Doctor Who: Season Five (2010) – Part 3
“What
should we call me? Well. If you’re the Time Lord let’s call me the Dream Lord”
RORY WILLIAMS! Bem, eu adoro o Rory e acho que ele
é um companion excelente. Mas,
também, acho que ele sofre tanto com uma namorada que não o corresponde à
altura, que é Amy Pond. As histórias de Amy como companion se tornam muito melhores quando ela está com Rory, o que
me faz pensar que Amy só funciona como companion,
de fato, quando ela está com Rory Williams. Eles são uma dupla de ótimos companions. Juntos. Logo depois que Amy
conta para o Doctor sobre o seu casamento no dia 26 de Junho de 2010, e o
beija, o Doctor decide levar o Rory para a TARDIS e deixar os dois em um
encontro romântico. Em Veneza. Em 1850. Com vampiros. Bem, o Doctor não é nada
sutil ao chegar na despedida de solteiro do Rory, sair de um bolo e falar que
eles precisam conversar sobre Amy e que ela o beijou. Okay. “Funny
how you can say something in your head and it sounds fine”. É
engraçado como o Doctor, alienígena, não entende direito os relacionamentos
humanos e consegue fazer isso (e dizer coisas como as que disse) soando ainda
inocente e fofo. Mas tadinho do Rory, todo apaixonadinho.
O Rory ADORA a Amy. O amor dele é incondicional.
Por isso nós nos apaixonamos perdidamente pelo
Rory Williams.
Qualquer um teria sorte de ter alguém como o Rory
como namorado/noivo/marido.
Mas a Amy não o valoriza, e isso ajuda a fazer com
que eu não goste tanto dela. Pela maneira como ela menospreza o Rory, que tanto
a ama. The Vampires of Venice os
coloca em Veneza, mas Rory está lidando ainda com as dúvidas que surgiram em
sua mente a partir da aparição do Doctor. Quer dizer, o “Did you miss me?” não respondido foi de cortar o coração! Bem, eu
não sei como lidaria com uma situação daquelas. Rory tão fofo, apaixonado,
querido. E eu acho que o Rory dá uma das descrições mais claras sobre o motivo
de o Doctor ser tão perigoso para as pessoas que estão perto dele, como a Amy: “You know what’s dangerous about you? Something you make people take risks is you make them want to impress
you. You make it so they don’t want to let you down. You have no idea how
dangerous you make people to themselves when you’re around”. Acho que ninguém nunca
tinha colocado as coisas de forma tão verídica e, automaticamente, dolorosa.
Como pode ser tão real?
Afinal de contas, Amy Pond estava disposta a se
voluntariar como isca para os “vampiros”, como uma das aldeãs, e eu quase
desejei que ela fosse morta (parece radical, eu sei) pela maneira como ela
tratava o Rory! Há um limite para tudo. Tipo ela dizendo que o Doctor não pode
se passar por seu pai (parece novo demais) nem por irmão (porque seria
estranho), então tem que ser seu noivo, mas permitindo que o Rory se passe por
seu irmão? Além de qualquer limite. SE LIGA, AMY! Embora os figurinos dos dois,
próprios daqueles anos, tenham ficado lindos. E depois que Amy é levada, surge
DEFINITIVAMENTE a competição entre o Doctor e Rory que não é nem um pouco
velada. “I have the right to know! I’m getting married
in 430 years!” Toda
a história do episódio, com a Casa dos Calvierri, as rachaduras em todo lugar e
a fuga do Silêncio não é tão significativa ou marcante para a temporada, e o
episódio se centra mais intensamente na própria relação conturbada que Amy e
Rory levam a partir de agora, diferente do que ele acreditava. Ele está, ainda
fofo e apaixonado (e lindo) tentando entender tudo.
“Yours is bigger than mine”
“Let’s not
go there”
É legal que, lutando contra um “vampiro” com uma
vassoura e sendo salvo, por fim, por Amy, Rory se saia tão bem e eles comecem a
se acertar. Porque Amy, do jeito dela, ama o namorado. E ele fica na TARDIS por
mais tempo, para mais aventuras. E Amy’s
Choice é um dos meus FAVORITOS na temporada, e talvez na série. Vocês
sabem, tem a temática que eu adoro em relação aos sonhos e, principalmente, em
relação ao questionamento da realidade. O que é real e o que é ilusão. O
episódio se divide em duas histórias, uma do Doctor e seus companions na TARDIS e outra de Amy e Rory vivendo em um vilarejo
pacato, cheio de idosos, com Rory cabeludo e a Amy enorme de grávida! Felizes.
Eles constantemente alternam entre um e outro, caindo no sono no banco da
praça, por exemplo, e acordando na TARDIS, ou caindo no sono na TARDIS e
acordando de volta no vilarejo. É claro que o episódio só podia ser FENOMENAL. “Yeah, you’re home, you’re also dreaming. Troube is, Rory, Amy, which is which? Are we flashing forwards or…
backwards? Hold on tight. This is going to be a tricky one”.
São esses episódios que me fizeram amar Doctor Who desde o começo, esse tipo de
questionamento e de enigma a ser resolvido. Me divirto, me arrepio, tremo todo
de pura empolgação. Eu queria saber como eles separariam sonho de realidade, a
princípio, sem entender que a grande profundidade do episódio não é,
necessariamente, isso. Só o Doctor entende a gravidade da situação enquanto
Rory e Amy constantemente dizem COM CERTEZA que estão acordados na TARDIS.
Depois dizem, COM CERTEZA, que estão acordados no Vilarejo. É difícil saber o
que é real e o que não é quando ambos soam tão reais. “It’s real. I know
it’s real” x “Okay, this is the real one. Definitely this one”. A
realidade é relativa? E poderia o Vilarejo ser o sonho de Rory, já que eles
vivem pacatamente, juntos e felizes, com a mulher e o bebê dos sonhos, sem o
Doctor? Mas como se a própria Amy sente que, definitivamente, aquilo é real quando está no Vilarejo. E definitivamente que aquilo é sonho
quando está na TARDIS.
A dúvida está plantada.
Mas o episódio é mais do que isso. A dúvida e a
separação exigida entre sonho e realidade é uma alegoria imensa para a Escolha de Amy. Parece que o Doctor e o
Rory, com suas próprias convicções a respeito do que é real, esperam por Amy
decidir o que ela acha. E a escolha é, portanto, dela. E, ao escolher entre a
TARDIS ou o Vilarejo, ela está teoricamente escolhendo, também, entre o Doctor
e o Rory. E isso é amplo e
doloroso. “So here’s your challenge: two
worlds. Here, in the time machine. And there, in the village that time forgot.
One is real, the other’s… fake. And just to make it more interesting: you’re
going to face – in both worlds – a deadly danger. But only one of the dangers
is real. Tweet tweet. Time to
sleep. Oh. Or are you waking up?” Detalhe para quando Amy começa a gritar
desesperada como se estivesse tendo o bebê, mas é alarme falso, especialmente
quando ela faz isso para provar um ponto ao Doctor: “Essa é minha vida agora e você ficou branco como um papel, então nunca
mais a chame de chata, okay?”
E embora eu ADORE o Rory Williams e acho que ele
seja um noivo exemplar, em Amy’s Choice
eu consigo, pela primeira vez, talvez, entender a posição de Amy, e o episódio
funciona de maneira lindíssima como uma redenção para ela – uma forma dela
acordar para o homem que tem ao seu lado! Enquanto o Rory diz que queria a vida
do Vilarejo, onde eles estão juntos, casados e felizes, ela não quer abrir mão
da TARDIS. “But don’t you wonder, if that life is real,
then why did we give up all this? Why would anyone?” Afinal, aquilo
é uma máquina do tempo e eles vão sempre poder estar em casa no dia seguinte para o casamento! Mas eu
entendo a insegurança do Rory. E entendo a fantasia da Amy. E como ela cresceu
pensando no Doctor, que fez parte de sua vida e seu imaginário desde os 7 anos
de idade, ele sempre vai ser uma figura importante demais para ela e o Rory
precisará entender isso, de uma forma ou de outra.
“We have to grow up some day”
“Says who?”
Tudo gira em uma tensão em volta da escolha de
Amy. O Doctor e o Rory decidiram o que eles acham que é real e o que é
fictício. Cada um por um, por si. “Yeah,
but are we disagreeing or competing?” E Amy leva tudo desprezando o seu
poder de decisão. “My boys. My Poncho Boys. If we’re gonna die, let’s die looking like a Peruvian
folk band”. Lida
com os velhos do Vilarejo e a estrela queimando frio na TARDIS. Mas ela precisa escolher: “They’ll listen to you. It’s you they’re
waiting for. Amy’s men. Amy’s
choice”. E o clímax do episódio chega dolorosamente quando Rory corta o
cabelo por Amy e, logo em seguida, morre. Então você deseja ardentemente que
aquilo seja o sonho, embora seja apenas a primeira vez que o Rory morre. E por
mais forte que tenha sido a morte de Rory, era o que Amy precisava ver para que
pudesse escolher e mudar de atitude. Amy se descontrola em lágrimas pesarosas e
questiona qual é a função do Doctor se ele nem sempre pode salvar as pessoas
como não pode salvar o Rory naquele momento. Eu amo (e acho que é a primeira
vez em que eu uso essa palavra para falar da Amy) como ela se torna intensa e
decide que ela precisa do Rory, de
qualquer jeito.
“If we die here we wake up, right?
[…] Either way, this is my only chance of seeing him again. This is the dream.
[…] Because if this is real I don’t want it. I don’t want it”. Amy
escolhe a TARDIS, mas ao fazê-lo, escolhe o Rory, porque ela não quer viver num
mundo em que ele esteja morto. Então sua única chance de tê-lo é se a TARDIS
for real. É um crescimento lindíssimo para a personagem e uma emoção muito
grande para o Rory o de entender o que ela fez por ele. “It can’t. Rory isn’t
here. I didn’t know. I honestly didn’t know until right now. I just want
him”. Como o Rory é devoto dela e a ama incondicionalmente, ela percebe que
ela sente o mesmo e abandona definitivamente a paixonite pelo Doctor,
finalmente. “I love Rory and I never told him. And now he’s
gone”. Eu me
emociono com o beijo dos dois na TARDIS, em que ela conta para ele o que fez. Causou
um acidente com a van mesmo que não soubesse com certeza que aquilo era um
sonho. Ah, mas o beijo só acontece na outra TARDIS, depois que o Doctor explode
a primeira (da estrela de frio) porque chega à conclusão de que aquilo, também,
é um sonho, afinal o Senhor dos Sonhos não tinha poder algum sobre a realidade,
e, portanto, estava tentando fazê-los escolher entre dos sonhos.
É lindo, por fim, ver a felicidade do Rory com o
amor correspondido.
Ele merece!
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