Doctor Who 10x07 – The Pyramid at the End of the World
“Of course. Fear is temporary. Love is slavery”
Com uma frase dessas, nós já sentimos que tipo de
episódio temos em mãos, e como ele nos CHOCOU. Ele segue diretamente o caminho
imposto por Extremis, uma mistura de The Matrix com as obras de Dan Brown, mas dessa vez avança rumo a
uma finalização surpreendente e assustadora que define o mundo para o próximo
episódio… se na metade da temporada estamos recebendo esse tipo de episódio,
tão fortes e com um roteiro tão excelente, eu já começo a tremer em pensar no
que nos espera nos episódios finais da temporada. E eu definitivamente não estou
preparado para me despedir de Peter Capaldi no papel do Twelfth Doctor… também não
estou preparado para me despedir da fantástica Bill Potts, que tem uma atitude
linda e perigosa no fim desse episódio – agindo com pureza, por AMOR, e
possivelmente condenando o mundo.
Bill é procurada pelo secretário-geral da ONU
porque quer falar com o Presidente (o Doctor, não aquele lá laranja! “I mean THE President. The Doctor”), e então
ela é levada, com Nardole e o Doctor, para uma Pirâmide de 5000 anos de idade
que NÃO ESTAVA ALI ONTEM. A trama da temporada fica séria com a ideia da
pirâmide, que é desconcertante. A princípio, ela está inativa – mas apenas o
aparecimento súbito dela é alarmante. O poder dos Monges é imenso, como ótimos
vilões que estão realmente me APAVORANDO. Na porta da Pirâmide, onde o Doctor
vai falar com eles, eles anunciam um presságio arrepiante: “We will be invited. We will take this world. We will
rule its people. But only when we're asked”, e então os relógios
mudam todos para 23:57… 3 MINUTOS PARA A MEIA-NOITE. The Doomsday Clock. Quanto mais perto da meia-noite, mais próximos
do fim do mundo.
“Somewhere, somehow… the end has
begun”
O Doctor tem uma descrição bonita e triste do fim
do mundo:
“The end of
your life has already begun. There is a last place you will ever go, a last
door you will ever walk through, a last sight you will ever see, and every step
you ever take is moving you closer. The end of the world... is a billion,
billion tiny moments. And somewhere, unnoticed... in silence or in darkness… it
has already begun”
Nada em Doctor
Who é por acaso, algo que aprendemos ao longo dos anos. Coisas menores e
imediatas, coisas que seguirão até fazerem sentido mais tarde… por que Missy
foi mostrada indo para o cofre justamente no início desse arco? Por que os
Monges constroem uma Pirâmide justamente naquele lugar e naquele momento?
23:58, dois minutos para a meia-noite. Mostrar força NÃO É O SUFICIENTE. Cada avião,
bomba ou míssil, mesmo que seja enviado por submarino, é interceptado sem
qualquer problema pelos Monges… as pessoas, vivas, saem de DENTRO da Pirâmide,
desconcertados. Se a força não é o suficiente… é hora de conversar. E que CENA dentro da Pirâmide, vendo a “Matrix”
do lado de fora, conduzindo a simulação, simulação essa que, supostamente, pode
prever qualquer catástrofe prestes a acontecer.
Catástrofes que podem ser IMPEDIDAS pelos Monges.
Tudo é bem assustador… e eu acho muito mais
apavorante quando os vilões assumem essas posições aparentemente “calmas”, como
quem não precisa atacar porque a vitória já está garantida. Eles se colocam
como “Anjos da Guarda”, enquanto explicam a sua forma cadavérica porque é assim
que eles veem os humanos: COMO CADÁVERES. “Your world is ending. You can do
nothing. But we can save you”, embora permitir que eles “nos salvem”,
segundo o Doctor, seja a última atitude livre que tomaríamos. Para assustar, os
Monges mostram o que seria UM ANO NO FUTURO, onde toda a vida no Planeta Terra
teria sido extinta, e por MEDO, o primeiro humano consente. 23:59. Os Monges precisam de CONSENTIMENTO para agirem. Mas medo não é consentimento. “You act out of fear. Fear is not consent”.
Eles precisam de AMOR. Amor é consentimento.
O episódio é inteligente e um tanto quanto
desesperador. A ideia de amor, medo e consentimento é bem trabalhada, embora
você não entenda de fato o que significa a princípio. E o Doctor precisa
ENCONTRAR no mundo onde o fim do mundo
já começou, com uma bactéria se espalhando em um laboratório, quase num estilo Helix (embora lá fosse um vírus), e
enquanto o Doctor tenta identificar o problema, o início do fim do mundo, os
líderes dos 3 maiores exércitos no mundo pensam em fazer o acordo com os
Monges, porque é SEU planeta, e a escolha deve ser deles… e mesmo a Bill se
questiona se essa não é a única salvação: “No!
Not if we had a choice. But we don’t, do we?” Segundo ela, ela
não faria o acordo, SE ELA TIVESSE UMA ESCOLHA. Mas eles não têm! Então, no
clímax, o episódio se divide.
A pirâmide versus
o laboratório.
Quase fiquei sem fôlego vendo a intensa corrida
contra o tempo. Os estrategistas chegam à Pirâmide para oferecerem seu “consentimento”,
que os Monges insistem que deve ser PURO, ou então isso os matará. E os mata – “You act out of strategy. Strategy is not consent”. 20 segundos para a meia-noite, Bill
enrola perguntando o que CONSENTIMENTO QUER DIZER, e o Doctor planeja explodir
tudo e destruir a bactéria no laboratório, com a ajuda de Erica, a cientista
sobrevivente. E quando ele consegue programar para explodir, meu coração se
encheu de alegria ao ver o relógio retrocedendo, afastando-se da meia-noite,
embora eu SOUBESSE que alguma coisa errada tinha que acontecer. Ou o Doctor ou
Bill ficariam presos… e foi tudo bem sério. O Doctor fica preso, e ele
conseguiria escapar colocando o código na porta: 3-6-1-4.
MAS ELE NÃO CONSEGUE VER!
Ali você entende o que está por vir, e por mais
assustador que seja, você entende que é a
única maneira. Não é difícil para o Doctor escapar, mas sozinho ele não consegue.
E a Bill resolve ajudar: “The Monks. The Monks can save you”. Mas ela faz isso com toda a PUREZA de seu
coração, por causa do AMOR que sente pelo Doctor, e nós confiamos plenamente
nesse sentimento. Então ela oferece consentimento aos Monges, para que eles devolvam
a visão do Doctor, e eles o fazem. “You
act out of love. Love is consent”. Foi uma cena desesperadora e bem triste,
mas profundamente BELA. As lágrimas de Bill representando o seu sacrifício… e o
Doctor se salva, nos últimos segundos antes da explosão, podendo enxergar
novamente. E o presságio final dos Monges anuncia: “Enjoy your sight, Doctor. Now see our world”, o que promete um
EXCELENTE próximo episódio.
Só aquela preview
já me ARREPIOU TODO!
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