This is Us 1x08 – Pilgrim Rick
“I have an idea for one more Thanksgiving tradition
before we go to bed”
No momento, questionando minhas condições
emocionais para assistir a essa perfeição de série. This is Us é, possivelmente, a melhor estreia da temporada, e eles
têm tanto coração e cuidado ao construir o drama perfeito que eles nos comovem
intensamente a cada semana. Tivemos um episódio especial de THANKSGIVING que não
poderia ter sido mais perfeito ou mais lindo. Emocionante do início ao fim, eu
fiquei pensando em tanta coisa ao longo do episódio, eu chorei tanto, não só
com o final triste, mas com cada detalhe bem construído de uma nova tradição
familiar, a beleza do amor incondicional que é tão verdadeiro que passa para a
audiência. Esse foi o MELHOR e mais
emocionante episódio de This is Us,
construindo lindamente uma narrativa perfeita e mesclando, talvez melhor que
nunca, o passado de por volta de 1988 e o presente de 2016. [Um cuidado e uma
delicadeza irredutíveis] Aquele Dia de Ação de Graças em particular foi
perfeito, e o mais legal é que não precisa ser “tradicional” para ser perfeito,
porque ele o foi em sua unicidade. O melhor
Dia de Ação de Graças que aquelas crianças já tiveram.
Tão bom que é eternamente reproduzido.
O Thanksgiving de 1988 começa normal, quase difícil.
Randall comenta coisas de partir o coração como “Okay, okay, now one just with the twins” e as crianças, em geral,
se manifestam contra um feriado que elas detestam. Não pelo feriado em si, mas
pelo o que fazem a cada ano. Ir à casa dos pais da Rebecca, que não são boas
pessoas, e eles mesmo ficam irritadiços, o clima pesa. Dá para sentir isso
desde o carro, com a Kate insistentemente reclamando que o suéter que a avó fez
pra ela e que ela precisa usar para agradar pinica, os meninos brigando e
falando alto demais, e como se não bastasse o pneu ainda fura no meio do
caminho… é com o pneu furado e o aparente desastre do feriado que surge a
caminhada: “Now we walk” “C’mon, it’s
gonna be like a fun little hike”. Exatamente 3,4 milhas. E assim começa a
transformação. Porque as crianças, com razão, DETESTAM Thanksgiving, e é a
oportunidade que Rebecca e Jack têm de mudar a tradição, de transformar aquilo
num lindíssimo dia da família.
E eles fazem isso.
No presente, o Dia de Ação de Graças está
lentamente começando. Kate desiste do seu relacionamento com Toby, porque é
muito difícil vê-lo comer aquele macarrão todo enquanto ela come sua saladinha.
É uma cena TRISTÍSSIMA (“I think we
should take a break”) que eu ainda tenho dificuldades de aceitar. Espero que
o que a mulher disse na turbulência a ajude a pensar sobre a vida além da
cirurgia. Kevin convida Olivia
para o seu Dia de Ação de Graças: “My
family is like, uh, wathever the most interesting kind of bread would be… you
know, we’re like multigrain bread. Except we’re not that healthy… we’re like,
uh… we would be ciabatta bread. That’s what we are. Check this out: My mother
is, uh, married to my dead dad’s best friend. I have a twin sister who is
seriously overweight. And I have an adopted black brother who just recently
reconnected with his biological father who is dying. Now, don’t you wanna see
that up close, huh?” E Randall pula da cama na MELHOR animação
possível, acordando todo o restante da casa.
E tudo parece tão lindo.
Parece muito lindo porque a animação do Randall é
contagiante – desde a maneira como ele pula na cama de Kevin para acordá-lo até
como se dedica integralmente à refeição daquele dia especial, reconstruindo os
passos de seu primeiro emocionante Dia de Ação de Graças que ele adorou, de
volta em 1988. Primeiro vemos aquela caminhada conduzida por Randall em 2016,
no cúmulo da animação, depois a vemos acontecer, de exatamente 3,4 milhas, em
1988, depois que o pneu do carro furou e Rebecca, Jack e as crianças caminharam
até a pousada do Pilgrim Rick. Jack e Rebecca são os pais perfeitos, fingindo
que tudo é uma grande e divertida aventura, que tudo está bem, quando por
dentro estão morrendo de preocupação, mas ao amor que sentem pelas crianças os
impulsiona a não deixar que nada estrague aquele dia, que eles não guardem
memórias ruins de lá. Por isso eles mesmos criam as MELHORES memórias
possíveis.
E são mesmo as MELHORES memórias possíveis.
Digo isso porque está evidente desde 1988, mas a
reprodução, 28 anos depois, só enfatiza o sentimento todo. Eu me emocionei
demais e chorei muito com o Jack, e me dói cada vez mais pensar em não tê-lo
mais com as crianças no presente. A dedicação profunda dele, a criatividade e o
amor pela família… ele tornou o Dia de Ação de Graças que seria um desastre no
MELHOR DIA DA VIDA DE TODOS ELES. Quando ela entre por aquela porta, tão
alegre, tão determinado a criar um dia mágico, a melhor pessoa definitivamente. Entrando fantasiado, com um
chapéu, fingindo-se de Pilgrim Rick, fazendo bagunça, contando história,
arrancando as risadas mais divertidas e verdadeiras das crianças. Trouxe um
filme, montou um piquenique interno usando o aquecedor para esquentar as
salsichas do cachorro quente… TUDO. Significa tanto que eles reproduzam isso
anualmente! O chapéu. A história. Pilgrim Rick. O piquenique. E assim por
diante. Eu só não sei se estava preparado para ver o Kevin passar esse chapéu
para o Miguel, porque eu AMO MUITO o Jack (e não tem como não amá-lo, quando
ele faz coisas como essas!) para vê-lo “substituído”.
Não parece substituição quando é Kevin ou Randall.
UM DOS FILHOS!
O olhar que a Rebecca lançou ao Jack não poderia
ter sido mais condizente. Cada vez mais apaixonada, grata, admirada – ele proporciona
isso, ele desperta esse sentimento em cada um de nós por fazer o que faz. O
episódio foi lindíssimo, desde a caminhada inicial até a mais linda
finalização. “I have an idea for one more Thanksgiving
tradition before we go to bed”. A última tradição, uma linda tradição, vem da ideia de Rebecca,
com o suéter que pinica do qual a Kate reclamou o episódio todo. Rebeca o
desfaz, e pede que cada um diga aquilo pelo qual é grato, depois jogue o suéter
à frente, para o próximo fazer o mesmo. Chorei com a fala do Jack, chorei
porque o amo e amo o amor e dedicação dele pela família. Chorei com o belíssimo
paralelo do suéter jogado se mantendo em 2016 com um novelo de lã, igualmente
jogado – e ainda mais com a Rebecca do presente reproduzindo exatamente o mesmo
discurso de Jack. Mostra o quanto ela AINDA O AMA, e isso é lindo demais. Porque
eles tinham um casamento e uma família linda. Com seus problemas e
particularidades, mas feliz e linda.
“Grandma always says the same thing”
O episódio mais perfeito e COMOVENTE possível. Sensível.
Humano.
Nosso desejo é podermos ser pais como o Jack um
dia, e isso não é fácil. Ele arrasa!
Mas toda a sensibilidade, toda a beleza é ameaçada
nos últimos minutos de série, e eu juro que sofri. Sofri demais. Randall acordou
maravilhado, entusiasmado com seu dia, reproduziu as tradições que adorava, mas
tentando fazer algo fofo por William descobriu uma carta de Rebecca para ele –
e toda a verdade veio à tona. Toda a verdade que fez o novelo de lã ser jogado
no chão, a última tradição esquecida, e deixou as pessoas às lágrimas. Sofri. Sofri
de verdade com isso. Nós vamos precisar ainda lidar com essa nova dinâmica e
esses sentimentos colocados à vista nos próximos episódios. Por ora, eu acho
melhor finalizar assim como o episódio terminou. Naquele lindo momento. Randall,
em 1988, dizendo à mãe que mudou de ideia – que quer comemorar o Dia de Ação de
Graças, e quer que ele seja exatamente como aquela noite, todos os anos, para o
resto de sua vida… e os cinco dormem juntos numa mesma cama. Lindos demais para
explicar.
Mas é sério. Desidratei. Essa série está acabando
comigo!
“Your family
is amazing”.
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