Humans 2x03 – Episode 3


“I am a synthetic. But I’m awake. Conscious”
O terceiro episódio de Humans começa a esclarecer algumas coisas e as motivações da temporada começam a ficar claras. A grande questão abordada será mesmo a consciência dos sintéticos e, mais que isso, como lidar com as suas semelhanças com os humanos e suas peculiaridades. O quão humanos e o quão sintéticos eles podem ser considerados? É uma tarefa difícil e uma trama ambiciosa, mas enquanto os Synths tomam consciência, eles podem assumir na sociedade uma posição cada vez maior, menos submissa, e de igualdade em relação aos humanos. Metaforicamente, isso é genial, porque representa um grande número de processos naturais pelo o qual a História passou. De verdade, não sei como estaríamos lidando com isso tudo. Adoro os Synths, quero defendê-los, acredito nos sentimentos de Mia. Mas eu também compreendo o medo dos humanos que ainda estão com um pé atrás em relação a isso tudo e estão tentando descobrir mais informações sobre isso, mesmo que sejam motivadas por experiências pessoais.
Conhecemos mais de Athena lentamente, mas eu ainda não sei se posso ou não confiar nela, e o fato de ela estar “matando” synths conscientes em nome da pesquisa é um pouco assustador, porque não deixa de ser uma vida que ela está tirando. Ainda quero entender a relação de sua filha Ginny e o computador que ela carrega com ela, mas minha impressão inicial é de que ela conseguiu armazenar parte da consciência de sua filha de forma artificial, para que caso o seu corpo possa ser salvo, ela possa voltar à vida. Mas, mantendo tal consciência viva através de aparelhos, o quão humana e o quão máquina Ginny de fato é, agora? Talvez ela seja uma alegoria a Leo Elster, e talvez até menos humano que este. Tentando entender melhor toda essa questão da consciência synth e sendo paga pela Qualia para compreendê-la, Athena vai atrás do Professor Hobb, o ameaça e tenta conseguir alguma coisa em relação aos estudos para dar consciência aos sintéticos, mas nada muito esclarecedor, por ora, é revelado.
Uma das partes mais intensas do episódio foi Niska se submetendo a uma espécie de Teste Voight-Kampff, com a diferença de que a dúvida não é se ela é um androide ou não, mas se é uma sintética que apresenta consciência humana. Uma série de fotos e música às quais ela não apresenta qualquer tipo de reação, mas eu fique basicamente confuso. Foi Niska quem pediu esse teste, foi Niska quem quis provar que tem consciência para ser julgada como um humano, mas ela não colaborou de modo algum. Embora tenha dito coisas fortíssimas como “Being cruel to people around you and then crying over pictures of people you don’t even know?” Mas o sentimento vêm à tona, eventualmente, quando Niska fala sobre o crime que cometeu e justifica: “I was scared”. A apesar de qualquer indiferença synth, deu para sentir seu medo, sua raiva, suas emoções. Não sei o que isso quer mesmo dizer, mas eu estou bastante ansioso para ver qual vai ser a grande finalização para esse caso e para esse teste que a Niska escolheu.
No mais…
O restante da família passa pelos seus próprios dilemas. Matilda conseguiu fazer com que Odi acordasse, de alguma maneira, mas ele ainda está muito debilitado e não sei o quão funcional ou consciente ele de fato está. Sophie, talvez por uma saudade aguda de Anita, está começando a agir de forma estranha, começa a organizar o quarto metodicamente, a falar quase como uma synth (chamando o pai de Joe) e não expressando dor ao se cortar… me fez pensar em Rennie, a garota que se finge de Synth da qual Toby tenta se aproximar na escola. Por fim, temos a história de Mia ganhando contornos mais definidos, porque eu ainda não tinha entendido de fato a sua motivação – acontece que ela se apaixonou por Ed, o humano para quem trabalhava, e agora ela não quer ir embora ou seguir Leo. Eu adorei a cena em que Mia vai atrás de Ed para conversar com ele (tem como culpá-la? Ele é uma graça mesmo!), explicar que está consciente, e eles compartilham um momento lindíssimo, uma conversa verdadeira, e quando estão sentados atrás do balcão, eu acreditei no beijo, torci por ele. Fiquei muito contente.
Por mais difícil que seja para Ed, mas o sentimento está ali…
E essa temporada promete!

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