Supermax 1x03
“Você ainda
acha que tem alguém vendo a gente?”
Foi um episódio mais gostoso de acompanhar que o
último, embora ainda seja muito vaga a ideia de onde a série quer chegar. Embora
eu até esteja intrigado, eu não sei dizer qual o objetivo do programa, e se
tudo for um grande experimento do reality
show, como parece ser, acho que precisaremos de um bom fechamento para a
trama para que fique convincente. Temo por Supermax,
como temi nas outras duas semanas. Ainda não estou convicto de nada. No entanto,
mesmo com algumas (muitas) atuações deploráveis, tivemos uns momentos muito
bons ao longo desse episódio, e o Dante assumiu uma postura meio O Sexto Sentido, não sei. A série começa
a assumir um tom mais macabro, vai se tornando tensa. Lentamente passamos a
conhecer melhor nossos personagens, suas motivações, a maneira como eles pensam
e se comportam. E os personagens vão lentamente se tornando mais interessantes,
como é o caso da personagem de Mariana Ximenes, a Bruna. Eu não prestava a
mínima atenção a ela até esse episódio, mas ela teve momentos arrepiantes que
me convenceram.
Finalmente.
A ideia é de que o jogo ainda não recomeçou. Não temos novas regras, novas provas do
líder, nada. E o Dante desaparece – o que
é suspeito. Enquanto um grupo fica para esperar que, por um milagre, a
porta para a comida se abra, outro grupo vai buscar o garoto que desapareceu
misteriosamente, e é então que conhecemos Bruna de fato, uma psicopata doente
encantadora (posso dizer isso?), enquanto ela conversa com Luisão, tentando descobrir
seu segredo. Seu crime. Em uma atuação
finalmente brilhante, Bruna o provoca: “Você
olhou no olho da pessoa assim? O que você viu? O que você sentiu? Você viu a
pupula ficando pequenininha, pequenininha? […] Você consegue ver o instante em
que a alma vai se liberando… e você não consegue parar. […] É lindo, não é? O momento
em que você percebe que a alma tá indo embora”. Wow. Essa foi minha reação.
A fala é forte e arrepiante, e ela fala em um tom devagar, lento, saboreando
cada sensação de cada momento. A pupila diminuindo. O pulmão parando de
respirar. O coração parando de bater.
E por mais doentio que seja, eu achei sensacional.
Também estamos conhecendo outros personagens, como
é o caso do Padre Fernando, e eu achei aquilo perturbador. Ele diz que ele é
inocente, ele tenta se defender. E quando o flashback
começa eu tive uma angústia crescente e eu senti tudo se desmoronar. A questão
da inocência ou não de Fernando é milimetricamente ambígua. Questionável. Quer dizer,
não era ele o pedófilo, mas ele não era tão criminoso quanto ao saber e não fazer
absolutamente nada? Tenso. Acho que foram esses dois personagens em particular
que passamos a conhecer um pouco melhor nesse terceiro episódio: Bruna e
Fernando. Os demais estavam mais envolvidos em um ou outro lado da história. Como
o Luisão perturbado achando que o símbolo desenhado na parede (supostamente por
Dante) era sangue, mas não passava de tinta, e uma evolução breve no
sobrenatural. Um pouco do anjo visto pelo padre. Os gritos. O “choro dos
inferno”, segundo Luisão. A mão que a socialite viu. “Tem alguma coisa do mal acontecendo aqui dentro”.
Porta da despensa se abriu. Prova de que a
produção não os abandonou.
E Dante está de volta: “Eles tão vindo”. Quem? Onde ele estava? O que é aquilo nele?
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