Vale o Piloto? – Supermax 1x01


Uma crítica distorcida a reality shows?
Parecendo um pouco com Aline em seus comentários de segunda-feira no The X Factor, devo dizer que estava e estou muito confuso em relação a Supermax. Os teasers da nova série da Globo me instigaram em toda sua proposta, sua desconstrução do Big Brother com uma pegada meio Lost, meio Supernatural e umas coisas mais aí. No entanto, também devo dizer que algumas coisas me impediram de realmente me convencer. Compartilho minhas angústias: o meu medo é justamente a amplitude pretendida pela trama. Quer dizer, eu acho que eles têm um bom material na mão, mas me enerva que eles pensem em liberar tudo de uma vez, em uma temporada curta de 12 episódios. Eu me lembro de Lost, por exemplo, que eu ADORO (e muita gente acha confusa, não que não seja), e que tem uma amplitude IMENSA de tramas. É viagem no tempo, é experimento científico, é mitologia egípcia… mas tudo isso foi sendo incorporado aos poucos na trama. A primeira temporada, com algumas exceções (o monstro de fumaça, o urso polar) era basicamente a história de um grupo de sobreviventes de um acidente de avião que caiu em uma ilha isolada.
E só.
Entendem onde quero chegar? Não que é que eu não aprove e não acredite que eles tenham ótimas ideias, mas talvez superlotar 12 episódios de uma única temporada com um excesso de tramas e estilos não seja o ideal. Talvez, em algum momento, eles pareçam perdidos sem sabermos aonde vão. Mas devo dizer que eu assisti ao primeiro episódio ontem, e estou satisfeito, estou curioso pelo próximo. Acho que ainda há alguns problemas, eu acredito que a interpretação às vezes peca e a reconstrução quase exata de situações do Big Brother me parecem, ainda, muito forçadas. As falas e os comentários dos “participantes” ao conversarem com o Bial não soam naturais, como deveriam. Ainda parecem instruídas a serem feitas, roteirizadas, como uma maneira, também, de explicar os detalhes iniciais da trama, que envolvem um telefone vermelho que só pode ser usado em situação de extrema emergência e também significa a eliminação daquele que o usar; ou o alarme de 5 minutos para voltarem às suas celas. Mesmo assim, a trama inicial me INSTIGOU, eu estou curioso, cheio de perguntas, com vontade de ver aonde isso quer chegar.
Por isso eu voltarei.
Intrigado é a palavra.
A trama de Supermax gira em torno de um reality show meio doentio que envolve tanto Big Brother Brasil como No Limite, de certa forma. Os 12 participantes, todos com algum problema com a polícia, cada um em uma profissão diferente e com personalidades fortes, são colocados em um presídio de segurança máxima abandonado no meio da Floresta Amazônica. E então você já viu… o episódio me parece extremamente introdutório, para começarmos a conhecer as pessoas, como elas agem, como elas pensam. Tem gente determinada, tem gente paranoica, tem gente (o menino do trem fantasma) com sérios problemas psicológicos. E então nós temos a primeira prova, prova de resistência. Os participantes são convidados a entrar em uma caixa no pátio do presídio, embaixo do sol quente, no qual a temperatura sobe de formas absurdas. E quando um a um desiste, apenas dois sobram dentro da caixa. E brigam lá dentro, um deles acabando desacordado ou morto (ainda não vi o segundo episódio). Mas esse é o mistério deixado para o próximo episódio… quer dizer, isso e a sugestão do sobrenatural que começou.
Quer dizer, o padre vê o futuro… e agora tem aquele lance do sangue subindo!
E a socialite viu alguma coisa, definitivamente.
Acredito na instauração do caos. Numa grande experiência guiada por algum intuito ainda desconhecido. A própria ideia de Supermax (como reality show e não como série) é doentia e parece servir a algum propósito. Eu acho que as pessoas vão surtar. Lentamente ou nem tanto. A própria localização já é questionável. Uma prisão de segurança máxima no coração da Amazônia. O sentimento de claustrofobia e as roupas de presidiários. Mais do que isso, a verdade jogada de que todos eles já tiveram algum problema sério com a polícia. Ali instaura-se, de forma EFICAZ, a paranoia. Você sente na maneira como eles se olham, mas você sabe que essa é a verdade. Preso com outras 11 pessoas que tiveram problema com a justiça, conhecendo apenas o seu crime, é natural que você comece a pensar no que cada um fez. Olhando para eles, você tenta imaginar o crime, tenta imaginar se é culpado ou não, tenta imaginar o risco que você mesmo corre. Depois o “desaparecimento” da equipe prometido para o próximo episódio… não acho que seja acidental. Acho que é tudo parte do experimento para que eles se sintam abandonados e, acima de tudo, desprotegidos.
Basicamente… que se instale o caos e a paranoia.
O primeiro episódio já começa com vários flashbacks, embora eu não ache que nenhum deles ainda tenha sido lá tão revelador. Mas temos mais do que um personagem em evidência, o que era minha dúvida. As apresentações do início também ainda não me dizem muito, a minha dúvida está em porque algumas pessoas ainda não foram formalmente apresentadas, como o médico. Acho que cada episódio deve, talvez, revelar o crime cometido por cada um aos demais participantes. Porque ao telespectador nós já tivemos pelo menos três crimes revelados no primeiro episódio. E todos envolvem assassinato. Não sei qual vai ser a abrangência da mistura entre ficção e realidade, estou disposto a investigar. Como disse, a série me intrigou. Eu acho que ainda não é a melhor coisa do mundo (e não é Justiça, aquele primor produzido esse ano!), mas eu acho que tem potencial. Eu estou deveras curioso. Eu espero que a atuação melhore, que fique mais parecido com algo real do que com algo forçado e roteirizado, como as conversas com Bial pareceram. Mas vocês verão opiniões mais concretas com o passar do tempo!
Por enquanto, eu volto para o segundo episódio, aguardem!

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