Cinquenta Tons Mais Escuros (Fifty Shades Darker, 2017)
No more
secrets?
Cinquenta
Tons Mais Escuros é uma boa sequência a Cinquenta
Tons de Cinza, mas eu continuo esperando MAIS de ambos os filmes. Não li os
livros e não conheço a história, mas estou disposto a acompanhar os filmes e
curtir – no entanto, eu continuo sem entender, como disse na postagem do filme
passado, o “frenesi” todo. Não é um filme surpreendente nem tão chocante quanto
se espera que seja. As sequências de sexo também não são tão fortes quanto se
diz. E agora que Anastasia Steele está tentando “mudar” Christian Grey e, pior,
ele está deixando, o filme só se assemelha mesmo a uma história clichê e
previsível. Mas não me entenda mal, não estou dizendo que não gostei do filme. Nada disso, é um filme bacana, eu só esperava
um pouco mais. E “mudar” Christian Grey não me parece algo assim tão verídico. Essas pessoas não “mudam” de fato, mudam?
De todo modo, o filme começa com o delicioso
embalo de The Scientist, por Corinne
Bailey Era, apresentando Anastasia levando a sua vida como pode depois de ter
desistido das práticas um tanto escandalosas
de Christian. Mas ele está ali, disposto a reconquistá-la. Ele manda flores,
aparece em uma exposição comprando todas as suas fotos, e consegue levá-la para
um jantar. Porque ela estava com fome.
Assim, para reconquistá-la, Christian Grey diz estar disposto a mudar. Um Relacionamento Baunilha. Eu achei
meio abrupto, confesso. Não que eu não acredite no amor (porque eu sou um
romântico incurável), mas me pareceu forçado demais o Christian Grey
subitamente ter esse medo louco de “perdê-la”, e para isso se reimagina
totalmente, disposto a viver sem regras e sem um contrato, cada vez mais
próximo de um relacionamento comum.
Com muito sexo, claro.
Na verdade, metade das pessoas (mentira, uns 90%)
estão no cinema por causa disso. Do sexo. E o filme é repleto de cenas
provocantes, embora a nudez se reduza aos peitos de Anastasia e à bunda de
Christian – com uma única cena em que é
possível ver os pelos de outra parte do corpo dele, se vocês me entendem. Assim
como no filme anterior, as cenas comumente são cortadas de forma brusca e
acabam depressa, uma grande reclamação que percebo daqueles que leram os livros.
Mas gostei de como o filme parecia interessado em mostrar o prazer da
ANASTASIA, mais do que o prazer do Christian… fossem com equipamentos novos e
inimagináveis de Grey, ou então por momentos bem simples, mas prazerosos em que
eles compartilham um sexo mais parecido com o da maioria dos casais… de todo
modo, as cenas estavam lá como instigantes.
Voltamos ao passado de Christian Grey nesse filme,
para conhecê-lo um pouco melhor. Aquele flashback
com que o filme se inicia e algumas revelações nos deixam entender o seu medo
de se aproximar, e seus limites absurdos em relação ao seu próprio corpo, por exemplo.
Enquanto isso, surge também Leila, uma submissa do passado de Grey e potencial
perigo para Anastasia. Ana, por sua vez, além de ser atormentada pela presença
macabra de Leila, tenta seguir com sua vida e trilhar seus próprios passos,
independente do dinheiro de Christian Grey. Refuta 24 mil dólares ao usá-los em
um leilão (no tal baile de máscaras) e começa uma carreira trabalhando em uma
editora. Além disso, quando seu chefe é demitido por assédio sexual, ela assume
o seu lugar temporariamente e, ao mostrar muita competência para a função,
acaba ganhando o emprego de fato.
E isso é muito bom para ela.
O filme me pareceu um tanto superficial, simples. Como
eu disse, queria mais. Ana vai
conseguindo colocar sua própria maneira no relacionamento, vai amenizando
Christian Grey e, consequentemente, descaracterizando-o, embora ele continue
autoritário e até perigoso em algumas cenas. Em algum momento, quando ela ameaça
ter o mesmo fim do primeiro filme, ele se ajoelha em frente a ela, tornando-se
submisso, o que é levemente chocante. Ele extingue as regras e, eventualmente,
os limites em relação ao seu próprio corpo, para que possa significar de fato o
quanto quer que Anastasia se aproxime e seja parte de sua vida. Por fim, isso
se concretiza em um abrupto pedido de casamento, no meio da noite, que ele
finge, por brincadeira, não se lembrar de ter feito na manhã seguinte. Mas ele
está ali. Christian Grey, de uma hora para outra, deixou toda sua vida e seu sadomasoquismo
de lado, sua necessidade por submissão, para SE CASAR.
Okay.
Mas um acidente de helicóptero ameaça mudar tudo…
Eu não li o livro, reforço isso, para que não me
critiquem a respeito do que direi em seguida: mas eu acredito que o filme teria um cliffhanger muito melhor acabando
logo após o acidente. Dali em diante, parecíamos estar apenas espichando
algo que já tinha terminado. Todo o drama porque Christian Grey poderia ter
morrido e eles nem tiveram tempo de serem felizes juntos poderia ter sido mais
aproveitado. Em questão de poucos minutos ele aparece, são e salvo, na porta de
casa, e isso parece anular a situação toda. Faltou profundidade emocional,
desenvolvimento, sei lá… de todo modo, ele retorna, abre o presente de
aniversário que ela lhe dera, que é, na verdade, um SIM ao pedido de casamento…
por fim, temos uma festa de aniversário que conta com uma cena forte entre Ana
e Elena, a mulher que ensinou a Christian Grey tudo o que ele sabe sobre sexo…
“You taught me how to fuck. Ana
taught me how to love”
Assim, depois de uma cena forte e um momento
reconfortante no qual a mãe de Christian expulsa Elena de sua casa, nós temos a
finalização da festa de aniversário com um pedido de casamento muito lindo, cheio
de flores, andando sobre a água, ele ajoelhado com uma caixinha e o anel
dentro… até fogos de artifício. Acho que
foi lindo, mas não sinto que foi tão convincente, natural ou plausível. De todo
modo, sugere-se o que vem em seguida para o último filme: Elena Lincoln e Jack
Hyde. Por último, quero comentar que eu também ADOREI a trilha sonora do filme!
Temos ótimos intérpretes, como a Sia e o John Legend, e a música final, I Don’t Wanna Live Forever, que parece a
música principal de Cinquenta Tons Mais
Escuros, é interpretada por Zayn e Taylor Swift. Gostei disso! Agora, fico
aguardando a finalização no próximo ano.
Mas ainda não acho que Christian Grey seja o cara
ideal…
…ou que esse relacionamento seja saudável.
Para a postagem sobre Cinquenta
Tons de Cinza, clique
aqui.
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