Frequency 1x02 – Signal and Noise


“It’s too much. Everything we do messes up something else”
Guiado por todo um sentimento de desespero por ter mexido com o passado e permitido que sua mãe morresse no lugar de seu pai, Raim tem um episódio eletrizante no qual só quer devolver as coisas de volta ao normal. “All I want is to get back what I lost”. Eu achei, mais uma vez, um episódio profundamente emotivo com belíssimas cenas, conduzindo uma brilhante história na qual os anos de 1996 e 2016 passam concomitantemente, um interferindo intensamente no outro, e decisões sérias precisam ser feitas. Raimy, depois de conseguir contato com o pai, 20 anos no passado, interferiu na História ao avisá-lo sobre a noite em que morreria e salvando sua vida. no entanto, ao fazer isso, as coisas mudaram drasticamente, como sua mãe ter morrido e ela nunca nem ter conhecido Daniel. Agora, ainda mantendo o contato com Frank Sullivan, tudo o que Raimy quer é encontrar uma maneira de salvar a vida de sua mãe, morta no início de Janeiro de 2017, mas ela teme que isso ainda possa interferir demais no restante da História.
Porque mexer com o passado é complicado.
E perigoso.
Signal and Noise já começa eletrizante. Raim coloca em sua cabeça que “She’s not dead yet”, e enquanto as pessoas ao seu redor estão preocupadas em manter seu bem estar agora que o corpo de sua mãe desaparecida há 20 anos é encontrado, ela está apenas convicta de que ela ainda não morreu e que pode salvá-la. Como temos, supostamente, 11 semanas até a morte dela, acredito que esse é o caminho do restante da temporada, com a fatídica noite que deve acontecer no Season Finale do Episódio 13. Até então, busquemos o Assassino Nightingale e tentemos interferir o menos possível na História. A ideia primária de Raimy Sullivan é contar tudo à mãe, e então ela pede que Frank faça isso: conte-lhe como e quando ela morrerá, para que ela possa se salvar. Mas isso é complicado. Até porque o retorno de Frank para casa foi bastante turbulento. Ele “abandonou” a família e ficou desaparecido por DOIS anos, não é fácil para a esposa simplesmente aceitá-lo de volta. Raim, criança, é uma verdadeira fofura, e a profunda admiração com que ela olha para o pai…
…é contagiante.
Assim, tanto Raimy, em 2016, como Frank, em 1996, começam a investigar um caso num pântano, em 1994 (mesmo pântano em que o corpo da mãe de Raim será encontrado no presente), o que pode levá-los à origem do Caso Nightingale e, consequentemente, uma resolução antes que ela seja morta. Thomas Goff. Raim vai atrás dele em 2016, e ele é bastante efusivo sobre o que aconteceu, defendendo que as queixas foram retiradas. “Do it better. Find Goff”. Frank também vai atrás dele em 1996, e a mãe de Goff é bastante estúpida e não fala sobre o assunto, ameaça chamar os advogados. O caso é de Maya Gowen, uma mulher desaparecida na década de 1990, que estudava com Thomas Goff, e nunca foi encontrada. Em 1996, ela está num casebre, mantida prisioneira por Goff na propriedade da família. Eu percebia o quanto era perigoso lidar com isso tudo, uma vez que caso tudo fosse resolvido em 1996, o presente no qual Raim vivia em 2016 deixaria de existir a qualquer minuto.
E foi exatamente o que aconteceu.
Uma das minhas maiores fascinações nesse tipo de história é ver as implicações da viagem no tempo – um tema interessantíssimo da ficção científica que eu adoro. Frequency nem trabalha com a viagem no tempo efetiva, mas as consequências são similares. 1996 e 2016 ocorrem de forma conexa, se construindo juntos, enquanto Frank e Raimy estiverem conectados pelo rádio. Assim, as histórias se desenvolvem paralelamente em um conjunto interessante de cenas fortes, e quando Maya, em 1996, consegue fugir e Thomas Goff é deixado para trás, chorando, e pede ajuda à mãe, o presente de 2016 de Raimy Sullivan muda drasticamente de uma hora para outra. No caminho que ela faz para a casa de Thomas novamente. A História em constante transformação. Ela vai à casa dele, na qual conseguiu falar com ele no dia anterior, para encontrar outra pessoa morando lá e descobrir que os Goff não moram na casa há 20 anos! Não tem como não dizer que isso tudo não seja absurdamente ELETRIZANTE! No entanto, eu também acho que deva ser uma situação deveras perturbadora para ela!
“It’s his house. He lived here yesterday”
Quer dizer, ela está constantemente vivendo em um mundo instável que ela pode mudar a cada coisa que diz e a cada passo que dá. É assustador. E isso é bem simbolizado pelos dolorosos flashbacks de Raimy com Daniel (com a mãe falando sobre ele, depois o jantar no qual eles se conheceram, ela sempre durona, ele sempre um fofo), em cores escuras, como algo apagado. Apagando-se. É melancólico e inteligente. E é esse medo constante instaurado pela casa de Thomas Goff que a faz temer qualquer ação futura. Que a faz deixar que o pai se passe por louco quando ele tenta chamar Raim pelo rádio (“CQ? CQ, this is WQ2YV”) para provar à mãe dela que é verdade, mas ela não responde. O final é angustiante, e altamente emotivo. Com uma trilha sonora tocante, Frank promete salvar a esposa, mas vai embora expulso de casa, enquanto Maya foge pela floresta, e Raim, indo dormir, percebe que o colar da mãe está sem a foto das duas. Então ela lembra como disse que tudo o que eles fazem acaba com outra coisa.
E sai correndo.
É um final, como todo o episódio, eletrizante. Simplesmente: QUERO MAIS!

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