Cúmplices de um Resgate (2016) – Capítulos 316 a 320

“A mamãe tem total razão de ter ficado brava com você!”

Eu acredito que essa foi uma semana bastante controversa em Cúmplices de um Resgate. Foi bastante cheia também, e eu não sei como estão as opiniões das pessoas fora daqui de casa (essa semana só conheço a nossa até ler os comentários de vocês!), mas eu sinto que poderemos ter divergências sérias. Várias das tramas secundárias foram desenvolvidas bem e eu me diverti com algumas cenas, me emocionei com outras, queria dar um safanão ou outro em um personagem ocasionalmente… enfim. Já na trama principal, cujas histórias tratadas foram especialmente duas (a da Isabela tentando ajudar o Téo de qualquer maneira e a da Manuela conhecendo o Maurício), devo me dizer que ambas me enervaram. Uma delas, no entanto, apear de toda a dor e o sofrimento, teve o fim que eu esperava e, afinal, me deixou satisfeito. A outra… bem, é mais e mais revoltante a cada dia. Eu vou até citar, provavelmente, um grande número de falas que me incomodaram e deixá-las no ar, com um comentário geral que feche tudo, que é para eu não fique me repetindo no quanto a Manuela estava IRRITANTE nessa semana.

Ah, bem. Já abri a boca antes da hora!

Não importa. No começo da semana Maurício INVADIU (sim, aquilo é invasão, crime!) a casa de Manu para conversar com ela, e então as coisas começaram a ficar seriamente perturbadoras. Bem, de certa maneira, eu entendo e entendo muito bem a Manuela. Nunca estivesse nessa sua posição exata, mas compreendo que seja um desejo infantil natural, o de conhecer o pai, de forjar uma relação com ele, mesmo que ele tenha desaparecido por 12 anos depois de abandoná-la. Criança é muito menos racional que adulto. Então não é por isso que eu a estou culpando. Sim, eu compreendo o desejo. Me irrita como ela está fazendo isso, como ela está ajudando a impor a presença de Maurício, como ela é ingênua para acreditar em qualquer coisa e qualquer história num passe de mágicas, como se as coisas fossem simples assim desse jeito. E por mais inocente que seja a Manu, eu não sei se eu estava esperando tanta estupidez assim dela. Parecia-me algo que uma criança mais jovem e que acredita em contos de fadas (como a Dóris) fosse acreditar piamente de forma assim tão fácil…

Mas a Manu foi tão boba quanto.

Isabela é que estava se saindo muito bem. Desde o começo da semana ela deixou sua posição MUITO clara, e eu acho que ela tinha TODA a razão. Quando a Rebeca lhe contou que o Maurício tinha voltado, a Isa não deu show, não gritou, não fez nada. Mas disse que ela teve um pai, que seu pai foi o Orlando, e ela não tem interesse nenhum em conhecer “esse tal de Maurício aí”. Se tem uma coisa que a Isabela NÃO é obrigada a fazer é se aproximar de Maurício e muito menos gostar dele. Não sei porque a Manuela está “gostando” tanto dele. Ela está encantada pela projeção que fez de um pai bondoso. Apaixonada por uma ideia, pela construção do outro, e não pela realidade. Eu queria a Isabela tivesse o poder de ver a Manuela enxergar as coisas como elas são, mas embora ela tente, a Manu já está alienada demais. A Isa insiste sobre como é ridícula a ideia de Maurício voltar depois de 12 anos e achar que tudo vai ficar bem, como a Rebeca vai casar com o Otávio e a Manu tem que aceitar que quem vai assumir esse papel de “pai” vai ser o Otávio, e com certeza de uma forma muito melhor que o Maurício.

O Otávio é um bobão, mas vai ser um pai MUITO melhor que o Maurício jamais foi!

Tudo o que eu pensei, na semana toda, foi uma mescla de “ACORDA, Manuela!” e de “Para que tá feio!”, e eu senti, por conta de tudo isso, alguma coisa se partir na personagem. A relação dela com a Isa ficou ameaçada em cenas profundas nas quais as brigas foram sérias, nas quais elas pareceram se detestar ou detestar a atitude da outra veementemente. Com Rebeca também a Manuela estava sendo deplorável, mais rebelde que a Isa. Manu insistiu em uma interpretação chorosa e irritante, cara amarrada. Maurício insistiu em uma forçação de uma emoção que não existia. Foi absurdo. E embora eu entenda o sonho da Manu, como ela NUNCA falou com o pai e, subitamente, conversa com ele naquela naturalidade, chamando-o de pai e pronto? As coisas são assim tao simples? “Eu tô muito feliz. Por você ter voltado. Por você ser tão bonzinho!” Eu ri às gargalhadas nesse momento. De verdade. Porque tudo era tão risivelmente ridículo que não dava para resistir. E meu pensamento mudou para uma espécie de: “Ah, não vejo a hora da Manuela QUEBRAR A CARA!” E eu quero (desculpem-me a sinceridade) vê-la DESTRUÍDA quando o Maurício se provar um mau-caráter interesseiro.

E não venha chorando pro meu lado daí.

Nem pro lado da Isabela, ela tentou de avisar!

Manuela passou dos limites em alguns momentos. Primeiro naquele “Convidei o papai pra vir aqui em casa, legal né?”, em uma naturalidade rebelde que me surpreendeu. O “papai” também foi forçado. Felizmente a Rebeca assumiu uma posição sensata, quis dar um basta nisso tudo, disse que não queria nada com o Maurício, explicou para a filha que ele desapareceu há MUITO tempo, eles nem o conhecem mais direito! “Você não pode fazer o que bem entende! Você tem que respeitar a mamãe e as outras pessoa que moram aqui!” Foi depois disso que a Isabela teve a briga mais séria com a Manuela na semana, e quando ela disse que quem se excluiu da vida delas foi ele mesmo, quando as abandonou eu aplaudi. Porque não podia ser mais verdadeiro. Depois, quando ela quis impor uma foto com o pai na casa. NÃO, NÉ? E, por fim, quando Otávio e Rebeca falaram do casamento e Manu reagiu toda “Não! Vocês não podem se casar!”, o que eu achei tão absurdo que minhas anotações estão cheias de palavrões que não serão aqui transcritos, mas vocês podem imaginar. Infelizmente, a cena mais que revoltante foi deprimente.

Deprimente!

Esperando que agora a Isabela coloque o Maurício no seu lugarzinho.

Porque aquele final de “Isabela. Sou eu, Maurício, o seu pai”. ME POUPE, NÉ?!

Ufa! Eu realmente tinha mais para falar sobre o assunto do que eu imaginei. Mas okay. Desabafo feito, vamos seguir em frente. Outra trama importante foi a de Isabela e Téo. Depois de momentos fofos como o em que Isa pergunta para o Téo se ele ficou com ciúmes de ela ir para a cidade com o Mateus, a trama fica séria. Isabela encontra um possível médico com uma cura milagrosa. Bem, quando isso tudo começou a acontecer, eu comecei a me morder por dentro. Reclamei sobre como não era assim que funcionava, como não se pode atender crianças desacompanhadas, como não fazia sentido que ele garantisse 100% que o caso de Téo tinha cura, como era ridículo que ele não se dispusesse a fazer novos exames e, novamente, como não exigia a presença e autorização dos pais. Parecia tão antiprofissional e irreal! Mas felizmente, FELIZMENTE, Cúmplices de um Resgate não me decepcionou dessa maneira, como eu eventualmente viria a descobrir. Teríamos uma longa sequência de cenas muito tristes e traumatizantes, mas pelo menos a acuidade e a verossimilhança se manteriam e eu fiquei mais tranquilo.

Eu não leio com antecedência. Então eu temi que eles estivessem forçando um tratamento milagroso para o Téo e que, de uma hora para outra, ele voltaria a enxergar assim. Por mais medo que eu tenha sentido pela Isa e pelo Téo, foi um alívio perceber como o médico estava só preocupado com o dinheiro, ver a precariedade de um consultório montado de qualquer jeito, falso. Foi uma sequência angustiante enquanto Rebeca e Otávio corriam para alcançá-los e Téo era levado para a “sala de cirurgias”. Foi muito triste e decepcionante para o Téo. Brincaram com seus sentimentos e suas esperanças uma vez mais, e partiram seu coração. Foi uma crueldade sem tamanho tirar as vendas do Téo, que ainda tinha alguma esperança, e ver que ele continuava cego. Pra quê fazer isso com a criança? Pra quê fazer isso com qualquer um? Mas foi útil. Isabela aprendeu da maneira MAIS DOLOROSA que ela estava errada, que ela não podia fazer o que bem entendesse, e agora eles vão desistir de vez, abandonar essa trama, com a insistência de que o caso do Téo é irreversível. Eu acho que, para o que a novela e o Téo representam, esse é o melhor final.

Ele sabe viver com isso, e ele só dá força para as pessoas na sua mesma condição.

Mas é claro que ainda vamos ter muita coisa fruto disso. Quer dizer, o Téo está DESTRUÍDO depois disso tudo. Foi muito triste como ele pediu para os pais para não contar a ninguém o que aconteceu, mas eles tinham que contar ao menos ao Pedro, o que gerou outra daquelas LINDAS cenas fraternais daqueles dois. O Pedro é um irmão admirável. A Isabela ficou tão traumatizada quanto. A carinha tristonha dela esperando a bronca e, quando ela veio, aceitando-a de cabeça baixa foi comovente. Porque ela sabia que tinha errado e errado MUITO FEIO. Foi uma bronca inteligente e muito bem escrita, porque o erro foi grave e o perigo também. “Eu não queria que o Téo se machucasse. Eu fui uma boba de acreditar naquele homem”. Isa abraçada à mãe, por fim, triste, triste, triste. E para tentar alegrar o Téo, ela preparou uma linda festa na sorveteria que me emocionou. Todos cantando “Pra Não Ter Fim” foi lindo demais e me levou às lágrimas… é uma pena que nada empolgue o Téo! E ele querendo deixar a banda foi de partir o coração.

Quão miserável ele não está se sentindo?

Com o coração na mão de escrever essas últimas palavras e relembrar esses sentimentos intensos todos de durante a semana, percebo que tivemos mesmo uma semana muito triste. Melancólica. Foi bem estilo novela mexicana, não? Priscila teve problemas com o pai, teve uma cena forte com o Omar ao ir conversar com ele. Julia também teve uma sequência de partir o coração. Chloé. E o Omar por fim. Wow. Vamos falar de Julia: em primeiro lugar, Julia NÓS TE AMAMOS. Exatamente do jeitinho que você é, e você é linda! Eu não acho que a Isabela tivesse razão ao falar com a Julia sobre como ela “parecia um moleque”. Meninas (nem ninguém) não precisam ser todas iguais. Cada uma tem seu estilo e pronto, não devem ser julgadas por isso. Mas isso ficou na cabeça de Julia e ela sofreu de verdade. A Lola até tentou ajudar (da forma precária e infantil dela, mas foi fofa porque foi a única que se dispôs a isso), mas não adiantou. Os meninos rindo dela foi revoltante. “Vocês são muito grosseiros! Era para elogiá-la, não para rir!” Julia chorando do lado de fora (foto) foi uma das cenas mais dolorosas da semana. Felizmente foi o André que foi conversar com ela, porque se fosse o Joaquim eu não sei se ele teria conseguido reverter nada. O André lhe deu atenção, carinho, e era tudo o que ela precisava. André fez um discurso sobre como ela não tinha que mudar quem ela era só para agradar os outros e ser como as outras meninas, ainda mais se ela era feliz do jeito que era, e que ela “era linda daquele jeito”.

Foi lindo.

Foi MUITO lindo.

Uma sequência que me emocionou demais também foi a de Omar com a mãe. É tão triste que, agora que ele se tornou uma pessoa melhor, ele tenha que passar por tudo isso. a cena de Neuza passando mal, mas fingindo para o Omar que estava tudo bem, que ele podia ir fazer “suas coisas”, foi de partir o coração. Ele do lado de fora da porta, sentado e chorando. Ele já tinha sido uma pessoa muito boa na gravadora, enfrentando o Benjamin, defendendo a Chloé… e quando ele ligou para a Chloé, eu achei que ele queria companhia, porque ele estava triste e apaixonado. Mas foi ainda mais lindo que ele estivesse se dispondo a pedir que ela voltasse para a banda, para que eles pudessem ganhar o Concurso de Bandas para que ele pudesse usar o dinheiro para o tratamento caro da mãe que eles não tinham condições de pagar. “Chloé, faz qualquer coisa. Eu não quero perder a minha mãe” foi terrível. Depois de TUDO isso (wow, semaninha pesada!), não consigo nem discorrer muito sobre os novos problemas da C1R (a notícia de que as gêmeas trocavam de lugar) ou um dos poucos momentos felizes e fofos da semana (que foi a Lola felicíssima na banda da Meire!).

Enfim, agora posso dar uma respirada.

Novela já anunciou “últimas semanas”, não sei se estou preparado!

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P.S.: As tentativas frustradas do Fred de pedir a Lurdinha em namoro também aliviaram a tensão da semana. Me diverti bastante!