Frequency 1x04 – Bleed Over


“My name is Eva Salinas. Call the police. I’ve just escaped the Nightingale”
Voltamos a 17 de Julho de 1996, o sequestro de Carmen Salinas, que gera todo um trauma que muda a vida de Eva Salinas para sempre, reverberando pelo tempo até 2016, onde Raim Sullivan se encontra com ela novamente. Quatro meses atrás, em 1996, sua mãe foi levada e morta pelo Assassino Nightingale. Quatro meses atrás, em 2016, ela lançou um livro sobre o Assassino, que não tinha nenhuma informação relevante no fim das contas. Foi um caso isolado, interessante, que poderia ter dado informações a respeito do Nightingale, e realmente as deu, mas ao mesmo tempo em que o fez, também permitiu que a História se alterasse a ponto de ser impossível identificar as novas informações como úteis, já que são depressa descartadas. De todo modo, a morte de Julie se aproxima, e enquanto Frank e Raim trabalham juntos na tentativa de salvar a mulher que nem deveria estar morta, Raim também precisa começar a pensar que, talvez, não exista mais como salvar a sua mãe, por mais doloroso que isso seja.
E então ela precisa seguir em frente, de alguma maneira.
Na verdade, era evidente que Eva, em 1996, tinha visto alguma coisa, mas não estava preparada para se abrir. Em 2016, eu não consegui confiar nela desde o primeiro momento. Achei estranha aquela chegada dela à farmácia, pedindo que ligassem à polícia, depois de uns dias desaparecida, mas na cena do hospital, quando ela fala sobre o que aconteceu… não deu para confiar nela de jeito nenhum. Dava para sentir a mentira. As cenas com Raim foram quase muito bonitas, em um paralelo interessante entre seus encontros em 1996, brincando no parque, por exemplo (“Your daughter is not some tool you can use in your job”) e suas cenas em 2016, no hospital, em que conversam sobre o Nightingale e sobre como compartilham algumas das mesmas sensações por suas mães terem sido levadas pelo mesmo assassino. Mas era, no fim das contas, em 2016, toda uma tentativa frustrada de chamar atenção depois que os repórteres sumiram e a abandonaram, e ela não conseguiu a atenção que esperava de volta com o lançamento do livro.
Eva Salinas tem problemas SÉRIOS. Sim.
“Don’t be mad at me”
No entanto, quase que não foi totalmente inútil. Ou realmente não foi. A história de que o assassino trabalhava de máscara e tinha uma cicatriz na mão esquerda foram inúteis e desmentidas depressa. Mas algumas coisas funcionaram. Em primeiro lugar, o retrato falado, só conseguido do assassino através de uma vítima em 2009. Mas Raim consegue “mandá-lo” para o pai, através de uma gravação e refacção. [Adorei o momento de enterrar o retrato falado em 1996 e desenterrá-lo em 2016 para conferir se estava correto] Não era oficial, claro, porque a vítima era de 2009, mas isso tudo levou Eva Salinas, em 1996, a se abrir, no fim das contas, o que quer dizer que agora, lá, eles também têm um retrato falado do Nightingale. A informação sobre a caminhonete azul escura com cobertura branca seria utilíssima, se o Frank não tivesse estragado tudo de forma tão vergonhosa (e burra, convenhamos). Aquela cena final da caminhonete sendo queimada é revoltante, mas inteligente. E com todos os problemas existentes entre Frank e Julie, parece que ela finalmente começa a acreditar nele, pelo menos um pouco.
E isso é muito bom, talvez.
“Am I in danger? For real, Frank?”
Agora, outra faceta importante do episódio foi o fato de Raim Sullivan estar, potencialmente, deixando de viver com sua obsessão com o passado. “[…] so busy with the past she can’t see the life ahead she has to live”. Depois de Gordo tentar trazê-la de volta à realidade (a cena do Tinder foi FANTÁSTICA!), nós temos outras coisas acontecendo – como os flashes de memória que Raim recebe quando “conhece” Kyle (o LINDO do Rob Mayes) e ele pergunta por que ela está agindo tão estranha. Eu gostei MUITO dele. Eu amo o Daniel, vocês sabem disso, mas no momento ele está indisponível, nem sabe quem a Raim é, e acha que ela é louca. Com razão. E o Kyle parece um fofo (além de lindinho e gostoso), deu até pena dele perguntando, no fim do caso, se ele tinha feito algo errado e apertando a mão dela. E quando Frank diz à filha que ela precisa entender que eles não tem garantia nenhuma de que vão conseguir voltar tudo ao normal, e que ela não pode deixar sua vida passar por causa disso, ela resolve dar uma chance para Kyle, e eu acho que é bastante digno, embora deveras complicado.
Fico triste frente à possibilidade de ela seguir em frente e tudo voltar ao normal…
Talvez quando tudo voltar, ela não sinta mais o mesmo por Daniel!

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