This is Us 1x04 – The Pool


Todos os episódios de This is Us são intensamente LINDOS!
Certamente a melhor surpresa dessa temporada. Com This is Us temos uma das melhores séries que eu já assisti e na expectativa de figurar, brevemente, na minha lista de séries favoritas. É lindíssima, emocionante, séria e trata de assuntos fortes de uma forma consciente, inteligente e com propriedade. Eles sabem o que estão fazendo e o fazem muito bem. Mesclando o presente de 2016 com duas versões do passado (uma em 1980 e outra aproximadamente em 1988), a série tem uma dinâmica incrível e cada vez mais apaixonante. Não é incomum que, como nesse episódio, a MELHOR história esteja justamente no passado, nas dificuldades encontradas por Jack e Rebecca para criarem seus três filhos, mas é importante notar o quanto as histórias estão interconectadas, então as coisas que aconteceram no passado influenciaram completamente nos personagens para que eles se tornassem aquelas versões que conhecemos deles em 2016. A necessidade de Randall de encontrar o seu pai biológico ou a própria insegurança de Kate quando conhece a ex-mulher de Toby…
E eu vou começar falando sobre as cenas do presente de Kate e Kevin porque vou me prolongar mais quando chegar no passado. Kate acidentalmente conhece a ex-mulher de Toby quando ela sai com ele e Josie aparece. Como ela é magra e linda, Kate cria uma obsessão doentia e a persegue na internet para descobrir o que puder dela – acaba se aproximando tanto dela que consegue um emprego em sua loja. É perversamente doentio, então é doloroso ver o que Kate está fazendo com ela mesma, embora eu entenda perfeitamente a insegurança. É natural. Mas o fato de Kate aproximar-se perigosamente da ex-mulher de Toby também permite que as coisas em seu próprio relacionamento atual possam andar de uma forma ou de outra. Não é saudável inicialmente nem nada, mas permite abertura suficiente para que coisas sejam ditas. Toby ainda continua sendo um namorado muito fofo para Kate, dando a ela a atenção que ela definitivamente merece, mas foi tudo tão forte o que ele disse a ela sobre o fim de seu relacionamento, sobre como Josie o traiu e levou metade do seu dinheiro, e então ele engordou todos aqueles quilos…
“No, but I would like to be with a sane person, Kate”
Acho que é bem significativo a maneira como ele se abriu para a Kate!
Por outro lado, temos a história de Kevin, que acaba de se mudar para Nova York na expectativa de tentar uma carreira no teatro, e vamos dizer? É revoltante. Bem, a história de Kevin ainda é a que menos nos envolve ou com a qual menos nos importamos (em 2016, pelo menos, porque acho que em 1988 tivemos um desenvolvimento bem bacana para o personagem), mas aquela audição dele só pode ser definida por vergonha alheia. Foi vergonhosa sua postura, sua atuação, sua falta de profissionalismo. Tudo. Ele parecia estar mesmo se sabotando. Mas o que acontece no fim? O ultraje do mundo do show business: “You got the part. They think The Nanny is gonna sell tickets”. Eu só imagino o quanto é frustrante para a sua companheira de cena, por mais mala que ela realmente tivesse sido, ter que lidar com uma coisa tão ridícula e tão absurda (e infelizmente tão real!) quanto ele conseguir o papel só porque é famoso e chamaria público. E quantas vezes não vemos isso acontecendo de verdade no teatro? Pelo menos ela foi legal com ele, o chamando para sair e pedindo que, caso ele realmente queira isso, que ele se dedique, estude, procure treinamento…
É o mínimo que ele pode fazer.
Em 1988, a história se desenvolve lindamente no melhor conjunto de cenas que essa série viu até então! Sempre é muito comovente e a discussão é feita de forma inteligente. Há muita coisa acontecendo. Jack sugere que ele e Rebecca levem as crianças para um dia na piscina, para relaxar (depois que o ar condicionado estraga), mas você só pode imaginar o tamanho do caos de uma piscina pública! E é aquela coisa de sempre: é muito difícil criar três filhos ao mesmo tempo, em fases tão importantes de suas vidas. Há a preocupação constante com Kate, que está lá, toda confiante em seu biquíni dos Ursinhos Carinhosos, porque alguma criança maldosa vai dizer alguma coisa eventualmente (e dizem, aquele bilhete é revoltante e profundamente triste!) e também a preocupação com Randall, porque muitas vezes a impressão é que Rebecca não sabe como criar um filho que é negro. Infelizmente, é um sentimento que o próprio Randall tem, embora ame seus pais adotivos. E enquanto a preocupação constante com Kate e Randall ocupa a cabeça de Jack e Rebecca, Kevin é constantemente esquecido… “In the meanwhile, where’s Kevin? Guess what? He’s dead!” Fiquei muito triste quando ele quase se afogou e voltou magoado para junto dos pais, que nem estavam lhe dando atenção.
A história de Randall em 1988 foi genial, muito bem desenvolvida e ainda se misturou inteligentemente à história de Randall em 2016. Em 2016, vizinhos chamam a polícia por causa de seu pai “rondando” a rua, e sua filha interpreta a Branca de Neve – é bonito que ela não veja problema nenhum nisso, me faz pensar que ela está crescendo em uma infância muito melhor do que aquela na qual Randall cresceu, mas ainda assim é revoltante perceber a reação de algumas pessoas da plateia. Em 1988, Randall, em algum momento, se perde do irmão e dos pais e se junta às outras crianças negras que estão na piscina, talvez porque ali ele se sinta muito mais em casa, muito melhor acolhido. A primeira cena de Rebecca com a mãe negra de alguma das outras crianças foi bem difícil, e ela levou Randall dali. A cena em que ela retorna, aberta a conversar, a ouvir conselhos, foi uma cena muito bonita, e um crescimento interessante para a própria Rebecca. Adorei como ela se abriu o suficiente para pedir o número de um barbeiro, quando recebeu a dica do hidratante pós-piscina… e quando ela perguntou se Randall poderia brincar com as outras crianças depois da escola?
Aquilo me arrepiou completamente.
Daquele momento em diante, talvez, a vida de Randall tenha tomado um rumo um pouco mais fácil. Não fácil em si, mas melhor. E eu gostei demais. Gostei da atitude final de Rebecca, gostei do sorriso da mulher negra para ela… e eu sei que há MUITO amor envolvido naquela família, apesar de tudo. Apesar dos ciúmes de Kevin. Olhe aquela cena do Jack convencendo a Kate a colocar a camiseta, que me emocionou profundamente, embora colocar a camiseta talvez não fosse o ideal para estimular a confiança dela. Mesmo assim, foi uma cena linda que me levou às lágrimas. Tudo é muito real e muito forte. Escrito sublimemente. Outro momento que me levou às lágrimas foi, em 2016, Randall explicando a William o que era o caderninho que ele carregava com ele e o que significava os riscos que ele fazia. Aquilo doeu. No entanto, ele deixou claro o quanto ele amava Jack e Rebecca, e isso me reconforta. O final foi lindo. Absolutamente lindo. Jack deitado com Randall e Kate, puxando Kevin para junto deles também. Aqueles três deitados e dormindo juntos, o pai abraçando os três, a cabeça de Jack no colo de Rebecca, que faz carinho nele enquanto termina, finalmente, de ler o seu livro…
Não podia ter sido um final MAIS emocionante.
Agora vamos ver o que virá de Kevin e Randall JUNTOS em 2016!

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