela conhece os estabilizadores azuis que deixam a TARDIS
muito menos instável durante a viagem. Embora o Eleventh fique todo bebê chorão
dizendo que esses estabilizadores tornam a viagem chata. Mas a melhor parte,
certamente, é sobre o barulho. Eles pousam em silêncio, sem o barulho
característico da TARDIS brilhantemente interpretado por Matt Smith, ao que
River explica, em uma revelação chocante: “It’s
not supposed to make that noise. You leave the brakes on”. Bem, concordamos
com você, Doctor, quando você se defende: “Yeah.
Well, it’s a brilliant noise. I love that noise”.
A TARDIS sem o barulho da TARDIS não é, de fato, a
TARDIS.
#digomesmo
Inicialmente você questiona a sintonia e a química
do Doctor de Matt Smith com a River Song – parecia
fluir com mais naturalidade com David Tennant, mas nós equilibraremos isso
no decorrer da temporada. Mas como Matt parece visivelmente mais novo que
River, a dinâmica é diferente, embora ainda bacana. E ela o provoca o tempo
todo! “Her diary. Her past. My… future. Time travel. We keep meeting in the wrong order”. E com toda a provocação pela
qual River Song faz o Eleventh Doctor passar, ele fica extremamente
mal-humorado e meio irritante, como o vemos até então, e acredito que os
momentos em que Amy se sai melhor é quando, também, provoca o Doctor, como com “Are you all Mr. Grumpy Face today?”,
com uma boquinha de bebezão que é, praticamente, o que o Doctor de Matt Smith
é! Mas o Doctor até tem motivos para ficar todo irritadinho pela maneira como a
River insiste em tratá-lo, mas no fundo nós também a adoramos porque ela é
querida e, evidentemente, adora o Doctor. E eu adoro aquelas 11 fotos da River
com todos os rostos do Doctor, porque eles continuam aparecendo fora de ordem!
“Doctor, what do you know of the
Weeping Angels?”
WEEPING ANGELS! Bem, quando Moffat os apresentou,
lá na terceira temporada, nós tivemos uma paixão instantânea pelos vilões. O
clima do episódio é diferente, mas ainda funciona como um interessante
suspense, e novas informações são divulgadas a respeito deles. Novas
informações que, subitamente, os deixam muito mais perigosos. A tensão do
episódio é caracterizada, por exemplo, naquela cena de Amy, presa com a
gravação de 4 segundos de um Weeping Angel que começa a se mexer de maneiras
que não poderia. “That which holds the image of an Angel becomes
itself an Angel”. A
teoria de que qualquer coisa que assuma a forma de um Anjo se torna, ele mesmo,
um Anjo é assustadora. E Amy o carrega nos olhos por aí a partir do angustiante
momento em que o viu, e esfregou os olhos, derrubando pó de pedra no chão. É
uma informação terrível e nova que, além de não poder piscar em frente a um
Weeping Angel, porque eles não se movem quando estão sendo observados, que não
se pode olhar em seus olhos, porque os olhos
não são janelas da alma, mas sim portas dela.
Adoro a interação de Amy Pond e River Song. E elas
têm motivo para se amarem.
Mas isso é só sexta temporada…
Maze of the Dead. Sem querer parecer um irritante
sabe-tudo, é desconfiável desde o começo da jornada no Labirinto dos Mortos que
há algo errado. Afinal de contas, ficou bem claro, no episódio de David Tennant
com os Weeping Angels, que qualquer estátua poderia ser um Anjo. “The Aplans. […] They’ve got two heads. […] So why don’t the statues?” Por isso o ninho infestado não
chegou a ser, realmente, uma surpresa. Mas continuou sendo perfeitamente
angustiante. A tensão e o suspense dos episódios de Weeping Angels são
maravilhosos. Os Anjos até ganham voz, através do Angel Bob, usando o córtex
cerebral das vítimas para que possam se comunicar com o Doctor e os demais, e
fazer novas vítimas. A dicotomia entre a maneira como o Anjo fala, na voz de
Bob, suave, calma e meio preocupada, mas ameaçadora, é interessante – cria o
clima macabro e tenso de que tanto gostamos. Assim acaba a primeira parte, com
o Doctor sendo intenso. “Didn’t anyone ever tell you? There’s one thing
you never put in a trap – if you’re smart, if you value your continued
existence, if you have plans about seeing tomorrow – there’s one thing you
never put in a trap. […] Me”.
Adoro two-parters.
Flesh and
Stone termina a história dos Weeping Angels de forma interessante, com toda
a tensão sobre a qual já estava falando. E elas são sutilmente colocadas ao
longo do episódio, em histórias que Doctor
Who faz de forma peculiar – por exemplo, a contagem regressiva que Amy faz,
sem perceber, no meio de suas falas, e é tão intrigante que nos deixa
temerosos. A tensão se amplia com o surgimento da mesma rachadura (dessa vez
mais aberta) que Amy tinha em seu quarto aos 7 anos. Duas partes do contínuo de espaço-tempo que nunca deviam se tocar.
E depois do “Do. Not. Blink” inicial
do Doctor, temos uma inversão intensa quando Amy reflete, sem seus olhos, um
Anjo e precisa ficar de olhos fechados. “A living mental image in a living
human mind. But we stare at them to stop them getting closer. We don’t even
blink, and that is exactly what they want. Because as long as our eyes are
open, they can climb inside. There’s an Angel in her mind”. Se Amy
abrir os olhos, por mais de um segundo, ela morrerá. A tensão surge,
exatamente, da diferença daquilo que estávamos habituados em relação aos
Weeping Angels.
Aqui surge uma cena que, na época, não sabíamos
que era tão IMPORTANTE. Eu me lembro, no entanto, da minha opinião primária
quando a vi. De olhos fechados, Amy Pond fica para trás, com guardas que
mantêm-se sem piscar para afastar os Anjos, e depois que o Doctor se vai, ele
retorna rapidamente para conversar com ela. E, pela primeira vez, ele é um FOFO
adorável com ela, o que ele não vinha sendo até então. Ele diz um “I always come back” e pede que ela
confie nele, porque isso é essencial, e é importante que ela se lembre do que
ele lhe disse quando ela tinha 7 anos. Parece aleatório, instigante e
abandonado no meio da temporada. Até a finalização genial. E, de um Doctor fofo
e carinhoso que cuida de Amy, diz coisas bonitas e tenta acalmá-la, ele volta a
ser o Doctor chato que se descontrola. Parecia estranho na época, mas não sabia
do quão dúbio de fato era. O caso todo é a rachadura na parede de Amelia Pond,
aos 7 anos de idade. Que a fez não lembrar dos Doctors. Que faz o soldado com
ela não se lembrar dos outros três soldados que estiveram ali com eles segundos
antes.
É desesperador.
A proposta da rachadura se abrindo e a luz
emanando dela é angustiante e controversa – porque o sofrimento é habilmente
mascarado pelo esquecimento. O
Doctor explica: “If the Time Energy
catches up with you, you’ll never have been born. It will erase every moment of
your existence. You will never have lived at all”. Ou seja, caso a
luz a toque, Amy é apagada da existência como
se nunca tivesse existido. Por isso ela sai, de olhos fechados, andando
pela Floresta Artificial em busca do Doctor, cercada de Weeping Angels que
sabem, por fim, que ela não pode vê-los. Então os vemos se mexendo, de fato,
pela primeira vez! Amy é salva, no último instante, por River Song. O que é
demais. Isso ajuda o Doctor a tentar pensar na River Song de uma forma
diferente, logo depois que Octavian lhe avisou sobre quem ela realmente é,
sobre o homem que matou… vemos um Doctor fora de controle que nos perturba, que
grita raivosamente e que parece planejar machucar e magoar a River. A confusão
dele é compreensível, mas a dor da intensidade dos gritos mexe. É diferente do
que estamos acostumados a pensar de Matt Smith.
“You’re a time traveler now, Amy. It changes
the way you see the Universe, forever. Good, isn’t it?”
Sobre a River ter matado um homem, ela e o Doctor
conversam sobre isso afinal. Um homem bom. Muito bom. O melhor que ela já
conheceu. Mas como ela diz, essa história não pode ser contada. Tem que ser vivida. “You’ll see me again quite soon, when the
Pandorica opens”. Por fim, Amy Pond escolhe contar ao Doctor sobre o
seu casamento no “dia seguinte” com Rory Williams, antes de uma cena
controversa e confusa na qual ela verdadeiramente ataca o Doctor e o beija de
forma intensa, realmente agarrando ele e o querendo. A cena fica leve e
tranquila porque o Matt parece uma criança, completamente despreparado para
aquilo, e se sai bem. Eu confesso que fico confuso, PORQUE EU AMO O RORY! Mas a
Amy é tão deplorável como uma namorada. Mas a cena é importante para que o
Doctor entenda. 06 26 2010. “Amy Pond. Mad, impossible Amy Pond. I don’t
know why, I have no idea, but quite possibly the single most important thing in
the history of the universe is that I get you sorted out right now”. Por
que Amy Pond era tão importante? E por que esse dia em específico entre todos
os outros?
Agora… TRAGA RORY WILLIAMS PARA A TARDIS!
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