Humans 2x01e02 – Episodes 1 & 2
Humans ESTÁ
DE VOLTA! \o/
Estamos de volta ao fantástico mundo dos synths, aqueles sintéticos nem tão
futuristas assim que se assemelham fisicamente a humanos e são vendidos como
mercadorias – mas que agora estão tomando consciência de uma forma que levanta
uma série de questões que envolvem ética, humanidade e a concepção de vida. Eu
mal posso explicar o quanto eu senti falta dessa série, especialmente quando o
episódio começou e eu pude ver novamente Niska andando por aí, ou Mia
trabalhando, de novo como Anita, em outro lugar, tentando reconstruir a sua
vida, talvez, de uma forma bem controversa, enquanto Leo continua por aí,
tentando reunir a família e reunindo novos synths conscientes que aparecem a
partir de agora… temos muita história para contar, questionamentos paradoxais
para levantar e alegorias inteligentes como toda a questão da Revolução
Sintética quando Joe perde o seu emprego por causa de um synth que vai assumir
o seu lugar – me fez pensar um pouco na crítica à Revolução Industrial
empreendida no início de A Fantástica
Fábrica de Chocolate, passagem que sempre me comove.
De todo modo, Niska está em Berlim, e ela acaba de
colocar no mundo o código que, supostamente, dá consciência aos sintéticos.
Seis semanas depois, synths estão despertando pelo mundo todo, esporadicamente,
talvez numa espécie de tentativa do pai deles de acostumar a humanidade à
novidade para que os synths não fossem destruídos em uma verdadeira guerra. Por
um motivo ou por outro, os synths acordam lentamente. Temos Ten, por exemplo,
despertado a 37 dias e vivendo com Max e Leo, quando eles encontram Hester, uma
synth que acabou de despertar e ainda não entende muito bem o que são os seus
novos sentimentos. Eu fiquei muito triste por ver Ten morrer, e dói pensar no
quanto aquilo é uma vida, ainda que concebida de uma forma muito diferente
daquela com a qual estamos habituados – e a série é eficaz em levantar
questionamentos em relação ao que é ser humano ou o que é ter vida, de uma
forma paradoxal que nos confunde. E nos fascina. Enquanto alguns estão se
aventurando por sua nova vida com sentimentos e consciência, outros talvez
estejam tentando voltar à categoria synth.
Hester, a princípio, acha que tem um defeito que
precisa ser consertado. Mia eu juro que não entendi totalmente, mas isso tem
tudo a ver com a qualidade de ser humana e ter dúvidas. Ela, incorporada a
Anita novamente, está trabalhando em um bar ao lado de Ed – e eu estou gostando
muito do Ed e curioso para ver o que vai sair dali. Quer dizer, eu ainda não
sei quais são seus planos e as cenas dela com ele, especialmente no segundo
episódio, foram bastante interessantes. Ele vai notando, aos poucos, como Anita
está diferente. Usando palavras como “querer”, e ela é uma fofa quando vai
visitar a mãe dele e levar roupas para ela, tomando a liberdade de tocá-la para
confortá-la. Não sei o que Mia/Anita sente, talvez uma segurança maior estando
entre humanos se passando por synth comum, sem consciência, não sei. O fato é
que ela tem toda a razão naquela cena com Leo, mais tarde, quando ela diz que
eles ainda são crianças, aprendendo, mal tiveram alguma experiência. E isso é
tão doloroso. Fiquei contente por Ed descobrir tão rápido a verdade sobre Mia e
eu acho que temos um bom plot para se
desenvolver ali.
Só espero que o Ed não venha a ser um vilão.
Porque eu não estou preparado para isso.
Falando nisso, nós temos um ampliamento na
abertura que traz novos elementos à trama, e dentre eles podemos ver essas
inovadoras pesquisas realizadas pela QUALIA em relação aos synths conscientes
que acabam de emergir. É um pouco doloroso ver aquela mulher matando synth após
synth na expectativa de descobrir o que os tornou conscientes e o quão
conscientes eles de fato o são. Matilda também está interessada nisso, até
conseguiu o código. E seu novo projeto é uma FOFURA, porque ela resgatou Odi – e eu fiquei tão feliz em vê-lo novamente!
E falando em consciência (e levantando a bandeira sobre o quão diferente eles
de fato são dos humanos uma vez que tenham consciência e sentimentos), Niska
está de volta e pediu ajuda à família Hawkins para que seja julgada por seus
crimes como uma humana. É uma
situação delicada, Julia fica dividida entre ajudá-la ou não, sentindo que pode
estar abandonando a synth, e esse seria um péssimo exemplo para os filhos, por
fim se juntando à causa como sua advogada oficial. Acho que Niska pode ser o
grande símbolo da revolução.
A revolução que vai libertar os synths conscientes.
Em ascensão, por sinal.
Já Hester, eu acho que ela representa MUITO dentro
da série a partir de agora. No fim do segundo episódio eu estava divertidamente
brincando que ela e Niska seriam ótimas amigas caso viessem a se conhecer. Mas
a questão em relação a Hester é bastante sensível e acho que verdadeiramente
pertinente. Remontando à discussão anterior de Mia e Leo, é sobre a experiência
– eles ainda são crianças aprendendo a
sentir. Qual é a vantagem (e o perigo) de ter sentimentos e emoções e não
saber interpretá-los? Tudo vem muito intensamente para um synth que
simplesmente adquire consciência de uma hora para outra. Ele precisa aprender a respeito do que está vendo,
vivendo e sentindo. Não é algo automático. Como humanos, que nascem, crescem e
aprendem, por experiência ou exemplo. Nada nos é dado pronto, como um
aplicativo que instalamos e pronto. Hester está experimentando. Ela matou
aquele homem no fim do episódio porque, segundo os dizeres de Max e Leo, isso
deveria lhe causar culpa. Mas isso de
fato causou? Penso no quão “inocente” ela é, por estar tentando se
entender, e no quanto isso pode ser perigoso para a humanidade…
Quantos mais synths estão no exato mesmo
processo?!
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