Interestelar (Interstellar, 2014)
“Mankind was born on Earth. It was never meant to die
here”
Certamente um dos melhores filmes da atualidade. Com
uma força impressionante, Interestelar
conta uma história que não é uma coisa ou outra – cheia de sentimento, a obra
(definitivamente uma obra-prima do cinema!) é uma brilhante ficção científica,
ao mesmo tempo inteligente/complexa e acessível. Ainda estou em êxtase após
terminar o filme, mas um êxtase que não é eufórico, não externamente, ao menos.
Acho que o filme é introspectivo e te leva a pensar. Acho que Interestelar é muito mais sobre ser
sentido do que sobre ser assistido. Eu senti
o filme do começo ao fim, e é impressionante como a narrativa nos guia com toda
a calma por toda sua abrangência, com sequências inteiras de moderada tensão e
uma latente emoção. Você fica apreensivo enquanto fica entusiasmado, enquanto
quer saber o que vai acontecer ao mesmo tempo em que está curtindo cada mínimo
detalhe e cada segundo do filme. É uma experiência paradoxal, a não ser em sua
grande finalização e no sentimento que causa: de pura satisfação. Uma obra verdadeiramente perfeita para ser
guardada com toda a devoção.
Experiência sublime.
Você não sabe ao certo que esperar de Interestelar quando você começa a
assistir, mas o filme, com muita paciência, lhe guia por tudo o que você
precisa saber, e nos apresenta os dois personagens tão importantes para a obra
e sua construção: Cooper e Murphy. A belíssima relação de pai e filha é sentida
desde o começo, em uma Terra devastada e atacada brutalmente por perigosas
tempestades de poeira. Um lugar onde a
humanidade está fadada à morte. Ano após ano, todas as profissões se
convertem em cuidar de fazendas e plantações, porque com todo o restante ainda
presente, o que faltou à humanidade foi a
comida. E também ano após ano, as consequências do clima são sentidas
quando uma plantação não dá certo… e, aos
poucos, todo o oxigênio é perigosamente consumido enquanto a humanidade coloca
na Terra a sua última geração, além da qual não existe mais nenhuma esperança
de sobrevivência. Até que “o fantasma de Murphy” lhe indique coordenadas
que levam ela e o pai a uma base da NASA mantida em segredo porque a humanidade
não pode mais arcar com esse tipo de despesa…
E Cooper
ganha uma missão.
Acredito que tudo dali em diante é arrepiante. A ideia
e a esperança são de que possamos encontrar, em algum lugar do Universo, um outro planeta no qual possamos viver,
prevenindo a extinção da humanidade. Então, partimos em uma série de cálculos
físicos e probabilidades científicas REAIS que dão um tom muito convincente à
trama, e Cooper é convidado a partir como o Piloto de uma nave que pode
encontrar esse planeta no qual possamos viver, retornando às pessoas do Projeto
Lázaro… o Plano A envolve, talvez, resolver o problema da gravidade e levar a
humanidade para esse outro planeta; o plano B envolve repopular com uma nova
colônia. Mas Cooper não está disposto a deixar que todas aquelas pessoas na
Terra morram, porque ele tem uma família a quem voltar. Uma filha que ele
deixou para trás extremamente brava com ele por ter partido. Mas, de forma
interessante, enquanto Cooper lidera uma equipe de exploradores em uma missão
importantíssima e desesperadora, Murphy Cooper segue, de certa forma, os passos
do pai, em uma constante esperança de que ele voltaria.
Porque ele prometeu que voltaria.
Grande parte da complexidade da trama envolve a
Teoria da Relatividade, e nós muitas vezes não paramos para pensar no tamanho
do sofrimento que ela representa. Quando as coisas saem de controle pela
primeira vez, no primeiro planeta visitado pela equipe de astronautas, mais de
23 anos se passam na Terra. Em um lugar onde cada hora significa 7 anos na
Terra, por conta da interferência no contínuo de espaço-tempo causado pelo Buraco
Negro Gargantua, eles perdem anos… e então as crianças envelhecem. É triste ver
Cooper voltar para a nave, apenas poucas horas depois de tê-la deixado, e
receber mensagens de sua família dos últimos 23 anos. Mensagens cheias de desespero,
mensagens cheias de desesperança. Tom, o seu filho mais velho, se formou na
escola, se tornou fazendeiro, conheceu uma garota, teve um filho, perdeu o
filho, teve outro filho, tudo num período de pouco mais de 3 horas nas quais
Cooper lutava com as adversidades da missão. E é doloroso não receber nenhuma
mensagem de volta presumindo que seu pai está morto. É quando vemos a primeira
mensagem de Murphy (para voltarmos a acompanhá-la na Terra, já adulta) e ela
diz uma das coisas mais lindas e arrepiantes do longa, que é o pedido cheio de
amor que seu pai retorne para casa…
Porque eles
finalmente tinham a mesma idade agora.
E isso me destrói completamente.
Trata-se de um filme brilhantemente construído, que
trabalha muito mais com o suspense de tirar o fôlego do que com a ação, e traz
elementos brilhantes da ciência que nos enchem de veracidade. Quando eles
chegam ao Planeta do Dr. Mann, nós temos toda uma sequência ainda mais desesperadora
na qual percebemos qual é o desespero de se estar sozinho em qualquer lugar. E tudo
parece sair de órbita uma vez mais, enquanto Murphy, na Terra, vê a morte de
John Brand, o responsável pela missão, e se dá conta de que ele mentiu o tempo todo
e nunca, de fato, existiu um Plano A. Eles
nunca tiveram a chance de voltar à Terra e realmente salvar aquelas pessoas.
É tão angustiante (e é angustiante ver a mensagem que ela manda para Amelia
Brand e o pai) que Cooper decide que fará o possível e o impossível para
salvá-los. Então ele se enfia em um BURACO NEGRO. Eu nem cheguei a comentar,
mas a primeira grande transição do filme é quando a equipe circunda e, depois,
adentra um buraco de minhoca próximo a Saturno, e aquilo é GENIAL. A explicação
dos buracos de minhoca vêm de forma rápida e perfeitamente eficaz, e os efeitos
especiais da transição são impecáveis e de tirar o fôlego, certamente.
Assim como a intensa trilha sonora.
E a falta de som nas tomadas externas, onde o som não se reproduz.
Como aquilo nos deixa apreensivos!
Mas voltando ao buraco negro, Cooper tem noção de
que aquela pode ser a única maneira de resolver o problema que impedia o Plano
A de acontecer, e enquanto sua razão diz que Cooper precisa morrer, uma parte
de você grita: ninguém conhece o que de
fato acontece na proximidade da singularidade de um buraco negro. A esperança
de Cooper, desde o começo e o primeiro grande lapso temporal, é de que o tempo
pode ser revertido. Se “eles”, sejam eles
quem forem, estavam mandando mensagens e um buraco de minhoca para os seres
humanos, não podia ser através do tempo?
É assim que, depois de outra sequência magnífica de Cooper sozinho no buraco
negro, nós temos uma eletrizante representação do tempo em uma dimensão física,
proporcionada pelos “seres”
pentadimensionais que os colocaram ali e que Cooper tem a convicção de que são eles
mesmos, humanos do futuro. E, de volta ao quarto de Murphy, independente do
tempo, Cooper se torna o “fantasma” da própria filha, primeiramente tentando
impedir seu eu do passado de partir nessa missão, mas depois dando a ela a
resposta que ela precisava… a chance de,
por fim, salvar a humanidade da morte certa na Terra.
Eureca!
Aquele final me arrepia completamente. Toda a
sequência de Cooper naquela representação física do tempo no quarto de Murphy,
o Tesseract, quase me leva às lágrimas. A maneira como, dali, ele é lançado de
volta através das dimensões, sendo o
primeiro aperto de mão de Brand e retornando a Saturno… wow! O final, como não
poderia deixar de ser, é cheio de esperança de um novo recomeço, com a
humanidade sobrevivendo, seguindo em frente, se construindo novamente em outros
lugares. Mas ainda independente disso, eu acho muito bonita a maneira como
Cooper cumpre, por fim, a sua promessa. Quando ele é encontrado e levado à
Estação Cooper, nos seus 124 anos, Murphy vem ao seu encontro finalmente. E ela
é uma mulher muito velha à beira da morte, mas que viveu para reencontrar o seu
pai, como tinha certeza de que aconteceria. Porque
seu pai prometera. Foi uma cena belíssima de nos levar às lágrimas, com o
relógio dela no pulso e o sorriso no rosto. Por fim, ela salvou o mundo, mas não
sozinha, porque Cooper estava o tempo
todo com ela. O amor é muito mais forte do que as pessoas costumam acreditar.
Então Murphy dá outra missão a Cooper… basicamente, encontrar Amelia…
…no Planeta
de Edmund, onde supostamente a humanidade pode recomeçar…
Filme belíssimo. Verdadeira obra-prima para ser
assistida e re-assistida!
Obrgiado pela resenha o filme é bom. Adoro ler livros, cada um é diferente na narrativa e nos personagens, é bom que cada vez mais diretores e atores se aventurem a realizar filmes baseados em livros. Adorei a história e sem dúvida é umo dos melhores filme Matthew McConaughey, porque tem toda a essência do livro mais uma produção audiovisual incrível.
ResponderExcluirPara mim, os filmes por que são muito interessantes, podemos encontrar de diferentes gêneros. De forma interessante, o criador optou por inserir uma cena de abertura com personagens novos, o que acaba sendo um choque para o espectador, que esperarava reencontrar de cara as queridas crianças. Desde que vi o elenco de Interestelar imaginei que seria uma grande produção, já que tem a participação de atores muito reconhecidos, Pessoalmente eu irei ver por causo do ator Matthew McConaughey, um ator muito comprometido (pode ver osFilmes de Aventura são uma ótima opção para ver), além disso, acho que ele é muito bonito e de bom estilo.
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